TESTE – JAC T6, um SUV para se levar em conta

Ele vem do Oriente. Poderia ser coreano ou japonês. Mas é chinês. Aliás, é preciso contar para as pessoas que ele vem de lá, pois se confunde facilmente com os outros orientais.

Desenhado na Itália, no Centro de design na JAC Motors em Turim, tem um jeitão bem parecido com o Hyundai ix35 que não dá para disfarçar. Mas, agrada a todos que o vêem, como deu para sentir durante todo o tempo que rodei com o carro. Chama atenção sempre pelo lado positivo.

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Apresentado durante o Salão do Automóvel do ano passado, agora ele já está no mercado para encarar a concorrência. E, além da tradição chinesa de oferecer carros bem equipados, vem com mais dois bons argumentos: preço de SUV compacto e tamanho de SUV médio. Ou seja, enfrenta EcoSport, Duster e Tucson quando se fala em preço, e Sportage, ix35 e ASX quando se fala em produto. E, claro, nessa disputa entram também os recentes Honda HR-V, Peugeot 2008 e Jeep Renegade.

Uma boa surpresa é entrar no T6. É que o acabamento, de uma maneira geral, melhorou muito se comparado aos carros chineses que temos no mercado. Sem falar do belo painel que enriquece o interior e do quadro de instrumentos que tem uma iluminação branca muito agradável e computador de bordo com todas as informações necessárias.

Bons arremates, materiais corretos e mais agradáveis ao toque, compõe de maneira positiva todo o interior, além de ser bem equipado, como o ar-condicionado digital. Na versão mais cara (são três opções de acabamento, veja os preços abaixo), tem uma interessante central multimídia, que além de câmera de ré, permite conectar, espelhar e operar na tela todas as funções de alguns smartphones e tablets, incluindo Waze, facebook e e-mails. Porém a tela touchscreen deveria ser mais sensível ao toque e, principalmente, mais intuitiva.

Outra coisa que chama a atenção é o espaço interno, principalmente para quem senta atrás. Cinco adultos se acomodam bem e ainda contam com um bom porta-malas de 610 litros. Também é macio ao rodar. A suspensão independente nas quatro rodas até que absorve bem as irregularidades, mas, não consegue controlar muito bem a carroceria em ondulações, fazendo o SUV balançar mais do que seria desejável, prejudicando um pouco o conforto.

Por outro lado, ela consegue fazer com que o T6 contorne curvas sem sustos apesar da altura e da inclinação da carroceria. Controles eletrônicos de tração e estabilidade seriam bem vindos para aumentar a segurança ativa.

Na mecânica, o T6 vem equipado com um motor de quatro cilindros e 2 litros de cilindrada com 16 válvulas batizado de JetFlex. De concepção moderna, cabeçote em alumínio, comando de válvulas de admissão variável, chega aos 160 cavalos quando abastecido com etanol (155 com gasolina) e conta com sistema de pré-aquecimento da mistura para as partidas a frio que funciona bem.

O consumo não é exagerado para um carro desse tamanho. Mas, poderia ser melhor. No circuito cidade/estrada fez médias de 5,4 km/l com etanol e 7,9 km/l com gasolina.

De uma maneira geral, permite um bom desempenho, principalmente quando queima etanol. Leva o carro de 0 a 100 km/h em 12,2 segundos e chega aos 186 quilômetros por hora. Mas apensar do sistema VVT que faz o comando de válvulas variar, falta um pouco de torque abaixo das 2.000 rotações. Isso obriga a acelerar um pouco mais na hora de arrancar, principalmente em subidas e com ele carregado.

Como o câmbio é manual (cinco marchas) uma primeira e segunda mais curtas ajudariam a tirar o T6 da inércia sem queimar muita embreagem, principalmente em subidas. Pelo menos os engates são bons, o que facilita “trabalhar” com ele. Porém, faz falta o câmbio automático, que resolveria em boa parte essa situação. Segundo a JAC ele só estará disponível no ano que vem, junto com outra boa novidade: motor turbo. Um novo conjunto que, com certeza, dará outro “espírito” ao T6. A direção elétrica tem uma boa resposta, sendo precisa em velocidade e leve em manobras. E os freios a disco nas quatro rodas com ABS, são progressivos e eficientes.

Enfim, tudo somado, esse SUV agrada. Apesar da desconfiança que os carros chineses ainda trazem, com a fama de qualidade que os da JAC já conquistaram em nosso mercado, além dos seis anos de garantia, é um carro para ser levado em conta pela boa relação custo/benefício.

Na concessionária em que fui devolver o carro depois da avaliação, um funcionário disse: “esse é o melhor dos JAC”. Eu também acho.

Preços:

JAC T6       R$ 69.990

Pack 1       R$ 71.990 – Barras longitudinais no teto / retrovisores pintados na cor da carroceria / maçanetas cromadas / frisos laterais cromados / retrovisores externos com rebatimento elétrico.

Pack 2       R$ 75.670 – Pacote 1 + câmera de ré / kit multimídia com mirror link

 

Ficha Técnica

Itens de série

 

FOTOS:

– Emilio e Camila Camanzi

– Divulgação JAC

 

 

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Ver comentários (8)

  • Camanzi, uma curiosidade que eu tenho, se você fosse o presidente da JAC Motors Brasil, o que você mudaria neste modelo?

    • Caro Humberto
      pergunta difícil essa... Mas conheço o trabalho do Sergio Habib e acredito que ele esteja fazendo o melhor. Eu, particularmente, me focaria mais no acabamento de uma maneira geral, apesar que o do T6 já dá para considerar bom.
      Um abraço

  • É um carro que veio com um pacote bem interessante. O preço dele e porte é bem similar ao Hyundai Tucson que mesmo sendo antiquado me parece uma opção mais equilibrada e ainda dispõe de câmbio automático (um equipamento que virou demanda de 9 a cada 10 brasileiros que compram um carro dessa categoria).

    A JAC poderia trazer uma versão de topo do T6, com 2.0 turbo e CVT como na China e quem sabe até com um inédito ESP. O custo de um ESP vem caindo muito e o diferencial no comportamento/segurança do carro é brutal.

    Abraços,

    Bernardo

    • Como eu disse na matéria Bernardo, eles devem trazer essa versão até o fim do ano. Não tinha disponibilidade dela para vir para o Brasil nesse primeiro momento.
      Abraço

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