A Peugeot acaba de lançar a linha 2020 do utilitário-esportivo (SUV) 2008 que corrige uma reclamação antiga do público: a falta do casamento do motor THP 1.6 com uma transmissão automática. A solução do “problema” só foi possível com a nacionalização do primo C4 Cactus, da Citroën.
Segundo executivos da marca, quando o 2008 foi lançado, em 2015, o carro tinha sido desenvolvido para abrigar o motor 1.6 de 118 cv e uma opção de caixa automática de quatro marchas. O problema é que a caixa era insuficiente para o motor turbo e a unidade de seis marchas, que equipava o 408, não cabia no cofre do motor. Daí ele só foi lançado com câmbio manual de seis marchas.
E com a chegada do primo foi possível redesenhar o berço do motor, devido ao fato da PSA ter feito aporte de cerca de R$ 300 milhões para trazer o Citroën. E como os dois compartilham, finalmente foi possível encaixar o conjunto motor no leãozinho.
Linha 2020
Junto com a combinação do motor e caixa, o 2008 também passou por uma leve remodelação. O carro teve o para-choque dianteiro redesenhado, teve o ângulo de ataque elevado para 23˚, além e ter a parte frontal elevada, que deixou o jipinho com visual mais robusto.
Outra novidade é que o 2008 passa a ser vendido apenas com transmissão automática de seis marchas, que é combinado com a unidade 1.6 de 118 cv e a turbo de 173 cv. O portfólio passa a contar com quatro versões, partindo da opção para PCD, que custa R$ 70 mil, subindo para a versão Allure Pack (R$ 79.990), Griffe (R$ 89.990) e a Griffe THP, vendida por R$ 99.990.
O Turbo
Ao volante, a unidade THP automática mostra um comportamento arisco. O motor enche rápido e as trocas são imperceptíveis. No entanto, faltaram borboletas no volante. Não que a ausência comprometa o carro, mas a opção de reduções no volante, torna a dirigibilidade mais dinâmica.
Outro ponto positivo desse Peugeot é o bom acerto de suspensão. Em pista fechada, foi possível colocar o jipinho a prova, atacando curvas travadas com o motor cheio. O carrinho se mostrou muito firme, sem oscilações.
A parte desagradável de tudo isso, é que o carro só chega ao mercado no último trimestre de 2019. Depois de quase cinco anos, alguns meses a mais passarão rápido. Tão rápido quanto esse leão ganha velocidade.
Antes tarde do que nunca!
Marcelo Jabulas é Jornalista e Designer Gráfico.