Volkswagen, General Motors e Toyota fizeram pressão para barrar benefícios fiscais. Stellantis, BYD, Caoa e HPE serão beneficiadas
A reforma tributária, aprovada na última sexta-feira (15) na Câmara dos Deputados, impôs uma derrota para Volkswagen, General Motors (GM) e Toyota. É que os deputados aprovaram a prorrogação dos incentivos fiscais destinados às fábricas de veículos localizadas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. A decisão, que recebeu 341 votos a favor, 153 contra e quatro abstenções, estende os benefícios até o ano de 2032, conforme proposto pelo Senado no âmbito da reforma tributária em pauta.
Mais conteúdo:
- Toyota vai destinar célula de hidrogênio para veículos comerciais
- Lançamento: Fastback Abarth: Melhor que o Irmão
- Renault Kardian chega em março de 2024 com proposta avançada
- ‘É impossível imaginar um mundo sem Jeep’, diz CEO Global
- Zema: carro elétrico vai destruir milhões de empregos no Brasil
Antes de abordar o destaque relacionado ao setor automotivo, os deputados rejeitaram a renovação do incentivo para a indústria de autopeças, com 285 votos contrários e 192 a favor. No entanto, outro benefício, voltado para a produção de baterias de carros elétricos nas mesmas regiões, foi mantido por uma margem de 299 votos a 192.
O resultado da votação representou uma derrota para gigantes automotivas como GM, Toyota e Volkswagen, que, em comunicado conjunto divulgado na última quinta-feira (14), solicitaram o fim do incentivo para veículos com motores a combustão (flex, gasolina e diesel). O pedido era específico para a exclusão dos parágrafos 3, 4 e 5 do artigo 19 do texto da Reforma Tributária, os quais estendem os benefícios tributários para montadoras do Norte, Nordeste e Centro-Oeste até 2032.
As montadoras argumentaram que o setor automotivo representa 20% do PIB industrial do Brasil e expressaram preocupações com a renúncia fiscal, considerando-a prejudicial à concorrência e um retrocesso em termos tecnológicos e ambientais. Destacaram, ainda, que a reforma deve visar o futuro, incentivando o avanço tecnológico, industrial e ambiental, em vez de prorrogar benefícios para veículos com motores a combustão pela quarta vez.
As três marcas possuem fábricas na região Sudeste e Sul do Brasil. No mês passado, também a chinesa GWM havia se pronunciado a favor da pauta das montadoras.
A nota conjunta ressaltou o valor significativo de R$ 5 bilhões anuais destinados a um único grupo automotivo no país, a Stellantis, que opera um complexo industrial em Goiana (PE), responsável pela produção de modelos Fiat e Jeep. Outra empresa que será beneficiada é a chinesa BYD, que terá fábrica na Bahia. Caoa (Chery e Hyundai) e HPE Motors (Mitsubishi e Suzuki) também seguem beneficiadas.
- VW T-Cross 2025: Vale Quanto Custa?
- Toyota Hilux GR Sport no dia-a-dia e no Off-Road
- Teste do Novo Chevrolet Spin 2025
Na visão da Volkswagen, GM e Toyota, A inclusão desses parágrafos na reforma representa, um direcionamento inadequado num momento em que a indústria automotiva busca incentivos para a produção de veículos de energia limpa.