Greves no setor e aumento das tarifas colocam em xeque o Vale Transporte. CEO de finitech acredita que benefício pode ser flexibilizado
Direito assegurado por lei, o benefício do Vale Transporte pode ser alvo de flexibilizações caso o aumento no preço do diesel, com consequente aumento das tarifas, seja mantido. A avaliação é feita com base numa pesquisa de uma finitech de benefícios corporativos no Brasil. Entre as mudanças que podem aparecer, as empresas podem sugerir alternativas ao colaborador ao invés do tradicional VT ou mesmo iniciativas de modificação na legislação.
No começo de maio, aconteceu aumento de 8,9% óleo diesel, enquanto neste junho de 2022 a Petrobras promoveu novo reajuste, dessa vez na casa de 14,2%. Com os custos mais caros, a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) prevê aumento de 2,9% nas tarifas públicas dos ônibus urbanos de todo o país. Greves de motoristas e ônibus também tensionam essa corda no transporte coletivo.
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Um estudo da Otimiza Benefícios, especializada em benefícios corporativos, aponta uma queda de 26% na compra dos modelos tradicionais de vale transporte no primeiro trimestre de 2022 em relação ao mesmo período dos anos que antecederam à pandemia. Essa conta aperta no caixa das empresas e o CEO da startup, Anderson Belem, acredita que esse cenário pode impulsionar o movimento para flexibilizar o benefício. Em novembro de 2021, um decreto do Governo Federal já havia feito algumas modificações nas regras do VT.
“Sem saber quanto será o preço da passagem no próximo mês, as empresas correm o risco de errar tanto para menos quanto para mais. Isso sem contar o efeito das greves que se somam ao modelo híbrido e ao home office para aumentar ainda mais a incerteza sobre a quantidade de vezes que o trabalhador vai se dirigir ou não até seu local de trabalho”, afirma Belem.
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De acordo com a empresa, entre os meses de janeiro, fevereiro e março de 2020 as corporações haviam provisionado investimentos da ordem de R$ 12.3 milhões por intermédio da plataforma oferecida pela startup. No ano seguinte, no mesmo período, mas já num estágio mais crítico e avançado da pandemia, houve uma queda de 24,3% neste volume, reduzindo para R$ 9.8 mi Já neste ano, mesmo com a redução do número de casos e de mortes causadas pelo vírus, que motivaram a extinção das medidas restritivas de circulação, o ritmo de solicitações do VT continuou caindo. O montante do trimestre foi de R$ 9,7 mi, que representa um valor 1,5% inferior ao do ano passado e 26% menor ao registrado antes da crise sanitária mundial.
“Os gestores estão percebendo que o vale transporte, assim como o combustível ou o refeição, da forma como eram oferecidos anteriormente talvez não façam mais sentido, porque o colaborador tende a ficar em casa, comer em casa, fazer o próprio almoço e assim por diante”, comenta.
O Vale Transporte é um benefício assegurado a todo o colaborador contratado pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CDT). O VT é bancado 6% pelo funcionário e o restante pela empresa. De acordo com o valor do salário do empregado e sua modalidade de atuação (híbrida, por exemplo), não é financeiramente vantajoso receber o benefício.
Segundo Anderson Belem, as alternativas mais modernas permitem que a empresa adote apenas um instrumento flexível, no qual o valor do benefício mensal seja creditado e o funcionário direcione a utilização como achar mais adequado. Por exemplo, ao invés do VT, um ticket Mobilidade, para gasto em aplicativos, estacionamentos ou aluguel de bicicletas e patinetes.
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Com 15 anos de experiência na imprensa e dedicado ao jornalismo automotivo desde 2011, Thiago Ventura tem passagens pelo portal Vrum, Portal Uai, jornal Estado de Minas, TV Alterosa e DomTotal, além de colaborações com o jornal O Tempo, Autos Segredos e rádio Gospa Mira. Em 2016 fundou o Carro Esporte Clube, canal de notícias multiplafatorma com portal e redes sociais.