TESTE – Fastback, um Focus para incomodar os japoneses

TESTE – Fastback, um Focus para incomodar os japoneses

Desde que o Focus foi lançado no Brasil em 2.000, a Ford tem como objetivo fazer com que a versão sedã venda mais que a hatch, numa clara tentativa de competir com os japoneses, líderes do segmento. Mas, sempre aconteceu o contrário.

Agora, com o modelo 2016, que foi reestilizado para ficar igual à versão européia, a intenção da fábrica continua. Para reforçar, aproveitando as linhas suaves da capota que finalizam praticamente no fim do porta-malas, mudou até o nome. Foi batizado de Fastback, nome que ficou famoso nos primeiros Mustang com capota no mesmo estilo e identificados assim para diferenciarem das versões cupê, que tinham o porta-malas saliente.

Com as atualizações feitas na traseira (foram modificadas as lanternas, tampa do porta-malas e para-choque), o Focus Fastback não perdeu aquele caráter esportivo evidente da versão hatch. Mas, ficou mais sóbrio no conjunto, o que vai agradar também aos mais conversadores, que são os compradores típicos desse segmento de automóveis. A dianteira, por sua vez, é exatamente igual à do Focus hatch.

O Fastback é oferecido em quatro versões, a SE, SE Plus, Titanium e a Titanium Plus como esta da avaliação. Todas equipadas com o motor 2.0 e câmbio automatizado de dupla embreagem de seis marchas.

Detalhe que chama a atenção é o bom acabamento interno, com materiais de qualidade e arremates bem feitos. Mas, ainda falta um pouco para chegar aos bons tempos do Galaxie, quando a marca Ford era referência nesse quesito no Brasil. Quatro adultos se acomodam bem, enquanto o que vai no meio do banco traseiro sofre um pouco com o túnel central e o fim do console. Pena que o porta-malas, além de ter uma entrada estreita e as alças que esbarram na bagagem, comporta apenas 421 litros. Para um carro com pretensões familiares, deveria oferecer mais.

 

Porém, em segurança, o Ford Focus Fastback não deixa a peteca cair. Além dos cintos de três pontos e apoios de cabeça para todos os ocupantes, airbags dianteiros, laterais e de cortina, tem um conjunto de sistemas eletrônicos chamado Advance Trac, que inclui os controles eletrônicos de estabilidade, tração e de torque em curvas. Inclui, ainda, um novo recurso de controle de estabilidade preventivo, chamado ETS, que atua para evitar derrapagens. Se a versão for a Titanium Plus, tem, ainda, o assistente de frenagem autônomo que aciona os freios em caso de colisão iminente, podendo evitar impactos em velocidades de até 20 km/h e diminuir os danos a até 50 km/h. Para completar, faróis bixênon adaptativos e sistema de estacionamento automático em vagas paralelas e perpendiculares.

Não é exagero dizer que uma das melhores coisas do Focus é dirigi-lo. A melhor posição ao volante é encontrada com facilidade; todos os comandos ficam à mão; a direção elétrica é precisa e os freios a disco nas quatro rodas são bem progressivos e eficientes, garantindo uma condução agradável e segura.

Focus Fastback (17)

O motor 2.0 com injeção direta de combustível, que dispensa o tanquinho para as partidas a frio com etanol, fornece muita potência. São 175 cavalos com gasolina e 178 com etanol, enquanto que o torque (21,5 kgfm) é igual com ambos os combustíveis. Ligado a um moderno câmbio robotizado de dupla embreagem com 6 marchas, respostas rápidas e engates suaves, formam um conjunto muito bom que permite entregar um desempenho na medida certa para os mais variados tipos de condução. O Fastback arranca da imobilidade aos 100 km/h em 9,2 segundos com etanol e 9,4 com gasolina, chega à velocidade máxima de 204 e 206 km/h, respectivamente, e tem retomadas vigorosas mesmo carregado. Para quem gosta de uma pegada mais esportiva, o câmbio oferece, ainda, opção esporte de trocas automáticas e, como novidade, trocas sequenciais por meio de aletas atrás do volante.

Também não é gastador, levando-se em conta a categoria do carro. No circuito cidade/estrada (padrão que uso), fez 7,2 km/l com etanol e 9,6 km/l com gasolina. Só não dá para entender por que, com toda a tecnologia avançada com que está equipado, o Focus não tem o sistema start/stop. Se o tivesse, com certeza, além de diminuir a emissão de gases poluentes na cidade, seria também mais econômico.

Destaque para a suspensão. Independente nas quatro rodas, com sistema Multilink na traseira, o Focus é muito estável, dando tranquilidade aos ocupantes. Ao mesmo tempo, permite um bom conforto ao rodar. Pena que em pisos irregulares, acaba transferindo ao interior alguns barulhos por causa das rodas de aro 17 polegadas, calçadas com pneus de perfil baixo.

Bem equipado, o Fastback é uma opção muito interessante para quem está interessado em um sedã médio.  Oferece mimos como: teto solar; banco do motorista elétrico; ar-condicionado digital de duas zonas; chave chamada MyKey com sensor de presença, partida por botão e programável para limitar vários parâmetros do carro quando ele é usado por terceiros; sensores de estacionamento dianteiros, laterais e traseiros; GPS e sistema que chama o SAMU, automaticamente, em caso de acidente, se tiver um celular conectado. Além disso, em termos de dirigibilidade, conforto e tecnologia, o Focus continua sendo uma das referências no segmento.

Focus Fastback (25)

 

Notas do Emilio para o Focus Fastback 2.0

Versões, preços, equipamentos de série e opcional – Focus Fastback 2016

Ficha Técnica – Focus Fastback 2016

 

Fotos: Emilio Camanzi e divulgação Ford

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Emilio Camanzi

Emilio Camanzi

Emilio Camanzi  é um jornalista experiente e formador de opinião, com mais de 56 anos de trabalho dedicados a área automobilística. Seu trabalho sempre foi norteado pela busca da seriedade e credibilidade da informação. Constrói suas matérias de forma técnica, imparcial e independente, com uma linguagem de fácil compreensão. https://www.instagram.com/emiliocamanzi/ 🙋 PARCERIAS: comercial@carroscomcamanzi.com.br

3 thoughts on “TESTE – Fastback, um Focus para incomodar os japoneses

  1. Grande Emílio, parece que o carro é bom mesmo de dirigir, desde que não ocorra o que a imprensa vem noticiando, o tal travamento do carro quando o câmbio esquenta. Fico impressionado de ver como uma marca como a Ford deixa lançar um carro com um problema assim. Imagine uma pessoa ficar parada na av. Brasil, no RJ, em horário de engarrafamento, porque o câmbio aqueceu, sujeita a assaltos e sei lá mais o quê. Ou presa na Marginal Tietê, em SP, no horário de rush, porque no anda-para do tráfego congestionado, o cambio esquentou e parou o veículo. Não dá pra entender.

  2. Parabéns pelo seu trabalho! Emilio porque você não faz um vídeo sobre o veículo/! Acho que deixaria a matéria ainda mais completa! Abraços

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