Os anos 1990 marcaram duas tendências que perduram até hoje. A primeira é a dos utilitários-esportivos monobloco. Já a segunda é a dos roadsters, que retornou em 1989 com o Mazda MX-5 Miata e depois explodiu nos anos seguintes.
A BMW não demorou a entrar na onda e apresentou o exótico Z1, ainda em 1989, com suas portas destacáveis. Era um carro legal, mas com estilo futurista, que absorvia elementos da primeira geração do Serie 8. Mas, o modelo não teve a resposta esperada e ficou em linha por apenas dois anos. Mesmo assim, acumulou 8 mil unidades produzidas.
No entanto, os executivos de Munique sabiam que tinha espaço no segmento. Então, em 1995, ela apresentou o Z3. Um roadster com formas clássicas: capô longo, traseira curta, teto de tecido e claro, apenas dois lugares.
O Z3 mesclava modernidade com o passado. Seus faróis duplos protegidos por uma lente retangular seguiam a orientação de estilo da casa. No entanto, as saídas laterais era uma referência ao clássico 507, dos anos 1950.
Entre os roadsters alemães, ele foi o mais fiel ao estilo. O Mercedes SLK também tinha traseira curtinha, mas contava com teto de aço dobrável. Já o Porsche Boxster, tinha cabine centralizada para permitir a instalação do motor central traseiro.
E o Audi TT se dividia entre a versão cupê e a roadster, também com traseira mais longa. O Z3 tinha a essência da velha guarda, como os clássicos roadsters ingleses como AC Cobra e Jaguar XK 120.
007
O golpe de mestre da BMW foi colocar o Z3 no longa-metragem “007 – GoldenEye”, que estreou em 1996. A marca lançou uma edição com 20 unidades numeradas, mas precisou expandir para 100, devido à procura.
Motores
Quando foi lançado, o carrinho tinha diferentes motores, inclusive uma unidade 1.6 de aproximados 115 cv. A ideia era fazer um esportivo divertido e que não fosse proibitivo. Mas, sabe como são as coisas, né? Não demorou muito para os motores começarem a crescer: 1.8, 1.9, 2.8, até brotar um seis cilindros 3.2 de 321 cv, na furiosa versão Z3 Roadster M.
Essa versão era equipada com transmissão manual de cinco marchas, que conectava o motor ao eixo traseiro, combinação que fazia desse carro uma das melhores coisas que se poderia dirigir na virada do milênio.
Por dentro do BMW Z3
O interior do Z3 era um convite a cair na estrada. A cabine era dividida em dois cockpits. Retrô, o carro abusava de elementos circulares no console, com direito a relógio analógico, medidor de temperatura do óleo e até mesmo um termômetro de temperatura externa, que marcava de – 30 a 50 graus Célsius.
Atrás dos assentos, o Z3 adornava dois santo-antônios que seguiam a linha dos antigos carros de corrida. Essas peças ficavam à mostra quando se recolhia o teto do carrinho. Aliás, sua melhor pose sempre foi e será com o teto arriado.
Z3 Coupé
Em 1998, a BMW apresentou um estudo que acabou se tornando modelo de série. O Z3 Coupé chegava com carroceria fechada. O estilo era um tanto exótico, que gerou reações controversas. Ele chegou a ganhar o apelido de “sapato de palhaço” devido ao capô longo e as formas do teto.
No entanto, esse carro foi desenvolvido para o consumidor que buscava o máximo de performance do Z3. Tanto que ele só foi equipado com motores seis cilindros 3.0 e também recebeu uma edição M com 325 cv, tal como a versão aberta.
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