Nos últimos anos a Fiat passou por mudanças significativas. Deixou de ser uma marca única para tomar corpo de um grupo com inúmeros selos, a FCA, nome de casado após o enlace com a Chrysler. De lá para cá muita água passou por baixo da ponte, como inauguração da planta de Goiana (PE), a entrada da marca no segmento de picapes intermediárias com Toro e claro, mudanças no corpo de executivos.
Agora é a vez de Antonio Filosa assumir as rédeas da operação na América Latina. Italiano de Nápoles, o executivo conhece bem o mercado brasileiro e latino americano, tendo ocupado cargos tanto em Betim como em Córdoba, na Argentina. Filosa tem um discurso positivo sobre o mercado de automóveis também sobre os rumos da economia.
“Voltaremos a ter 3,6 milhões de unidades emplacadas. Não será agora, para este ano já esperamos algo em torno de 2,4 milhões”, acredita o executivo. Para ele a economia já entrou no eixo e a FCA está pronta para retomar o terreno perdido durante a crise.
Para isso, a marca focará seus esforços em nichos como utilitários-esportivos (SUV’s), picapes e modelos de entrada. “A taxa Selic nunca esteve tão baixa e a expectativa é que o crédito seja facilitado. Isso impulsiona as vendas do consumidor que depende de crédito, assim como do empreendedor que busca modelos comerciais”, analisa Filosa, que também acredita que o novo plano do Governo, o Rota 2030, será fundamental para a expansão do setor.
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Questionado sobre os rumos da FCA por aqui, o novo presidente afirmou que há novidades para serem anunciadas. “No dia primeiro de junho, faremos um anúncio global de nosso plano estratégico para os próximos anos e também detalharemos nossos planos de investimentos. Nele o Brasil está incluso. Teremos novos produtos para a atender a demanda do mercado”, aponta.
Experiência
Filosa afirma que que os últimos anos foram de extrema importância para a FCA e que construiu uma base estratégica que lhe dará grande vantagem competitiva.
“Deixamos de ser monomarca. Com a chegada da Jeep adquirimos experiência de negócio que nos permite trabalhar outras marcas do grupo como a Alfa Romeo”, exemplifica.
A marca milanesa retorna ao mercado argentino este mês e em seguida voltará a ser oferecido no Chile. A possibilidade de voltar a vender o Coupe Sportivo no Brasil não está descartada. “Hoje sabemos como desenvolver um programa mais eficiente, com construção de rede exclusiva e praças. Produtos a Alfa tem, mas tudo deverá ser planejado com muito cuidado”, afirma o executivo que não esconde a pataquada que foram as outras tentativas de vender Alfa Romeo por aqui.
Eficiência
Questionado sobre a morosidade da FCA em relação a soluções de soluções limpas, como motores elétricos e modelos híbridos, o executivo garante que a implementação desses modelos de propulsão não é tão imediata. “Estamos caminhando, mas sabemos que o custo de implementação dessas tecnologias não é do dia para noite. É um modelo que vai se construído aos poucos. Não dá para obrigar um consumidor a pagar 20 mil euros num Fiat 500 só porque ele é elétrico. O motor a combustível fóssil não vai deixar de existir. Ele continuará sendo oferecido, mas combinado a outros modelos”, garante.
No entanto, o executivo acredita que para o Brasil a eletrificação dos automóveis não seja uma demanda imediata como em outros mercados. “O Brasil tem uma base instalada de produção de etanol como em nenhum outro mercado e domina a tecnologia. Além de ser quase tão limpa quando a elétrica, quando se compara sua produção do começo ao fim do ciclo. Não há porque investir em outro modelo. O que deve ser feito é aumentar a eficiência dos motores a combustão usando o etanol e também combiná-los com soluções híbridas”.
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Marcelo Iglesias Ramos é Jornalista e Designer Gráfico.
Está na área desde 2003, atualmente é o editor do caderno HD Auto, do jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte. Figura presente em todos os lançamentos, salões do automóvel e eventos da indústria automobilística. Para relaxar, tem como hobby escrever para seu blog de games, o “GameCoin” (www.gamecoin.com.br).
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