Novo Civic está entre os melhores híbridos do mercado

O Civic tem uma trajetória longa no mercado brasileiro no qual a quinta geração começou a ser vendida em 1992, ainda importada. Foi fabricado no Brasil entre outubro de 1997 e dezembro de 2021. Sempre teve uma acirrada disputa no mercado dos médios compactos em especial com o Corolla, que acabou vencendo a parada. Ainda assim, o Civic está de volta ao Brasil praticamente um ano depois, agora vindo da Tailândia e sujeito ao alto imposto de importação de 35%.

A Honda podia ter optado apenas pela versão a combustão, ainda em linha no exterior, porém preferiu oferecer tecnologia avançada e menor emissão de gases. Assim chega o híbrido padrão (não plugável) pelo preço elevado de R$ 244.900. O concorrente mais direto, Corolla Altis Premium Hybrid 1.8, custa R$ 193.690 ou 20% mais barato. Ocorre que o Civic é mais equipado, a começar por itens de segurança: oito airbags contra sete do concorrente.

 

Comparação entre o Honda Civic e o Toyota Corolla

 

A lista a favor do Civic é longa e apontada pelo site de comparação Carros na Web: banco dianteiro de regulagem elétrica também para o passageiro, saída de ar-condicionado para o banco traseiro, monitoramento de pressão dos pneus, indicador de fadiga, alerta de ponto cego e câmera no espelho direito, luz no porta-luvas, freio de estacionamento eletromecânico com auto-hold (ativação automática), partida remota do motor, sistema de som Bose de 12 alto-falantes e subwoofer, chamada de emergência, informação e visão remota do veículo por aplicativo e anulação eletrônica de ruído interno.

Já o Corolla oferece a mais alarme antifurto volumétrico, luz traseira de neblina, termômetro de água e airbag de joelho. Difícil avaliar precisamente as diferenças no preço final, mas dá para estimar algo perto de 10% (ou menos) se ambos oferecessem os mesmos recursos. Mesmo porque a diferença a favor do Civic se amplia com desempenho muito melhor, além de itens de segurança ativa a exemplo de vetorização de torque e mitigação de evasão de pista.

Depois de uma primeira avaliação, o que mais se destaca no Civic é o comportamento de um carro elétrico, mesmo sendo um híbrido padrão. O motor elétrico principal tem 184 cv/32.1 kgf.m e atua na maior parte do tempo. O motor a combustão somente a gasolina – 2 litros (ciclo Atkinson), 143 cv/19,1 kgf.m – funciona tanto como gerador para carregar a bateria quanto para ajudar no desempenho principalmente na estrada quando atua sozinho. Há ainda o motor/gerador que recarrega a pequena bateria de íons de lítio (1,05 kWh) sob o banco traseiro. Para quem aprecia o som de um motor convencional pode-se ouvi-lo por meio de alto-falantes e inclusive simulação de passagem de marchas mesmo no modo 100% elétrico.

A velocidade máxima é limitada a 180 km/h, mas as acelerações são fortes. Embora a Honda não divulgue aqui, em qualquer site da própria marca na Europa o tempo de 0 a 100 km/h é informado em 7,9 s (Corolla, em 12 s, bem mais lento). Consumo um pouco melhor frente ao rival: urbano, 18,3 km/l; rodoviário, 15,9 km/l. Alcance no caso do Toyota é um pouco maior – 770 km (urbano) e 662 (rodoviário) – pelo volume do tanque maior (43 l x 40 l).

Esta 11ª geração do Civic cresceu 35 mm na distância entre-eixos (2.735 mm). Espaço para pernas, ombros e cabeças está dentro da média do segmento, na frente e atrás. Capô ficou mais longo e baixo, para-brisa dianteiro um pouco menos inclinado e traseira de linhas mais limpas com porta-malas de 495 litros (antes 525 litros). Teto solar de série.

Dirigibilidade sempre foi um dos pontos altos do Civic e assim permanece: suspensão dianteira McPherson e traseira multibraço, direção precisa e boa definição de centro. Freios corretamente dimensionados transmitem sensação de segurança. Visibilidade à frente melhorou nesta geração. Um recurso interessante para os dias de chuva: os esguichadores de água estão agora acoplados às palhetas do para-brisa com limpeza mais eficiente.

 

Veja também:

 

 

ALTA RODA

 

JETTA GLI recebeu mais equipamentos desde que voltou a ser vendido no Brasil em abril do ano passado. VW acrescentou mais nove itens de segurança, a partir de dezembro último. Entre os principais destacam-se o detector de pedestre com frenagem autônoma e o assistente de condução ativo que mantém o carro no centro da faixa de rolagem, além de configurar velocidade e distância do veículo à frente. O sedã médio-compacto tem ótimo comportamento dinâmico, destacando-se o desempenho do motor 2-litros/231 cv/35,7 kgf.m. É o mais rápido deste segmento e com a caixa de câmbio automatizada de sete marcas acelera de 0 a 100 km/h em 6,7 s. Já o preço realmente deixa de empolgar: R$ 226.290. O modelo vem do México, portanto isento de imposto de importação. Apesar de bem equipado e ter boa central multimídia para Android Auto e Apple CarPlay, os materiais de acabamento deveriam melhorar.

MERCADO de autopeças está cada vez mais concorrido em razão de a frota rodante ter começado a envelhecer, invertendo a tendência consolidada pelo menos nos últimos 15 anos. A Takao, apesar de um nome japonês, é 100% brasileira e atua de forma diferente. Especializada em peças de motor como pistões, anéis de segmento, bronzinas e comandos de válvula projeta esses itens no Brasil e manda fabricá-los no exterior (China, Índia e Taiwan). Consegue assim importá-los com preços competitivos para 1.200 tipos de motores de automóveis e comerciais leves (inclusive picapes médias). Seu portfólio inclui 6.300 itens e também componentes para veículos importados.

 

Coluna Fernando Calmon nº 1.235

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