O que esperar das vendas neste segundo semestre

O trânsito de interessados e compradores nos salões de exposições das concessionárias agora em julho, atraídos pelos descontos limitados a veículos de até R$ 120.000 oferecidos pelo Governo Federal e que se esgotaram em apenas um mês, tende a ser crescente no segundo semestre pelo que ficou demonstrado na primeira semana de agosto.

Nos primeiros sete dias deste mês a Anfavea apontou uma subida nas vendas de veículos leves e pesados de 23% em relação ao mesmo período de 2022. Trata-se de um número muito bom porque caminhões e ônibus puxaram para baixo a estatística em razão do aumento médio de preços de 20% como reflexo das novas exigências de emissões para os motores Diesel nas unidades fabricadas em 2023.

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Isso não significa que o ritmo será mantido nesta e nas próximas semanas. Um fator positivo é a redução paulatina dos estoques nas fábricas e concessionárias de 33 dias em maio para 26 dias em julho. Por outro lado, ainda não está claro se as vendas estimuladas, inclusive por descontos que quase todas as marcas adicionaram ao incentivo governamental, tratou-se apenas de antecipação de compras.

A associação dos fabricantes acredita que o mercado deve fechar 2023 com crescimento na faixa entre 5% e 7% em contraste com a estimativa de 3% anunciada em janeiro. Porém, os números só serão revisados ao final do terceiro semestre deste ano, segundo indicou Márcio Leite, presidente da entidade.

O início da redução da taxa Selic por parte do Banco Central é um bom sinal. Contudo, para manter a inflação sob controle a queda terá que seguir uma trajetória gradual e em doses homeopáticas. Deve-se refletir com mais intensidade apenas em 2024. O Programa de Aceleração do Crescimento, do Governo Federal, também pode ajudar, todavia não há confiança irrestrita nos resultados.

Fator mais importante para recuperação do mercado pode ocorrer quando for aprovado pelo Congresso – acredita-se ainda neste trimestre – o novo Marco de Garantias para empréstimos em geral. A exemplo de vários outros países, o objetivo é acelerar a retomada de bens de quem se tornou inadimplente nos financiamentos, sem necessidade de judicializar o processo.

A tendência será uma redução importante dos juros do Crédito Direto ao Consumidor. Isso tornará mais baixas as prestações de quem paga em dia e aumentará a concessão dentro desta modalidade. Hoje apenas 30% dos veículos são financiados e para as vendas crescerem com vigor o patamar teria de voltar a atingir 70%.

Entretanto, isso não ocorrerá da noite para o dia. Será um procedimento gradual e possivelmente longo.

 

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911 Turbo S Cabriolet vale cada real de R$ 1.845.000

Modelos conversíveis são muito raros de ver nas ruas e estradas brasileiras, mas este se trata de um carro especial. A começar pela combinação de cor cinza da carroceria, interior de couro claro de alta qualidade e capota de lona marrom da unidade avaliada. Não se pode afirmar que o isolamento acústico é igual ao Turbo S cupê, mas a vedação de alto nível nada deixa a desejar.

O ronco inconfundível do motor 6-cilindros horizontais opostos três a três, 650 cv e 81,6 kgf.m, está ali para relembrar que o modelo lançado no Salão de Frankfurt de 1963 (completa 60 anos em 2023 e a marca Porsche 75 anos) permanece mais vivo do que nunca.

Claro, desde então perdeu o motor arrefecido a ar que no primeiro 911 era um 2-litros aspirado de apenas 130 cv/17,8 kgf·m e agora dispõe de um 3,7-litros turbo de arrefecimento a água de mesma configuração. Só que potência e torque hoje são cerca de cinco vezes maiores. Aceleração de 0 a 100 km/h evoluiu de 9,1 s para apenas 2,9 s e a velocidade máxima de 210 km/h para 320 km/h.

Esta versão do Porsche 911 Turbo S manteve a configuração 4×4 priorizando a tração traseira, o câmbio automatizado de duas embreagens, oito marchas e a regulagem pneumática de altura da suspensão dianteira para limitar raspar em desníveis. A posição de guiar com o volante em posição quase vertical mantém a tradição da marca, assim como a chave de partida acionada pela mão esquerda.

O conjunto mostra equilíbrio em curvas impressionante, mesmo com o motor atrás do eixo traseiro. As rodas têm 20 pol. de diâmetro na frente e 21 pol. atrás (pneus 255/35, na dianteira e 315/30, na traseira). Chama ainda mais atenção a potência e precisão de freios com discos carbocerâmicos, além de pinças de 10 pistões (!) na frente e 4 pistões atrás.

Com opcionais o preço sobe para mais de R$ 2 milhões.

 

Evolução dos pneus cada vez mais surpreendente

Quando o Ford modelo T foi lançado em outubro de 1908 usava rodas de 21 pol. de diâmetro e pneus bem estreitos de 4,5 pol. O tempo passou, as rodas diminuíram bastante de diâmetro (Morris Mini-Minor, por exemplo, apenas 10 pol.) e agora a escalada é inversa. Rodas de 22 pol. de diâmetro estão nos supercarros e no SUV Aston Martin DBX707, por exemplo, há opção de 23 pol. No mercado de acessórios são encontradas rodas de 24 pol. e até mais.

A Pirelli já testa pneus para 500 km/h, embora ainda sem previsão de equipar um automóvel. A evolução dos pneus tem avançado bastante, confirma Roberto Falkenstein, consultor de Tecnologias Inovativas para a América Latina, da marca italiana.

“Hoje existem pneus de construção sem emenda projetados para supercarros. Há ainda os chamados run flat bem mais seguros não apenas para altas velocidades, mas igualmente para automóveis comuns, pois continuam a rodar mesmo furados e com aviso luminoso para o motorista. Também avançam em materiais (garrafas pet recicladas e óleo de soja) na sua construção, além de borracha obtida em plantação no deserto.

“A tecnologia Cyber Tyre é outra grande conquista. O sensor do pneu coleta e transmite dados vitais para a unidade de controle eletrônico do carro e depois para o motorista. E está no horizonte a comunicação via rede 5G que fará conexão com outros veículos para antecipar problemas como poças d’água e buracos no caminho”, indica o engenheiro.

 

Coluna Fernando Calmon nº 1.263

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