Que o novo Peugeot 208 agradou pelo design, ninguém discute, mas tem uma versão que é ainda mais atraente: o e-208 GT. 100% elétrico e com uma pegada esportiva, é um hatch compacto ‘fora da curva’.
Mas será que merece a sigla GT?
Veja o Teste do Camanzi:
Importado da Eslováquia, onde é produzido, chegou aqui em outubro do ano passado. Tem o mesmo design do 208 convencional, já testado por mim. Mas alguns detalhes, além de cores alegres como este amarelo, fazem com que fique com um ar mais ousado e chamativo E são poucos os que não gostam. Pena que, pelo que custa ainda está longe do bolso de muitos. Mas, para quem pode, é uma boa e divertida opção para deslocamentos urbanos.
Ligeiramente mais baixo; molduras pretas nas caixas de rodas de aro 17 polegadas com pneus de perfil baixo; grade com detalhes na cor da carroceria; teto e aerofólio pretos; logotipos que identificam a versão nas colunas e tampa do porta-malas, além de luz de neblina traseira no para-choque com olhos de gato e, claro, a ausência do escapamento, são os diferenciais. DRL, faróis e lanternas, são todos em LED.
Acabamento Interno
E como é a versão topo de linha do modelo lá na Europa, o acabamento no interior é melhor do que os nossos.
Tudo bem, tem o mesmo lindo quadro de instrumentos em 3D e volante pequeno como na versão Griffe. Mas, apesar de também usar plástico, completa com painel emborrachado; apliques imitando fibra de carbono; superfícies macias nos apoios de braço; revestimento em couro sintético e Alcântara nos bancos esportivos com aquecimento; e costuras coloridas. Bons arremates e o teto escuro, complementam para dar um ar mais refinado.
Nos equipamentos se sai bem!
Tem chave presencial; teto panorâmico; central multimidia de 10 polegadas com GPS nativo, espelhamento de celular e quatro portas USB, duas na frente e duas atrás; computador de bordo; sensores de estacionamento dianteiros e traseiros; câmera de ré com Visiopark 180º; sensores crepuscular e de chuva; carregador por indução; freio eletromecânico; ar-condicionado digital automático e luz ambiente em 8 cores.
Mas fica devendo uns detalhes bobos: não tem chave presencial para abertura e fechamento de portas e nem saídas de ar para o banco traseiro.
E quando se fala de espaço interno, é igual a todos.
Na frente é bom, com os ótimos bancos envolventes e confortáveis. Mas atrás é apertadinho mesmo para duas pessoas. E, uma terceira no meio, já não sei se cabe. Mesmo problema do porta-malas, que já não é lá grande coisa com seus 265 litros de capacidade e fica menor ainda com a bolsa que acomoda o cabo de recarga da bateria.
Agora em segurança, não dá ponto sem nó!
É bem completo, como deve ser. Além dos obrigatórios, completa com seis airbags, controles de tração, estabilidade e auxiliar de partida em rampa e um belo pacote do sistema ADAS de auxílio à condução: alerta de colisão com frenagem autônoma de emergência; farol alto automático; reconhecimento de sinalização de velocidade; alerta de fadiga do motorista; corretor de saída de faixa ativo; sensor de ponto cego; e o controle de velocidade de cruzeiro adaptativo, o famoso ACC. Um pacote bem completo.
Mas agora vamos à parte que diz respeito à sigla GT: a mecânica.
É equipado com um motor elétrico de 100 kW, ou 136 cavalos e um torque de 26,5 quilogramas força metro. E conta com três modos de condução: ECO, que maximiza a autonomia; Drive, para um maior conforto ao dirigir; e Sport, quando prioriza o desempenho utilizando potência e torque máximos. A tração é dianteira e o motor é ligado a uma caixa de transmissão com uma relação fixa e cinco modos de seleção comandados por um joystick: Park; Ré; Neutro; e Drive para condução à frente; e B Mode, que segura mais o carro nas desacelerações e aumenta a regeneração da bateria.
E por falar na bateria…
Pra começar um detalhe que todos querem saber: ela tem garantia de 8 anos ou 160 mil quilômetros. De Ion-Lítio, tem capacidade de 50 kWh, e permite uma autonomia de 340 quilômetros pelo ciclo WLTP. Suficiente para deslocamentos urbanos normais. E tem a facilidade de poder ser recarregada em uma tomada comum de 220 volts de 20 Amperes, por meio do cabo que vem junto. Como fizemos em nossa garagem.
E com plug tipo 2, além do cabo, dá pra recarregar em vários tipos de eletro pontos, como mostra a tabela com a capacidade de carga do ponto e o tempo de recarga.
Claro que para uma viagem, você vai ter que fazer um bom planejamento para garantir o deslocamento e a volta, já que aqui os pontos para recarga da bateria ainda são um problema de todos os elétricos.
Agora, se tem uma coisa que dá prazer, é dirigir este Peugeot elétrico.
A posição de dirigir é boa e a impressão que se tem é de estar vestindo o automóvel. E neste Peugeot o volante não interfere tanto na visibilidade do quadro de instrumentos, que mostra sempre como você está dirigindo e a autonomia que resta. Graças ao torque instantâneo, acelerações e retomadas de velocidade são boas e, junto com respostas precisas da direção e eficiência dos freios a disco nas quatro rodas, é muito gostoso de dirigir.
Só a velocidade máxima não é lá essas coisas. Mas é assim para não drenar rapidamente a bateria e garantir autonomia.
Uma coisa que chama a atenção, é o silencio ao rodar…
Tudo bem, é o que se espera de um carro elétrico. Mas neste Peugeot os reforços na suspensão junto com o bom isolamento acústico, fazem com que rode em silêncio mesmo em pisos ruins, o que prejudica um pouco o conforto, principalmente no banco de trás. Mas, aliada ao baixo centro de gravidade por causa da bateria no assoalho, permite ao Peugeot fazer curvas como se estivesse sobre trilhos. Um problema é a altura livre do solo. Com apenas um acompanhante, raspa a parte central com facilidade em lombadas. Pelo menos as chapas inferiores de proteção da bateria que são de plástico, nos carros que vem pra cá são trocadas por outras metálicas.
Agora só falta saber o consumo, né? Vamos lá!
Em nosso circuito ele consumiu 11,6 kWh, o que, ao preço de R$ 0,749 centavos o kWh em nossa região, resultou num custo de apenas R$ 0,096 centavos por quilômetro rodado. Ou seja, menos de 10 centavos. Para comparar, escolhemos o Onix Plus 1.0 manual, um dos compactos mais econômicos que testamos ultimamente e que, com o preço médio do litro da gasolina de R$ 5,06, também em nossa região no mesmo período, e fazendo o mesmo percurso, teria um custo de 32 centavos por quilômetro. // Enfim, como eu disse no começo, seu preço ainda é para o bolso de poucos, mas pra quem pode, é uma boa e divertida opção para deslocamentos urbanos com um custo operacional baixo e com a facilidade de poder reabastecer em casa como se fosse um celular.
Mas aqui entre nós, pelo desempenho geral eu acho que a sigla GT é um pouco demais para ele. O que vocês acham? Um abraço e até a próxima.
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Notas do Emilio para o Peugeot e-208 GT
Desempenho 8
Consumo 10
Segurança 10
Estabilidade 9
Acabamento 9
Espaço interno 7
Porta-malas 5
Custo-benefício 5