A revoada das marcas
De um tempo para cá tem acontecido uma debandada de fabricantes dos salões automotivos, que tem chamado a atenção de organizadores como a OICA, entidade que representa a indústria automotiva ao redor do globo. A mais recente desistência aconteceu por agora, já para o Salão do Automóvel de São Paulo. Marcas como Jaguar, Land Rover, Citroën, Peugeot, JAC Motors e Volvo anunciaram que não participarão da mostra paulistana.
As razões são as mais variadas, mas em todas o fator “retorno de investimento” tem sido apontada como critério de decisão. Em linhas gerais, esses fabricantes argumentam que outras estratégias de marketing têm trazido melhores resultados do que montar um estande num pavilhão de exposição junto com outras 30 ou 40 marcas.
Mas não se trata de um fenômeno brasileiro. Muito pelo contrário. A fuga dos estandes têm acontecido há algum tempo na Europa e nos Estados Unidos. Em 2016 a Peugeot anunciou que não participaria do Salão de Frankfurt de 2017. Este ano, Mercedes-Benz e Audi também avisaram que não participarão da edição 2019 do Salão de Detroit, que acontece sempre em janeiro.
Para a mostra de Paris, que ocorre em outubro, pelo menos nove marcas já anunciaram que não montarão estandes no Paris expo Porte de Versailles, o Viparis. A mais recente desistência foi da Volkswagen. Além dela, já garantiram “no show” Ford, Infiniti, Mazda, Mitsubishi, Nissan, Opel, Subaru e Volvo.
Agenda apertada
Há 10 anos o calendário de salões automotivos basicamente era formado por Detroit, Genebra e Paris/Frankfurt (que se alternam ano a ano). Corria em paralelo a bienal de São Paulo, que se concentra nos lançamentos nacionais e um apanhado do que já tinha sido mostrado lá fora, assim como a mostra de Tóquio. Hoje há uma enxurrada de salões como Pequim, Xangai, Nova Deli, Nova York, Los Angeles, Buenos Aires, dentre outros que acabaram exigindo um esforço grande das Matrizes em levar novidades internacionais para todas essas mostras.
Além disso, a grande maioria são mostras institucionais e não uma feira propriamente dita. O consumidor vê, compara, toca e pode até dirigir, mas não fecha negócio no pavilhão, pois quem vende os automóveis para o público geral são os concessionários. Daí, muitas vezes, gastar uma pequena fortuna com a montagem de um estande, sem a garantia do retorno pode ser desestimulante.
O JAC Motors, em entrevista ao site Auto Esporte, não nega que o custo é um problema. Segundo a marca, um estande pequeno custa pelo menos R$ 1,5 milhão. Para um importador que tem tentado se recuperar do estrangulamento do Inovar Auto, é uma soma que não pode ser torrada sem garantia de retorno.
Para o público, os salões são eventos que permitem colocar o consumidor diante de diversas opções para uma escolha futura, assim como ser uma oportunidade rara de ver máquinas que não dão bobeira nas ruas. A mostra paulistana já exibiu modelos como Bugatti Veyron, Pagani Zonda R, Lamborghini Gallardo Spyder, Porsche 918 Spyder, Nissan GT-R, Honda NSX, Chevrolet Corvette, Ford Mustang Shelby Super Snake e muitos outros. Quem viu, viu!
E vida que segue!
[su_slider source=”media: 13836,13837,13838,13839,13840,13841,13842,13843,13844″ link=”image” target=”blank” title=”no” pages=”no”]
Fotos: Marcelo Iglesias
[su_divider]
Marcelo Iglesias Ramos é Jornalista e Designer Gráfico.
Está na área desde 2003, atualmente é o editor do caderno HD Auto, do jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte. Figura presente em todos os lançamentos, salões do automóvel e eventos da indústria automobilística. Para relaxar, tem como hobby escrever para seu blog de games, o “GameCoin” (www.gamecoin.com.br).
Contato: (31) 99245-0855
[su_divider]