Voyage 1.0, uma boa surpresa!

 

Há pouco tempo atrás, carro com motor 1.0 torcia o nariz de muita gente. E não sem razão, afinal, o desempenho não era lá essas coisas e o consumo também deixava a desejar. Mas, felizmente, novas tecnologias vão sendo aplicadas para melhorar o que já existe. Um bom exemplo é o novo Voyage 1.0, equipado com o motor de três cilindros da Volkswagen, o mesmo do up!, Fox e Gol. Esses novos motores de três cilindros, mais leves e com menos peças móveis, são muito mais eficientes do que os tradicionais de quatro cilindros. E o Voyage entrou nessa turma, que já tem Ford kA+ e Hyundai HB20S como concorrentes, com o mesmo tipo de motor. Uma solução muito bem acertada no sedã compacto da Volkswagen, formando um conjunto que pode ser considerado bem equilibrado.

Para esperar até a nova geração da família Gol, que deverá ganhar uma nova plataforma em fins de 2017, o Voyage também recebeu uma reestilização. Na dianteira, que ficou igual à do Gol, o para-choque, a grade, os faróis e as lanternas são novos. Na lateral, ganhou um vinco e na traseira, só pequenos “retoques” no para-choque.  De qualquer maneira, o conjunto ficou bom e o pequeno aerofólio na tampa do porta-malas, continua dando certo charme ao conjunto.

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Internamente, o tratamento foi igual ao “irmão hatch”: o painel é completamente novo, com linhas retas e saídas de ventilação horizontais, bem como o quadro de instrumentos e o volante. Um conjunto que enriqueceu todo o interior, passando, inclusive, uma sensação de amplitude da cabine. Pena que, no restante, tenha ficado igual. Continua o bom acabamento da Volkswagen com materiais de qualidade, principalmente nesta versão Comfortline, a intermediária, que pode ter motor 1.0 ou 1.6. Porém, faltam porta-objetos.

Falando de espaço interno, tem lugar para cinco adultos, porém, quatro acomodam-se melhor. Engraçado é que tem apoio de cabeça para quem vai no meio do banco traseiro, mas o cinto é sub-abdominal. Na frente, os bancos têm o assento curto, o que os torna desconfortáveis depois de algum tempo. O volante, com base achatada, continua sem regulagem de profundidade, porém o assento do banco do motorista pode ser elevado, ajudando um pouco a achar uma boa posição de dirigir. Também não possui pontos Isofix para a fixação de cadeirinhas de crianças, o que demonstra a antiguidade do projeto. O porta-malas, com 480 litros, não é o campeão da categoria, mas é suficiente para a bagagem de uma família média em viagem. Porém, tem uma coisa chata: não tem como abri-lo de dentro do carro, só inserindo a chave na fechadura ou desligando a ignição e acionando o comando elétrico na chave. Pouco prático. Ao contrário do suporte para celular (opcional) sobre o painel, que, apesar de destoar do conjunto, ajuda o motorista a não desviar a atenção do trânsito quando quiser usar algum sistema de navegação (Google Maps ou Waze).

 

Bom de andar

O melhor do Voyage 1.0 modelo 2017, porém, é sem dúvida o novo motor de 1 litro com três cilindros, o mesmo que equipa o up! e o Fox. Todo feito em alumínio, é um dos mais modernos do segmento, com quatro válvulas por cilindro, duplo sistema de arrefecimento e partida a frio com etanol, sem necessidade de tanque auxiliar de gasolina. Entrega 75 cavalos e 9,75 kgfm de torque, quando abastecido com gasolina, e 82 cv e 10,4 kgfm com etanol, e é mais potente que o antigo 4 cilindros. Isso permitiu um alongamento em torno de 10% das relações de marchas, com o intuito de melhorar o consumo de combustível. Também vem equipado com pneus de baixa resistência ao rolamento, conhecidos como “pneus verdes”. O resultado dessa combinação foi positivo. No circuito cidade/estrada que uso de referência, o Voyage registrou médias de consumo muito boas: 10,1 km/l com etanol e 14,2 com gasolina. Ou seja, entre os mais econômicos do segmento de compactos.

Andando com o novo Voyage, também se sente a melhora no desempenho, já que o motor entrega uma boa dose de torque em torno de 2.000 rpm. Agora, faz de 0 a 100 km/h em 12,9 segundos quando está com gasolina, e em 12,7 segundos com etanol, ligeiramente pior que o Gol, que é mais leve (12,6 e 12,3 segundos, respectivamente). Como tem um perfil aerodinâmico melhor por causa do porta-malas destacado, a velocidade máxima é um pouco superior: 173 km/h com gasolina e 175 km/h com etanol, contra 168 e 170 do hatch.

Nota-se, também, que as retomadas de velocidade estão mais tranquilas. Porém, deve-se continuar levando em conta que é um carro com motor 1.0 e não faz milagres. Carregado, é preciso “trabalhar” mais com o câmbio, que, por sua vez, contempla o motorista com engates precisos e macios, referência no segmento. Poderia, porém, ter uma primeira marcha ligeiramente mais curta para facilitar as arrancadas em subida, especialmente quando está carregado e com o ar-condicionado ligado. Deve-se, também, lembrar que o desempenho melhora quando é usado o etanol, já que, com esse combustível, o motor ganha 7 cavalos na potência e 0,65 kgfm no torque.

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De uma maneira geral, o conjunto permite que acompanhar, sem grandes problemas, o fluxo de trânsito na cidade e nas estradas, com velocidades permitidas de até 120 km/h, com qualquer um dos combustíveis. E, ao provocar o acelerador e esticar um pouco mais as marchas, além do motor emitir um ronco agradável, o Voyage retribui com uma boa agilidade e agrada.

Nada a reclamar dos freios, que param o carro com segurança em qualquer piso, e da direção com assistência hidráulica, que, com o novo volante, transmite uma boa sensação de segurança e precisão. Porém, poderia ter sido equipada com sistema eletro-mecânico que ajudaria, ainda mais, na economia de combustível. A suspensão não teve alterações e, além de manter o interior silencioso, tem um bom compromisso entre conforto e estabilidade. Aliás, com um peso levemente maior na traseira, o comportamento mais neutro do Voyage em curvas é mais agradável que o do Gol, passando uma boa sensação de segurança. Mas, controles eletrônicos de tração e estabilidade, sistemas que a Volkswagen já disponibiliza até na picape Saveiro, seriam bem-vindos.

Em resumo, o novo Voyage com o motor 1.0 de três cilindros, deu um bom salto no que diz respeito à eficiência e desempenho. Como no Gol, têm na tradição e fama de durabilidade, seus pontos fortes. São detalhes que ainda o tornam uma opção de peso a ser levada em conta na hora de escolher um modelo do segmento. Apesar da plástica facial que o deixou mais jovem, já deixa transparecer que precisa de um novo corpo, quando comparado aos seus concorrentes Ford kA+ e Hyundai HB20S,

 

Preços Voyage:

Trendline 1.0                        R$ 41.770

Trendline 1.6                        R$ 45.150

Comfortline 1.0                    R$ 47.080 (com todos os opcionais R$ 54.206)

Comfortline 1.6                    R$ 50.390

Comfortline I-Motion          R$ 53.690

Highline 1.6                          R$ 55.990

Highline I-Motion                R$ 59.290

 

Notas do Emilio para o Voyage 1.0

Ficha Técnica_Novo Voyage_1.0

Equipamentos de série e opcionais

 

Fotos: Camila Camanzi, Emilio Camanzi e divulgação Volkswagen

 

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Ver comentários (12)

  • Olá emilio, acompanhei os 2 testes do voyage, o novo motor 1.6 16v mais e também o que possui o motor 1.0 msi de 3 cilindros e você disse que os 2 fazem médias de 14km/l de gasolina no circuito metade cidade/estrada! Procede?

  • olá. gostaria de ver uma avaliação sua com relação ao voyage 1.6 2017.
    principalmente com relação a consumo!

  • Olá Emilio, pena que não está mais na tv, mas sigo seu canal no youtube, continue fazendo testes, é de canais assim que precisamos, esperamos quem sabe um dia ir pra tv de novo, mas se não for, estaremos por aqui, forte abraço aqui de Fortaleza!

  • Olá Emílio, claro o acompanhava no Vruum; bem não ha dúvida que o motor de 3 litros é bem melhor, mas continua sendo 1.0, é preciso levar em conta quando estiver carregado....abraço!

  • Olá Emilio. Conheci o teu trabalho através do Programa Vrum. Sou de Porto Alegre e hoje estou te acompanhando através do teu blog. Continue fazendo esse excelente trabalho. Um grande abraço e sucesso!

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