A Jaguar Land Rover também está atenta ao panorama que se molda e anunciou que até 2020 todos seus produtores terão versões que recorrem a fontes alternativas de alimentação. No entanto, os britânicos vislumbraram outra oportunidade, que pode torcer o nariz dos mais ortodoxos.
No início do mês o grupo promoveu um evento de tecnologia, o Jaguar Land Rover Tech Fest, em Londres. A mostra tinha como objetivo apresentar os programas de inovação para os próximos anos. Condução autônoma, tecnologias em segurança e novas formas de propulsão compuseram a agenda dos ingleses.
No entanto, o maior destaque ficou por conta de um Jaguar E-Type Série 1,5 (carroceria de 1967), que contrastava diante dos projetos futuristas da feira. Mas que diabos o E-Type estava fazendo ali?
A resposta é que “o carro mais bonito de todos os tempos”, segundo ninguém menos que o comendador Enzo Ferrari, abriga um conjunto de propulsão totalmente elétrico. Seu nome é E-Type Zero Concept e foi desenvolvido pela divisão Jaguar Land Rover Classic, que entre outros trabalhos também foi responsável por finalizar os seis chassis inacabados do E-Type Special GT, de 1963.
O projeto
O E-Type Zero não é apenas um roadster com um motor elétrico no lugar de uma unidade a gasolina. O novo “Jag” teve seu conjunto elétrico desenvolvido para oferecer a melhor distribuição de peso possível. As baterias de 40 kWh foram instaladas no porta-malas e o motor de 220 kW, equivalente a 300 cv, tem as mesmas dimensões do bloco seis cilindros 3.8 que equipava o E-Type Série 1 original.
Funcional, a carga das baterias do Zero Concept permite uma autonomia de até 270 quilômetros. Já o motor, tem torque suficiente para acelerar o roadster de 0 a 100 km/h em 5,5 segundos.
A ideia da Jaguar é mensurar o interesse dos consumidores sobre a possibilidade de instalar motores elétricos em modelos clássicos, ou até mesmo reativar a linha de montagem de modelos icônicos com propulsão elétrica. “Estamos ansiosos para a reação de nossos clientes diante desse novo conceito ao mercado”, aponta o diretor do Jaguar Land Rover Classic, Tim Hannig.
A vida imita a arte
Um E-Type elétrico nunca fora visto na vida real, até o Tech Fest, mas no cinema a ideia já tinha sido imaginada. Na ficção distópica “O Preço do Amanhã”, de 2011, que exibe um mundo onde a moeda corrente era o tempo, o protagonista compra um E-Type elétrico pela bagatela de 65 anos. Obviamente o carro era um Jaguar convencional, mas com adição de efeitos sonoros para não fugir da ambientação do filme.
Seja como for, a ideia da Jaguar é genial, pois sempre haverá interesse e mercado para modelos clássicos e a ideia de fabricá-los de acordo com as normas ambientais ou até mesmo convertê-los em elétricos, é, sem dúvida, um nicho de mercado que deverá se intensificar no futuro. Pode até não ter o ronco do motor e nem aquele fedor de gasolina, mas mesmo com o ruído de uma batedeira, nunca deixará de ser um Jaguar!
[su_slider source=”media: 10823,10830,10828,10829,10825,10833,10826,10832,10824″ link=”image” target=”blank” title=”no” pages=”no”]
—
Marcelo Iglesias Ramos
Jornalista | Design Gráfico
(31) 99245-0855