Queda no preço das baterias impulsiona mercado de elétricos

Estudo da Bloomberg revela redução de 51% no custo das células de fosfato-ferro-lítio na China

Um dos principais obstáculos para a expansão do mercado de carros elétricos é o alto custo das baterias e está começando a ser superado. De acordo com um estudo recente da Bloomberg, o preço das células de fosfato-ferro-lítio (LFP) despencou 51% em um ano, atingindo uma média de US$ 53 por quilowatt-hora (kWh) na China – o preço de uma bateria de veículo elétrico é determinado por sua capacidade de armazenamento, dada em quilowatts-hora (kWh), que define a autonomia e o nível de potência do motor que fornece. Desde outubro de 2022, o valor médio do kWh no país asiático está abaixo de US$ 100.

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Essa queda significativa está relacionada a diversos fatores, como a redução de 20% no custo das matérias-primas e a necessidade das fabricantes de baterias de baixarem os preços para manterem sua participação no mercado. Além disso, as empresas têm investido fortemente em pesquisa e desenvolvimento, buscando aprimorar os processos de automação e reduzir ainda mais os custos de produção.

Atualmente, a China fabrica mais baterias do que a demanda global por carros elétricos, o que contribui para a queda nos preços. Como resultado, no mercado chinês, já existem veículos elétricos que custam menos do que suas versões equipadas com motores a combustão.

Impacto nos preços ainda deve levar tempo

Embora a redução no custo das baterias seja uma notícia animadora para o setor, o impacto nos preços finais dos carros elétricos, especialmente no Brasil, ainda deve levar algum tempo para ser sentido. Além disso, é importante lembrar que veículos híbridos e elétricos passarão por taxações nos próximos anos, o que pode contrabalancear a tendência de queda nos preços provocada pelo barateamento das baterias.

Futuro no Brasil ainda é incerto

O Brasil, sendo um dos principais destinos de carros elétricos da China, deve se beneficiar dessa redução nos custos das baterias no futuro. No entanto, o cenário no país é mais complexo e o futuro da transição energética na indústria automotiva ainda está em discussão. Enquanto o governo aprovou o regime automotivo Mover, que incentiva veículos mais limpos, setores da indústria e do governo divergem sobre incentivar ou taxar veículos elétricos e híbridos, o que pode mitigar a vantagem do menor custo das baterias nesse primeiro momento.

Apenas o tempo dirá como essa “batalha” entre a redução nos custos das baterias e as possíveis taxações sobre veículos eletrificados irá se desenrolar, determinando o ritmo da adoção de carros elétricos no Brasil e no mundo.

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