Tesla Roadster, o meteoro de Musk

Elon Musk é um sujeito que pensa alto e longe. O fundador da Tesla Motors quer mandar uma missão tripulada à Marte até 2030, além de vender carros elétricos extremamente sofisticados. Musk quer que sua marca seja uma referência desse caminho sem volta da indústria do automóvel. Extinguir carros de uso cotidiano dotados de motores a combustão não é o bastante, Musk quer esmagar supercarros caríssimos com a segunda geração do Roadster.

Há poucos dias a marca revelou o esportivo que chegará ao mercado em 2020. Parado, trata-se de um automóvel de linhas elegantes, mas nada que chame a atenção. Ele não tem barbatanas, asas e nem tomadas de ar extraídas da aviação. O Roadster é um carro de linhas limpas e elegantes. Sua extravagância está na remoção do teto de vidro polarizado. Aí o Roadster se transforma num targa. Um tanto confuso, não é? Mas acredite, esse é um mero detalhe de nomenclatura.

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Se suas linhas não oferecem a musculatura de um Bugatti Chiron ou de um Pagani Huyara, um Porsche 918 Spyder ou até mesmo do novíssimo AMG Project ONE Concept, o Roadster promete um comportamento que beira a ficção. A Tesla anuncia que seu sistema de propulsão elétrico gera um torque de nada menos que 1.020 kgfm. Isso mesmo, você não leu errado. Não estamos falando de 1.000 nm, que equivalem a 102 kgfm. São exatos 10 mil newton metros de torque! É mais força que três motores V8 diesel de 16 litros do Scania R 620 6×4, um cavalo mecânico desenvolvido para puxar mais de 150 toneladas.

A marca nem fala qual é a potência em cavalo-vapor e nem precisa. Vamos fazer uma pequena analogia para que o amigo tente compreender o que todos esses números significam. Um automóvel com motor de 2,0 litros, de aspiração natural, tem em média de 18 a 20 kgfm de torque, enquanto um carro popular, equipado com motor 1.0 gera em média de 9 a 11 kgfm. Quem já andou num e no outro sabe a diferença que é a arrancada do mais fraco para o mais forte. Agora tente amplificar multiplicando por cinquenta? Deu para imaginar? Não? É compreensível!

Então vamos tentar ilustrar com os números divulgados pelo próprio fabricante. O Tesla Roadster acelera de 0 a 100 km/h em 1,9 segundo. Para se ter uma ideia, antes dele, o automóvel de produção com aceleração mais rápida já registrada foi o Porsche 918 Spyder. O supercarro híbrido alemão cravou 2,2 segundos. Atrás dele está outro Tesla, o Model S, que registrou 2,28 segundos.

O modelo também é capaz de cumprir o quarto de milha (0 a 400 metros) em 8,8 segundos. Até outro dia o carro mais rápido nesse tipo de aferição era o Dodge Challenger SRT “Demon”, que tinha cravado 9,65 segundos. Vale ressaltar que o Demon foi desenvolvido justamente para essas provas de arrancada de 0 a 400 metros, comuns nos Estados Unidos. Tanto que, junto com o carro, o comprador ainda leva acessórios como duas rodas com aqueles pneus dianteiros fininhos para reduzir o atrito e macaco e pistola elétricos para facilitar a troca das rodas dianteiras na pista.

Assim como o Dodge, apenas outros cinco automóveis saíram de fábrica capazes de fazer o 0 a 400 metros abaixo dos 10 segundos. São eles: Bugatti Veyron Super Sport, Ferrari LaFerrari, McLaren 720S e P1, além do Porsche 918 Spyder. Todos supercarros caríssimos de produção limitada. A Tesla é tão megalomaníaca, que a série limitada “Founder Series Reservation” contará com 1 mil exemplares.

E para finalizar a surra, o Roadster tem velocidade máxima de 400 km/h. Além dele, apenas outros três automóveis de produção superaram a marca: O Koenigsegg Agera, e os Bugatti Veyron e Chiron. Como se tudo isso não bastasse, as baterias do esportivo elétrico têm autonomia de 993 quilômetros.

A Tesla não explica como toda essa força é gerenciada e nem quais são os sistemas eletrônicos que atuam para que o Roadster não se transforme numa bala de canhão contra uma parede, mas ainda é cedo para que todas essas questões sejam resolvidas, afinal o carro ainda levará dois anos para chegar às ruas. No entanto, uma coisa é certa: por mais românticos que sejam os motores a combustão com seu balé dos pistões e sua sinfonia de explosões, não há como negar que o meteoro elétrico se chocará em breve!

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Marcelo Iglesias Ramos – Jornalista | Designer Gráfico – (31) 99245-0855

Fotos: divulgação Tesla

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