Porsche 956: as asas de Bellof

O automobilismo é laureado por campeonatos, troféus e pódios, mas as lendas se formam em breves intervalos de tempo, em manobras, ultrapassagens e voltas rápidas. O alemão Stefan Bellof entrou para a história em 1983 ao completar os 20,8 quilômetros do Anel Norte de Nurburgring (Nordschleife) em 6m11s13 a bordo do assombroso Porsche 956, na edição dos 1000 km de Nurburgring, em etapa válida pelo Campeonato Mundial de Endurance.

Desenvolvido para a temporada de 1982, o 956 se tornou praticamente o dono da competição e foi coroado como o “Carro de Corrida do Ano”. Para se ter uma ideia, na etapa de Nurburgring de 1983, dos 101 carros inscritos na prova, cerca de 40 unidades eram do 956. Tanto que os 17 primeiros lugares eram só de 956, “conquista” que poderia ter se estendido até a posição de número 28 se não fossem duas Lancia LC2 que furaram o bloco nas posições 18 e 22.

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O 956 tinha desenho esculpido para cortar o vento e trazia evoluções que vinham desde o 908 (1968), passando pelo lendário 917 (1970). Com frente curta e inclinada e um imenso aerofólio, era como se fosse uma flecha a poucos milímetros do chão. 

O motor era compacto e originalmente tinha sido projetado para a Fórmula Indy. Como não poderia ser diferente na Porsche, tratava-se de um boxer seis cilindros turbo com 2.65 litros de deslocamento, mas suficientes para gerar 640 cv, acoplado a uma caixa manual de cinco marchas. 

Extremamente rápido, o 956 ajudou a alçar a carreira de Bellof e demais pilotos da época como Jacky Ickx e Derek Bell. Mas o 956 também foi o carro que ceifou Bellof, num acidente na etapa Spa Francorchamps em 1985. 




Marcelo Jabulas é Jornalista e Designer Gráfico.

Está na área desde 2003, atualmente é o editor do caderno HD Auto, do jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte. Figura presente em todos os lançamentos, salões do automóvel e eventos da indústria automobilística.
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