Quem comprou carro 0 km está rindo à toa com situação inusitada no mercado. Ranking revela seminovos com maior valorização em 2022
A crise dos semicondutores provocou uma situação inusitada no mercado de carros usados e seminovos no Brasil. Enquanto normalmente o carro desvaloriza até 30% quando o proprietário retira o possante novo da concessionária, quem comprou um zero quilômetro em 2021 teve uma grata surpresa ao comparar o valor de mercado neste semestre.
Uma pesquisa feita com os 40 automóveis de passeio e comerciais leves mais vendidos no Brasil revela que os seminovos tiveram valorização de 7,13% neste ano. O levantamento feito pela Mobiauto comparou os preços dos modelos zero km, no primeiro semestre de 2021, com o valor de mercado na média de janeiro a junho.
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Ao analisar a lista, surgem alguns casos bem curiosos! Por exemplo do Fiat Mobi, que lidera o ranking. Quem comprou um subcompacto em 2021 pelo preço de R$ 47.255 viu o veículo valorizar 20,77% no período. Ou seja, caso deseje vendê-lo, tem com referência o valor de R$ 57.068. Nada mal, heim?
O mesmo acontece com a Fiat Strada, veículo mais vendido no Brasil em 2021 e que segue na liderança neste 2022. No ano passado, uma unidade vendida pelo valor de R$ 82,6 mil hoje tem preço de R$ 95,3 mil, uma alta de R$ 15,4%. O segundo mais valorizado é o Volkswagen Nivus, com 15,7%. De R$106,6 mil no preço de um zero km em 2021, agora um seminovo é avaliado em R$ 123,4 mil.
“Essa é uma distorção que tem havido no mercado de seminovos. Com a falta de modelos básicos, já que o mix foi reorientado pra produzir carros de maior valor agregado em razão da falta de componentes, as montadoras reajustaram bem acima da inflação os preços de seus carros mais baratos. Isso foi uma estratégia para desincentivar a compra. Os aumentos dos novos acabaram puxando a cotação dos seminovos”, explica Sant Clair Castro Jr., consultor automotivo e CEO da Mobiauto.
Dos 40 carros seminovos analisados, apenas três modelos anotaram desvalorização: Chevrolet Spin, Renault Sandero e VW Gol. “Mesmo assim, os percentuais são mínimos, quando sabemos que, em condições normais, o carro zero km deprecia de 15% a 20% após um ano de uso”, acrescenta Castro Jr.