WEC, já ouviu falar? Confira o que rolou em Interlagos esse fim de semana

Muito se falou sobre o WEC neste último fim de semana, com as 6 horas de São Paulo agitando o circuito de Interlagos. Mas você conhece a competição? 

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O Campeonato Mundial de Endurance, mais conhecido como WEC (World Endurance Championship), é uma das principais competições de corridas de longa duração do automobilismo mundial. Criado em 2012, o WEC é organizado pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA) e pelo Automobile Club de l’Ouest (ACO), responsável pela icônica 24 Horas de Le Mans.

A história do WEC

A história do WEC remonta às antigas corridas de endurance, que testavam a resistência e a durabilidade dos carros em provas que duravam várias horas. A mais famosa delas, a 24 Horas de Le Mans, foi criada em 1923 e se tornou o evento mais prestigiado do calendário do WEC.

Além de Le Mans, o campeonato conta com outras provas tradicionais, como as 6 Horas de Spa-Francorchamps (Bélgica), as 6 Horas de Fuji (Japão) e as 1000 Milhas de Sebring (Estados Unidos). Em 2024, o WEC retornou ao Brasil com as 6 Horas de São Paulo, disputadas no Autódromo de Interlagos, depois de 10 anos longe da nossa pista.

Categorias do WEC

O Campeonato Mundial de Endurance (WEC) deste fim de semana contou com duas categorias disputando a prova em Interlagos: Hypercar e LMGT3. A categoria LMP2 (Le Mans Prototype 2), que esteve presente até o ano passado, não participou desta edição devido ao aumento no número de carros na classe Hypercar.

Hypercars

Introduzida em 2021 para substituir a antiga categoria LMP1, a classe Hypercar foi criada com o objetivo de reduzir os custos de participação, uma vez que manter uma equipe no WEC era tão dispendioso quanto na Fórmula 1. A nova regulamentação se baseou nos LMP1, mas com limitações no desenvolvimento técnico.

Outro fator que impulsionou a mudança foi o desejo de convergência com o campeonato IMSA (International Motor Sports Association), nos Estados Unidos. Apesar das intenções, divergências técnicas e econômicas dificultarem um acordo inicial. No entanto, a escassez de participantes em ambos os campeonatos e a pressão de equipes e montadoras levaram a um consenso.

Assim, surgiram dois tipos de Hypercars: os LMH (Le Mans Hybrid) e os LMDh (Le Mans Daytona Hybrid). Os LMH seguem o regulamento da FIA/ACO, enquanto os LMDh adotam as diretrizes do IMSA.

Embora compartilhem a mesma base, a principal diferença entre os dois tipos está no sistema híbrido. Nos LMH, o sistema híbrido é montado na parte dianteira do carro, enquanto nos LMDh, um sistema híbrido padronizado, desenvolvido pela Bosch e Mahle, é instalado no eixo traseiro.

Além disso, os LMH possuem maior liberdade técnica e são construídos pelas próprias equipes. Já os LMDh contam com quatro fornecedores designados: Dallara, ORECA, Multimatic e Ligier. Apesar de partirem da mesma base, o regulamento permite certas modificações para diferenciar os carros. Por exemplo, a Dallara é responsável pelo desenvolvimento e construção dos Hypercars da BMW e da Cadillac.

Para equilibrar o desempenho dos carros diante das diferenças, a FIA/ACO utiliza o Balanço de Performance (BoP). Todos os carros são homologados pela FIA, e a cada corrida, é estabelecido um equilíbrio considerando peso, potência e combustível.

Os Hypercars utilizam exclusivamente pneus Michelin. Cada carro tem direito a três jogos para os treinos livres, um jogo para a Hyperpole e 18 pneus para a qualificação e corrida (no caso das provas de 6 horas, como São Paulo). Nas corridas de 8 horas, são permitidos 26 pneus, enquanto em Le Mans, são 32. Durante a prova, é possível usar dois tipos de pneus, inclusive combinando-os, como por exemplo, dois pneus mais duros de um lado e dois médios do outro.

LMGT3

A categoria LMGT3 estreou este ano, baseada no regulamento GT3 já existente, mas com a adição de recursos como ABS e Controle de Tração. Nesta classe, pilotos amadores têm a oportunidade de competir ao lado de profissionais.

A LMGT3 conta com a participação de nove montadoras: Aston Martin, BMW, Corvette, Ferrari, Ford, Lexus, Lamborghini, McLaren e Porsche, todas representadas por equipes privadas. Foi dada preferência às marcas que já possuíam carros na categoria Hypercar. Nesta classe, competem os dois brasileiros do campeonato: Nicolas Costa (McLaren) e Augusto Farfus (BMW).

Assim como nos Hypercars, o desempenho dos carros LMGT3 é equilibrado pelo Balanço de Performance. Além disso, há o lastro de sucesso: com base nos resultados das duas últimas provas e do campeonato, os três primeiros colocados recebem um lastro adicional de 15kg, 10kg e 5kg, respectivamente. O limite máximo de lastro que cada carro pode carregar é de 30kg.

Todos os carros LMGT3 utilizam pneus Goodyear.

Sistema de pontuação

O sistema de pontuação do WEC é baseado na classificação final de cada prova. Os pontos são distribuídos para os pilotos e equipes nas seguintes proporções: 25 pontos para o vencedor, 18 para o segundo colocado, 15 para o terceiro, e assim por diante, até o 10º lugar, que recebe um ponto. Além disso, há pontos extras para a pole position e para a volta mais rápida da corrida.

6 Horas de São Paulo

Nas 6 Horas de São Paulo, disputadas no último fim de semana (13 e 14/07/2024), a Toyota dominou a categoria principal, Hypercars, após garantir a primeira fila na classificatória de sábado. O pódio foi conquistado pelo carro #8, pilotado pelo trio formado por dois pilotos ex-Fórmula 1, Brendon Hartley, Sebatien Buemi, e completado por Ryo Hirakawa (carro #8) e Mike Conway, Kamui Kobayashi e José María López (carro #7). O carro #7, que tinha conquistado a pole, após problemas técnicos, terminou em 4º lugar, atrás dos dois Porsche da equipe Penske.

Na categoria LMGT3, o Porsche 911 da equipe Manthey Purerxcing, pilotado por Klaus Bachler, Aliaksandr Malykhin e Joel Sturm, levou a melhor, após a desistência do trio feminino da Iron Dames devido a problemas mecânicos. Os brasileiros Nicolas Costa (McLaren 720S da United) e Augusto Farfus (BMW) terminaram em 4º e 10º lugares, respectivamente, em suas categorias.

O WEC continua sendo um dos campeonatos mais emocionantes e desafiadores do automobilismo mundial, atraindo equipes e pilotos de renome internacional e proporcionando corridas cheias de adrenalina e disputas acirradas.

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