LANÇAMENTO – Novo Peugeot 308

O leão retocou a juba!

Em tempos de crise como a que estamos passando, mudar é preciso para tentar conquistar o consumidor que está arredio. Principalmente no setor automobilístico. Mas, também não dá para exagerar, pois o dinheiro está curto para todos. E é isso, basicamente, que a Peugeot fez com o novo 308, já como modelo 2016. Agora são apenas três versões; deu um “trato” na carroceria e na mecânica; caprichou no acabamento interno; e melhorou a relação custo/benefício incrementando a lista dos equipamentos de série, desde a versão mais barata. Produzido na fábrica da Peugeot em Palomar, na Argentina, o novo 308 tem uma nova grade que abriga o logotipo do leão (símbolo da marca), os faróis foram retrabalhados internamente e ganharam máscara negra. Para arrematar, um para-choque redesenhado com luzes diurnas e faróis de neblina integrados. O resultado ficou bom e deu um novo ar ao hatch que, apesar das discretas mudanças, ficou em dia com a identidade visual da marca.

300x250

Lateralmente, apenas as rodas em aro 17 polegadas são novas e com acabamento diamantado na versão Griffe, a topo de linha. Mesma política de racionalização utilizada na traseira, onde apenas as lanternas ganharam iluminação em LED.

Internamente o novo 308 se destaca pelo bom acabamento, materiais de boa qualidade e arremates bem feitos. Ganhou um novo volante revestido em couro e o quadro de instrumentos agora tem fundo branco e novo grafismo. O ar-condicionado de duas zonas automático – de série em todas as versões – foi recalibrado para ter mais potência e ser mais silencioso, enquanto que os bancos tiveram a estrutura reformulada e receberam espuma com nova densidade, para que se tornassem mais confortáveis. Com o mesmo objetivo, a suspensão tem novas articulações e amortecedores para filtrar melhor as imperfeições do piso. O teto panorâmico em vidro, com cortina acionada eletricamente, agora é de série em todos. Novidade, também, na central multimídia com tela de sete polegadas sensível ao toque, que permite espelhar o celular na tela e tem até um aplicativo que lê as notícias do dia. GPS e câmera de ré, porém, só na versão mais cara.

Segurança é um dos pontos fortes no novo 308. Todas as versões possuem seis airbags, cintos de três pontos e apoios de cabeça para todos os ocupantes, sistema Isofix para fixação de cadeiras infantis e freios a disco nas quatro rodas. A única mancada fica por conta do importante controle eletrônico de estabilidade que só é disponível a partir da versão intermediária.

Na mecânica, a versão intermediária, a Allure 2.0 Automática, continua com o motor de 143 cavalos com gasolina e 151 com etanol, e o câmbio automático de seis marchas de segunda geração. As atenções ficaram para a versão Allure 1.6, com modificações no motor para redução de atritos internos e uma nova taxa de compressão de 12,5:1. Não ganhou nem perdeu potência, continua com 115 cavalos com gasolina e 122 com etanol. Porém, diminuiu o consumo, permitindo que agora fosse enquadrado na classificação A no programa de Etiquetagem do Inmetro. Como novidade, também recebeu o sistema FlexStart que dispensa o tanque auxiliar de partida a frio e para ajudar o motorista a economizar mais combustível, um indicador de troca de marcha no painel.

As atenções maiores ficaram para a versão Griffe, a topo de linha. Ela recebeu o motor THP Flex, que, com turbo compressor e injeção direta, tem 173 cavalos com etanol e 166 com gasolina. Detalhe que lhe garante um dos melhores desempenhos na categoria, chegando aos 215 km/h de máxima e fazendo de 0 a 100 km/h em 8,1 segundos (8,9 com gasolina). Mérito, também, do novo câmbio automático de 6 marchas que a Peugeot denomina EAT6, com relações de marchas 11% mais longas e que tem a função ECO. Ao ser acionada, além de mudar o mapeamento do motor e as leis de passagens de marcha, a caixa prioriza a economia de combustível, segundo a Peugeot, em valores que podem chegar aos 7% em relação ao modelo anterior.

COMO ANDAM

Um detalhe bem legal durante o lançamento foi a possibilidade de dirigir de São Paulo, capital, ao Guarujá, pela tortuosa Estrada Caminhos do Mar, ou Estrada Velha de Santos, que segue o leito da antiga Estrada da Maioridade, de 1844. Calçada de pedras em 1913, foi a primeira rodovia da América Latina a receber pavimentação em concreto da década de 1920. Com a inauguração da Via Anchieta em 1947, tornou-se uma opção secundária de acesso à Baixada Santista. Hoje é Patrimônio Cultural, somente aberta a eventos especiais.

Apesar da forte neblina que impedia de andar um pouco mais forte, foi nessa estrada que deu para sentir o bom resultado das novidades na suspensão do novo 308. As apertadas curvas mostraram que a estabilidade continua como marca registrada dos carros franceses. Já o piso um tanto desgastado que o carro está mais “integro”, ou seja, absorve melhor as irregularidades passando uma sensação maior de robustez.

Tive oportunidade de dirigir duas versões: a Allure 1.6 e a Griffe. Na versão de entrada, o que mais chama a atenção é a impressão de que se está em um carro de categoria superior, devido à lista de equipamentos de série (veja no link abaixo o que vem em cada versão). Os novos bancos são confortáveis e acolhem bem o corpo e há um bom espaço para cinco adultos. Além disso, a boa posição de dirigir é recompensada por uma ampla visibilidade, enquanto que a precisão da direção eletro-hidráulica facilita a vida nas curvas, com a leveza correta para sentir o automóvel. O motor 1.6, claro, não é nenhuma usina de força, mas leva o carro numa boa e o câmbio manual de cinco marchas, com engates precisos e relações corretas, faz o papel dele no conjunto, que permite um desempenho coerente com a proposta do carro.

Na Griffe, a sensação quanto à visibilidade, conforto e dirigibilidade, é a mesma, porém, com um acabamento mais sofisticado. A grande diferença é na hora de pisar no acelerador. A maior potência e torque compensam as relações mais longas do novo câmbio automático de seis marchas e as respostas ao acelerador são rápidas. Já o bom torque máximo que está presente de 1.400 a 4.000 rpm, permite boas acelerações e retomadas de velocidade com segurança. Além disso, as trocas de marchas e reduções são suaves garantindo um bom conforto ao rodar. Pena que não tem aletas atrás do volante para trocas sequenciais, só na alavanca de seleção. Num carro com essa “pegada”, seriam bem vindas.

O novo 308 já está chegando às concessionárias, e pelo que deu para sentir nesse rápido test-drive, é que, além de um design que se diferencia e chama a atenção, ele evoluiu, principalmente, no que diz respeito a uma maior sensação de robustez do conjunto. Além disso, todas as versões são muito bem equipadas, o que garante uma boa relação custo/benefício. Detalhes que agradam aos consumidores brasileiros.

Preços:

Allure 1.6                  R$ 69.990

Allure 2.0                  R$ 75.990

Griffe THP 1.6          R$ 82.990

 

Lista de equipamentos Novo Peugeot 308

Ficha técnica – Novo Peugeot 308

 

Emilio Camanzi, de Guaruja/SP (viajou a convite da Peugeot do Brasil)

 

Fotos:

Emilio Camanzi

Pedro Bicudo/Divulgação Peugeot

 

 

DEIXE SEU COMENTÁRIO

Ver comentários (5)

  • É um bom carro, mas somente a verão Griffe vale a pena. Faltou direção elétrica e comandos no volante. Direção hidráulica e comandos satélite, herdou do 307. Uma pena.

  • É um bom carro, mas falta direção elétrica e comandos no volante, herança do 307. Somente a versão Griffe vale a pena.

  • Parece que ficou muito bom por mais que seja um dos dinossauros do nosso mercado. Começou a ser produzido na Argentina quando estavam decretando sua morte na Europa e agora quando a próxima geração por lá ta recebendo facelift, aqui fazem um facelift bem superficial.

    O motor 1.6 THP é maravilhoso, agora flex no álcool deve ser um capeta. O preço da versão Griffe faz ele ser um concorrente formidável para os modelos mais atuais como Golf e Focus.

  • Ótima análise Emílio, eu já tive Peugeot, os carros são bons mas o que peca é o pós venda e a revenda.
    Parece que a montadora não fez esforços para mostrar suas qualidades em nosso mercado, com isto a hora da revenda é um martírio e tive que "queimar" meu carro vendendo por um valor bem abaixo da tabela.
    Não foi uma boa experiência para que eu recomende o carro para um futuro comprador.

    • Obrigado Geraldo. Você tem razão. O problema dos Peugeot realmente são o pós venda e a revenda do carro. Durante o lançamento conversei com os executivos da marca e, segundos eles, estão trabalhando para reverter essa situação, concentrados na fidelização dos seus clientes com produtos de qualidade em vez de se preocuparem em aumentar a participação no mercado. E, claro, oferecer produtos como o novo 308 que tem uma ótima relação custo/benefício desde o modelo mais barato. Tomara que eles estejam certos. O carro realmente é muito bom
      Grande abraço

Postagem Relacionada