Mille Miglia, uma volta ao passado

Mille Miglia, uma volta ao passado

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A partir de amanhã até domingo, a Itália estará em festa, quando começará a 34a Edição Histórica da famosa corrida Mille Miglia (mil milhas), que foi disputada de 1927 a 1957. Foram 13 vezes antes da Segunda Guerra e 11 depois de 1947. Por isso, amantes da tradição, milhares de italianos e gente de toda a Europa estarão ao lado das estradas, ou nas cidades, para ver a passagem dos carros que marcaram época na prova.

O percurso da Mille Miglia pelas estradas italianas tem o formato de um “8”, ligando a cidade de Brescia a Roma, ida e volta, com um total de 1.600 quilômetros. Além de famosa, era também perigosa. Passando por grandes e pequenas cidades, a prova viu vários acidentes graves e acabou sendo suspensa. Afinal, os pilotos corriam em dupla e iam se revezando durante o percurso. Vencia a dupla mais rápida. O primeiro vencedor foi Giuseppe Morandi, com um ONM 665 S, que completou a prova em 21 horas e 5 minutos, com uma média horária de 78 km/h. Hoje, o percurso é praticamente o mesmo, só não é mais uma competição de velocidade, mas, sim, um rali com os carros históricos, que saem dos museus das grandes fábricas de automóveis ou de coleções particulares. O deste ano será feito em quatro etapas: de Breschia a Rimini (19/05); de Rimini a Roma (20/05); de Roma a Parma (21/05); e de Parma a Brescia (22/05).

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A Alfa Romeo que venceu a prova por 11 vezes, por exemplo, vai participar com três veículos famosos, a 6C 1750 Gran Sport, de 1930, a 1900 Sport Spider de 1954 e a 1900 Super Sprint de 1956. A estrela será a 1750 Gran Sport, com a qual o lendário Tazio Nuvolari e Giovanni Battista Guidotti venceram a prova em 1930, com um recorde: cravaram a média de 100 km/h em todo o percurso. Um feito na época! Mas, além do recorde, Nuvolari também deixou o mito da “ultrapassagem com os faróis apagados” (a prova entrava noite a dentro). Ao anoitecer, com problemas no sistema elétrico, deixou se ultrapassar e passou a se guiar pelos faróis do líder sem que ele percebesse. Um pouco antes da chegada o ultrapassou e venceu a corrida para delírio da torcida italiana.

Por outro lado, a 1900 Sport Spider é um carro de corrida raro da marca, já que foram produzidos somente dois exemplares. Equipada com um motor de quatro cilindros com 1,9 litro de cilindrada, duplo comando de válvulas no cabeçote e cárter seco, ele entrega 138 cavalos. Pesando apenas 880 quilos, ainda é capaz de chegar aos 220 km/h. O terceiro carro será a Alfa Romeo 1900 Super Sprint, de 1956, um cupê que ficou famoso na época pelo slogan “o carro da família que vence corridas”. Sua confiabilidade e desempenho fizeram com que fosse um dos carros preferidos pelos pilotos particulares nas Mille Miglia dos anos 1950.

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A Lancia, outra famosa fábrica italiana, estará representada com uma Ardea, que foi a vencedora em sua categoria na prova de 1947. Esse carro é praticamente uma “redução” da famosa Aprilia. Equipada com um motor de 4 cilindros em V, de apenas 903 cm3 de cilindrada, entregava 28 cavalos de potência, mas suficientes para leva-la aos 105 km/h.

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Já a Fiat estará representada pela 508S, de 1934, conhecida como “Balilla Coppa d’Oro”, e pela 110 TV Trasformabile, de 1955. A primeira, que tem o nome em homenagem à vitória que obteve na “Coppa d’Oro Del Littorio”, em 1934, tem como característica principal seus longos para-lamas contínuos pintados de vermelho. Na versão Mille Miglia, porém, eles eram separados da carroceria para favorecer a aerodinâmica e diminuir o peso. Derivada da Fiat 508 S Balilla Sport de 1933, tem um motor de 995 cm3 com 30 cavalos e pode chegar aos 110 km/h.

O segundo carro, um Fiat 110 TV Trasformabile, de 1955, é um conversível de dois lugares, com grade cromada, para-brisa panorâmico, bancos reclináveis e pneus com faixas brancas. Seu motor, de 1.089 cm3 de cilindrada e 50 cavalos, permite que o carro chegue aos 143 km/h de velocidade máxima. Entre as características de vanguarda na época, a suspensão dianteira independente, além de barras estabilizadoras na dianteira e na traseira, lhe garantiam uma boa estabilidade. Estes detalhes fizeram com que fosse usada por muitos pilotos particulares na Mille Miglia. Foram construídos apenas 142 exemplares.

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Enfim, Mercedes-Benz, BMW, Ferrari, Maserati, Porsche, Jaguar e várias outras marcas famosas, com modelos produzidos até 1957, ano limite para a participação na prova atual, estarão desfilando pela Itália, no que o lendário Enzo Ferrari definiu como “o mais belo museu que se move do mundo!”

 

Fotos: divulgação Alfa Romeo, Lancia e Fiat, e reprodução internet.

 

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Emilio Camanzi

Emilio Camanzi

Emilio Camanzi  é um jornalista experiente e formador de opinião, com mais de 56 anos de trabalho dedicados a área automobilística. Seu trabalho sempre foi norteado pela busca da seriedade e credibilidade da informação. Constrói suas matérias de forma técnica, imparcial e independente, com uma linguagem de fácil compreensão. https://www.instagram.com/emiliocamanzi/ 🙋 PARCERIAS: comercial@carroscomcamanzi.com.br

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