O Peugeot 208 é um automóvel injustiçado. O hatch fabricado em Porto Real (RJ) é um dos compactos mais qualificados do mercado há mais de cinco anos, mas o receio do consumidor diante da marca fez dele um fracasso comercial. Em 2018, o hatch emplacou apenas 7.092 unidades, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Para se ter uma ideia, o Chevrolet Onix (líder de mercado) anotou 210 mil licenciamentos.
Injustiças à parte, fato é que a Peugeot acaba de revelar a nova geração do 208. O modelo será um dos destaques do Salão de Genebra, que acontece nos próximos dias. O senão é que o hatch deixará de ser feito no Brasil. A nova geração será produzida na Argentina e virá importada para cá.
Elétrico
Mais leve, com um desenho mais agressivo, o compacto é construído sobre uma plataforma modular, projetada para receber motorização a combustão ou elétrica. O e-208 terá motor de 140 cv 26 mkgf de torque, com baterias de 50 kWh sob o assoalho que, segundo a marca, rendem autonomia de 340 km.
Já as opções a combustão contam com quatro opções de motores da linha PureTech. A unidade 1.2 rende potências entre 75 e 130 cv. E completa a gama uma unidade diesel 1.5 litro. Todas elas são combinadas com a transmissão EAT8, automática de oito velocidades.
Eletrônica
O novo 208 será oferecido em cinco versões: Like, Active, Allure, GT Line e GT. Nas opções mais sofisticadas ele contará com um forte pacote de tecnologias com direito a controle de cruzeiro adaptativo (ACC), assistente de estacionamento (Park Assist), monitores de faixa de rodagem e ponto cego. Detecção de pedestres com frenagem automática, assim como leitor de placas de trânsito.
Se por fora o 208 impressiona pelo desenho arrojado e com esportividade evidenciada pelas rodas aro 17 nas versões GT Line e GT, por dentro o estilo não deixa a desejar. O layout herdou muitos elementos do 3008, como a disposição do quadro de instrumentos, multimídia, climatização e mimos como freio de estacionamento eletrônico e GPS 3D e conexão com smartphones.
O 208 evoluiu significativamente. Ficou mais bonito e sofisticado. No entanto, resta saber como a marca irá preencher o “buraco” na linha fluminense. Afinal, Peugeot e Citroën emplacaram menos de 45 mil unidades, sendo que 6,2 mil foram de importados como C4 Lounge, C4 Picasso e 3008.
Marcelo Jabulas é Jornalista e Designer Gráfico.
Está na área desde 2003, atualmente é o editor do caderno HD Auto, do jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte. Figura presente em todos os lançamentos, salões do automóvel e eventos da indústria automobilística. Para relaxar, tem como hobby escrever para seu blog de games, o “GameCoin” (www.gamecoin.com.br).
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A Peugeot paga o preço do desprezo pelos mercados brasileiro e argentino. Há muito que o 2008 sofreu alterações na Europa, enquanto a marca insistiu em mantê-lo desatualizado na América Latina e, mesmo assim, sem oferecer o câmbio automático para o motor 1.6 turbo.
O 508 é um dos carros preferidos na França, Portugal e Espanha. Aqui deu as caras em pouquíssimas unidades por volta de 2013.
A Citroen ao menos colocou o C4 Lounge próximo ao Citroen C Elysee e lançou o C4 Cactus, com porta-malas de Sandero.