A Porsche apresentou a versão Targa da geração do 992, do Porsche 911, que chega para celebrar os 55 anos da opção semi-conversível. A versão surgiu como uma solução para agradar ao departamento de trânsito dos Estados Unidos e mantém suas características de 1965, que combina arco (em alumínio escovado) no lugar da coluna B, pára-brisas envolvente e pequeno teto removível.
O esportivo chega nas versões Targa 4 e Targa 4S, ambas com tração integral. A opção de entrada é equipada com boxer turbo 3.0 de 385 cv e 45 mkgf, que permitem acelerar de 0 a 100 km/h em 4,2 segundos. Já a versão 4S teve potência elevada para 450 cv e 53 mkgf, que reduz o tempo para 3,6 segundos.
Completa o conjunto a caixa de dupla embreagem PDK de oito marchas que é oferecida nas duas versões. No entanto, o 4S pode ser equipado com transmissão manual de sete marchas, para o cliente que busca uma tocada mais visceral.
Recheio
O Targa 4 é equipado com rodas aro 20, enquanto o Targa 4S conta com opções de 21 polegadas. Os freios contam com discos de 330 mm na versão “mais mansa”, enquanto o endiabrado conta com conjunto de 350 mm e pinças de seis pistões. Assim, com a caixa manual, é possível incluir discos de cerâmica (PCCB).
Apesar de o Targa manter estilo fiel ao modelo de 1965, o esportivo evoluiu drasticamente em tecnologia. O modelo conta com vetorização de torque, detector de piso molhado, além de nova versão do controle de tração PTM. O conjunto de suspensão também permite ajuste eletrônico de carga. Ou seja, ele te ajuda a não fazer barbeirada na pista.
A origem
A história do Targa se deve ao interesse da Porsche em ampliar sua participação nos Estados Unidos. A marca já amealhava bons resultados com o 356. Remover o teto não era problema, apesar de comprometer o pronto mais dramático do design que era cadência do teto escorrendo até as lanternas.
Mas, a bronca estava numa questão de legislação. Conta-se que a Porsche temia que o carro fosse barrado pelo departamento de transporte dos Estados Unidos, por faltar com segurança em caso de capotamento.
A solução foi buscar inspiração num projeto do carrozziere italiano Vignale, que em 1957 desenvolveu uma versão semi-conversível para o Fiat 1200, que foi apelidado de “Wonderful”, que tinha um arco no lugar da coluna B. O recurso garantia melhor rigidez a torção, sem a necessidade de pesados reforços estruturais. Saab e Toyota também recorreram a esse artifício para desenvolver esportivos
Assim, em 1965, a Porsche removeu o teto do 911, instalou o arco atrás da porta, que funcionaria como santo-antônio e um pára-brisas traseiro envolvente, em material plástico, que poderia ser removido. Posteriormente, ela substituiu por uma peça fixa em vidro.
O nome Targa
A cobertura se resumia a um pequeno teto destacável. Como o 911 tinha a versão Carrera, em homenagem à corrida Carrera Mexicana, os alemães resolveram batizar o semi-conversível de Targa, em alusão à corrida italiana de Targa Florio.
A partir daí diversos modelos passaram a contar com esse tipo de teto, como o Corvette a partir da geração C3, Ferrari 308 (e as sucessoras, 348 e 355). A Toyota também voltou a utilizar a arquitetura na geração W20 do cupê MR2, em 1989. E mesmo que o nome Targa seja registrado pela Porsche, informalmente todos modelos com esse tipo de carroceria passou a ser denominado como Targa.
993
Apesar de o 911 Cabriolet ter sido apresentado em 1981, a arquitetura do Targa foi mantida no portfólio na geração 930 e também na 964. No entanto, em 1995, quando a Porsche revelou a edição da geração 993, a marca removeu a barra central, e aplicou um sistema parecido com os conversíveis Ragtop (como no Fiat 500 Cabrio), arcos longitudinais e um teto de vidro bipartido, onde uma das partes deslizava para debaixo do pára-brisas traseiro.
Apesar de perder totalmente seu charme devido a ausência da barra anti-capotamento, era uma solução que permitia acionamento elétrico e não a remoção manual da cobertura. O recurso foi mantido nas gerações 996 e 997. O Targa tradicional retornou apenas na geração 991, no Salão de Detroit de 2014. Ele incorporava um engenhoso sistema de recolhimento da capota, que a acomoda entre o pára-brisas traseiro e cofre do motor.
Preços do 911 Targa
A nova geração do Targa começa a ser distribuído na Europa, a partir de agosto. Por lá o esportivo tem preço inicial de 128.500 euros (R$ 746 mil), na versão 4. Já a 4S salta para 144 mil euros (R$ 836 mil). Sua chegada por aqui deve acontecer em 2021. Resta saber quanto irá custar.
Fotos: divulgação Porsche
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