Nesta segunda-feira (15) o Jaguar E-Type completa 60 de sua apresentação no Salão de Genebra. Além de ser um dos modelos mais emblemáticos da marca britânica. O E-Type extraiu um dos mais valiosos elogios já proferidos.
No dia 15 de março de 1961, perambulando pelo pavilhão de exposições da cidade suíça, algo chama a atenção do comendador Enzo Ferrari. Ele se dirige até o estande da Jaguar e fica admirando aquele esportivo comprido de frente longa e traseira curta.
Encantado com o E-Type, o comendador foi até o colega Sir William Lyons, dono da Jaguar, para cumprimentá-lo e dizer que o esportivo era: “o carro mais bonito já construído”.
Edição 60 Anos
E para celebrar a data, a Jaguar acaba de lançar a série 60 Edition. Trata-se de uma edição com 12 unidades restauradas das versões cupê e roadster do E-Type. Os carros são da primeira série, equipados com motor 3.8 litros.
O carro
Visualmente, o sucessor do XK150 mostrou uma revolução estética sem precedentes. Suas linhas são limpas com curvas suaves. Os faróis integrados aos para-lamas revestidos com uma proteção translúcida ladeavam a grade oval, que tinha um filete cromado ao centro com a medalha do felino.
A traseira era elevada, e deixava a mostra a suspensão e o escapamento. As lanternas repousam sobre os esguios para-choques. Na versão fechada, a cabine recuada tem teto em forma de gota e tampa do porta-malas que se abre lateralmente. Tudo isso enfeitiçou o velho comendador como se fosse o canto de uma sereia.
Mecânica do E-Type
Mas o E-Type era muito mais que um belo carro, era um carro extremamente moderno. Oferecido em três versões de carroceria, Roadster, Cupê e Cupê 2+2, o Jag contava sofisticações extraídas das pistas.
A versão com quatro bancos se diferenciava pelas portas maiores, para facilitar o acesso, assim como teto um pouco mais plano para acomodar os passageiros de trás e entre-eixos alongado de 22,9 cm, que deixava seu desenho um pouco menos harmônico que os demais, mas permitia quatro ocupantes.
Ele recebeu suspensão independente nos eixos dianteiro e traseiro, assim como freios a discos nas quatro rodas. Tudo isso, extraído do D-Type, que era o bólido de corridas da marca britânica.
Sob o capô, a Jaguar instalou o famoso seis cilindros 3.8, equipado com três carburadores SU. Cada um alimenta uma dupla de cilindros. Em 1961, o bloco entregava 268 cv, na bancada. Ou seja, aferido sem a instalação de agregados e filtros, como era comum na época. Já seu torque era de 32,5 kgfm. Uma força espantosa que permitia fazer o E-Type.
Transmissão
Sua transmissão manual de quatro marchas fazia dele um carro esperto para a época. Mas para os padrões atuais um “corte” ou dois a mais na grelha do trambulador não fariam mal. Isso porque acima dos 150 km/h, o motor opera em rotação muito elevada. Mas isso não tirava o brilho do Jag.
Fabricado até 1975, o E-Type passou por pequenos ajustes visuais, que se concentraram na parte frontal, além de ter recebido motor 4.2 litros, que manteve a mesma potência, mas elevou ou torque para 38,4 kgfm, que resultou em melhor aceleração.
O E-Type foi substituído pelo XJ-S, em 1975. O novo cupê tinha uma panca mais classuda, mais focado no conforto do que na performance. Apesar de não ter o carisma do antecessor, ficou em linha por 21 anos.
Fotos: Jaguar/Divulgação
Marcelo Jabulas é Jornalista.
Está na área desde 2003, atualmente é o editor do caderno HD Auto, do jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte. Figura presente em todos os lançamentos, salões do automóvel e eventos da indústria automobilística. https://www.youtube.com/garagemdojabulas
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