O rebelde Bentley Continental R Mulliner

A Bentley se prepara para lançar uma nova versão do Continental GT, no dia 23 de março. E enquanto isso, vale recordar como a marca britânica sempre teve tradição na oferta de grandes cupês como o clássico R-Type de 1950 e o S1 Continental.

No entanto, a marca passou um bom período concentrada em modelos de carroceria sedã, até que em 1991 lançou o Continental R, que era derivado do Brooklands. Naquela época, a Bentley vivia momentos difíceis, sob o comando da Vickers, que tinha assumido controle da Rolls-Royce, que dirigia a Bentley desde 1931. E o que os novos dirigentes queriam era diversificar o portfólio, deixando a Rolls no degrau mais alto.

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Mas nem por isso, os Bentley perderiam seu lastro, mas seriam menos conservadores. Grande, o cupê tinha 5,31 m de comprimento, com 3,06 m de entre-eixos. Medidas que garantiam conforto absoluto para quem viajasse ao volante, ou se acomodasse no banco de trás.

Naquela época o mercado de cupês de luxo era dominado por modelos como Jaguar XJS, Mercedes-Benz 500 SEC, assim como o recém lançado BMW Série 8. O argumento do Continental para atrair a clientela milionária na Europa e Estados Unidos era seu acabamento impecável.

Ele era mais refinado que um Jag e, ao mesmo tempo, muito mais esportivo que Rolls-Royce Corniche. Sob o capô, o Continental R era equipado com V8 6.7 Rolls, alimentado por uma turbina Garret, que garantiam 330 cv e 61 mkgf de torque e transmissão automática de quatro marchas, fornecida pela General Motors. Força suficiente para deslocar suas 2,4 toneladas.

O coração do Continental

Por outro lado, a Bentley sabia que precisava de mais vigor. Em 1995, a marca lançou o Continental T, que tinha chassi encurtado e seu V8 ajustado para 420 cv. Era definitivamente o Bentley capaz de entregar refinamento e desempenho. 

Mas por ser mais curto, o T não oferecia o mesmo conforto no banco traseiro que o Continental R. E geralmente quem compra um Bentley, prefere viajar no banco traseiro, se é que o amigo me compreende.

Mas o ponto alto do cupê foi apresentado em 1999, na versão R Mulliner. Ele utilizava o chassi original com o motor de 420 cv. Apesar de extremamente pesado, ele conseguia acelerar a até 275 km/h. Era o estado da arte da marca inglesa.

Mas o Continental R Mulliner teve vida curta. O cupê saiu de linha em 2001, já sob comando do Grupo VW, o Continental saiu de linha para a chegada do Continental GT, com mecânica alemã.

Mas o Continental R era tão marcante, que em 2008 a Bentley apresentou o Brooklands Coupé, derivado do Arnage. O carro era um sucesso espiritual do antigo cupê, inclusive era equipado com motor 6.7 Rolls-Royce. O modelo teve 550 unidades produzidas até 2011.  

Sem dúvida um dos carros mais legais já construídos.

 


Fotos: Bentley/Divulgação


 

Marcelo Jabulas é Jornalista.

Está na área desde 2003, atualmente é o editor do caderno HD Auto, do jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte. Figura presente em todos os lançamentos, salões do automóvel e eventos da indústria automobilística.  https://www.youtube.com/garagemdojabulas

 


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