A Square Enix, desenvolvedora de jogos como os da série Tomb Raider, surpreendeu a todos ao divulgar, no início deste mês, trailer do remake de Final Fantasy VII. O clássico jogo de RPG será lançado de modo episódico, com gráficos que aproveitarão toda a capacidade dos consoles modernos. Além disso, contará com elenco de dubladores para os principais personagens e com outras funcionalidades inexistentes no game original, de 1997, para PlayStation. Milhões de nerds de todo o mundo (eu estou nessa) estão em polvorosa com o remake desta obra-prima, que introduziu — vejam só — veículos automotores no universo de Final Fantasy.
A sétima edição do jogo mistura alta tecnologia e magia com primor. Armas de fogo, grandes indústrias e automóveis dividem espaço com temas comuns em jogos de RPG. Na seara automobilística o destaque vai para a Hardy-Daytona. O nome da moto é uma homenagem a Harley-Davidson e ao circuito de Daytona Beach, na Flórida. Na pista ocorrem eventos importantes, como a Daytona 200, sancionada pela American Motorcyclist Association (AMA). No game, a Hardy-Daytona é pilotada por Cloud Strife, protagonista da história. Ela pode ser usada em, no mínimo, dois minigames ao longo do jogo.
O título seguinte da série, Final Fantasy VIII (PlayStation), também traz veículos automotores. Se comparado ao game anterior, VIII traz maior número de modelos distintos, que variam conforme a parte do mundo onde o jogador se encontra. Em dado momento da trama, o protagonista Squall Leonhart guia, por exemplo, o Tempest, um conversível de luxo que assemelha muito aos Cadillacs.
Na “Era Moderna”
Final Fantasy XIII foi o primeiro jogo da série para PlayStation 3 e Xbox 360. Lançado mundialmente em 2010, também ganhou versões para Windows, Android e iOS. XIII gerou ainda duas continuações. Os hover cars dominam os cenários em todos os títulos. Além disso, entidades místicas que surgem para auxiliar alguns protagonistas se transformam em veículos. As irmãs Shiva, de Snow Villiers, se juntam para virar uma moto. Brynhildr, que ajuda Sazh Katzroy, se transforma num carro.
Já em Final Fantasy XV (PlayStation 4, Xbox One, Windows, Android, iOS, Nintendo Switch), último a ser lançado, de 2016, o carro é a alma. O título, que levou 10 anos para chegar às lojas, traz como “protagonista” o Quartz Regalia. O conversível é responsável pelas viagens de quatro amigos por um gigantesco mundo aberto. O modelo pertence ao pai do protagonista, o príncipe Noctis, que, junto de seus três companheiros, pega a estrada e enfrenta várias provações. A pegada road movie de Final Fantasy XV é espetacular e faz com que o carro se torne parte integrante do time.
O Regalia tem acabamento interno em couro e design que exala luxuosidade. Apesar de parecer um possante, o comportamento do conversível é desastroso. Tudo bem que se trata de um RPG e não de um título da série Forza, mas, mesmo assim, a dirigibilidade não é lá essas coisas. Caso o jogador queira guiar o modelo, terá de fazê-lo com muita cautela.
O Regalia não é veloz e não é bom de curvas. Qualquer batidinha (qualquer mesmo) causará tanto dano ao modelo que você terá de deixá-lo na oficina. Uma lástima. Mas existem pontos positivos. Além da beleza, são inúmeras as possibilidades de customização. Você pode transformar o veículo em um bruto off-road ou num carro voador, por exemplo. Para completar, se o jogador não curte um RPG, ele pode ter uma experiência mais recompensadora ao volante do conversível em Forza Horizon.
De acordo com Hajime Tabata, diretor de Final Fantasy XV, o Regalia foi baseado em modelos de luxo britânicos e alemães. Em um outro evento foi revelado que o carro teve como inspiração o atual portfólio da Rolls-Royce. Os veículos do mundo real que mais se parecem com o Regalia são o Cadillac Ciel e o Maybach Exelero.
Filme
Um Audi R8 dá as caras em Kingsglaive: Final Fantasy XV, filme que atua como um prelúdio para o jogo. Para promover filme e produto, a fabricante alemã lançou uma versão especial do modelo, que pertence no universo de Final Fantasy ao príncipe Noctis. O garoto não está para brincadeira mesmo! Mas também, é aquilo, né? Realeza é outra coisa.
Fotos: