12 Marcas Chinesas Vão Operar no Brasil ainda em 2025

Zeekr 001

Em um movimento que redefine o panorama do mercado automotivo brasileiro, a China intensifica sua investida no país, com a previsão de doze marcas chinesas em operação até o final de 2025. Enquanto a América do Norte e a Europa impõem barreiras à importação de veículos chineses, o Brasil se consolida como um mercado prioritário para as fabricantes, que não se limitam a carros elétricos e híbridos, mas também investem em modelos a combustão e produção local.

Fórum Direções QUATRO RODAS Brasil-China

O Fórum Direções QUATRO RODAS Brasil-China foi o cenário para que representantes de Zeekr, GAC e SAIC discutissem suas visões para o mercado brasileiro, seus objetivos e diferenciais competitivos. Cláudia Trevisan, do Conselho Empresarial Brasil China, traçou um panorama da ascensão da indústria automotiva chinesa, que em 2024 se tornou a maior exportadora de carros do mundo, com uma forte tendência à eletrificação até 2030.

Zeekr X

Zeekr: Marca de Luxo Aposta no Brasil Apesar dos Impostos

A Zeekr, marca de luxo do Grupo Geely, já iniciou suas operações no Brasil e considera o mercado brasileiro uma prioridade, mesmo com o imposto de importação de 35%. 

Ronaldo Znidarsis, líder de operações da Zeekr no Brasil, acredita que o posicionamento premium da marca minimiza o impacto do imposto, atraindo clientes que valorizam tecnologia e design inovadores. O desafio, segundo ele, é desafiar o status quo das marcas alemãs no segmento de luxo, oferecendo tecnologia de ponta a um preço competitivo.

GAC Aion

GAC: Investimento Bilionário e Fábrica Completa no Brasil

A GAC demonstra sua ambição no mercado brasileiro com um investimento de US$ 1 bilhão (R$ 5,7 bilhões) nos próximos cinco anos. O plano inclui a construção de uma fábrica completa para produzir carros a combustão, híbridos e elétricos. A empresa já destinou R$ 120 milhões para a fabricação de motores híbridos flex, de olho nas novas regras do Programa Mover e do futuro IPI Verde. 

Marcello Braga, diretor de marketing da GAC Brasil, afirma que esta será a maior operação da GAC fora da China, explorando o potencial de crescimento do mercado brasileiro, o 6º maior do mundo, para produtos elétricos e eletrificados. A GAC planeja iniciar as vendas oficiais até maio, com três modelos elétricos, e lançar sete automóveis até o final do ano, chegando a dez no próximo ano.

MG RX9

SAIC/MG: Chegada no Segundo Semestre e Análise de Produção Local

Pela primeira vez, a SAIC confirmou sua entrada no mercado brasileiro, com a marca inglesa MG, ainda no segundo semestre. Henrique Sampaio, diretor de marketing e de produto da empresa, não confirmou a construção de uma fábrica no país, mas afirmou que a possibilidade está em análise. 

Apesar de chegar depois de outras marcas chinesas, a SAIC/MG acredita que há espaço para crescer no Brasil, se comparado ao mercado chinês em que há cerca de 150 marcas competindo pelo mesmo espaço. Sampaio destaca que a MG já homologou dois carros para o Brasil e que a empresa está atenta à crescente demanda por veículos eletrificados.

A Receita das Marcas Chinesas

As marcas chinesas apostam na qualidade, tecnologia e preços competitivos para conquistar o consumidor brasileiro. Marcello Braga destaca que a percepção de baixa qualidade associada às marcas chinesas já não se justifica, pois os produtos atuais oferecem um valor justo e alinhado à qualidade. Ronaldo Znidarsis e Henrique Sampaio ressaltam o desenvolvimento de novas tecnologias de conectividade, segurança e assistência à condução como um diferencial das marcas chinesas, que oferecem produtos inovadores a preços acessíveis.

Acomodação da Indústria Tradicional

Diante da crescente pressão das marcas chinesas, a indústria automotiva tradicional brasileira deverá passar por transformações. Ronaldo Znidarsis cita exemplos como a compra da fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP) pela GWM, a aquisição do complexo da Ford em Camaçari (BA) pela BYD e a parceria entre Geely e Renault para montar carros em São José dos Pinhais (PR). O executivo acredita que as marcas tradicionais, com múltiplas plantas, terão que se reinventar para enfrentar a nova realidade do mercado.

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