Equipamentos tecnológicos usados por ladrões desafiam a segurança dos automóveis, enquanto motoristas buscam formas de se proteger
A revista Quatro Rodas apurou que, nos últimos meses, motoristas que transitam pelas rodovias do interior de São Paulo têm se deparado com uma nova modalidade de furtos que desafia as tradicionais medidas de segurança automotiva. Quadrilhas especializadas estão utilizando dispositivos tecnológicos avançados para abrir carros sem deixar qualquer vestígio, transformando paradas rápidas em postos de abastecimento em potenciais dores de cabeça.
A matéria pode ser vista aqui: Quatro Rodas.
Casos e Dinâmica dos Furtos
Um dos locais mais afetados por essa modalidade de crime é o Graal 56, situado na Rodovia dos Bandeirantes. Diversos relatos de vítimas que tiveram seus pertences subtraídos sem sinais de arrombamento têm surgido. Em um desses casos, um motorista de São Paulo parou no posto para uma breve pausa e, somente ao chegar em casa, percebeu que uma mochila e uma mala haviam sido furtadas do porta-malas do carro.
Outro relato semelhante foi encontrado no site Reclame Aqui, onde uma vítima que estacionou no mesmo posto relatou o desaparecimento de um notebook e documentos de trabalho importantes. Apesar das tentativas de contato para acessar imagens de segurança, a resposta foi insatisfatória.
Em um incidente destacado pelo Jornal da Região, um policial aposentado conseguiu deter um suspeito em flagrante, que estava prestes a furtar um Volkswagen T-Cross. O criminoso portava um dispositivo conhecido popularmente como “chapolin”, utilizado para bloquear sinais de segurança do carro.
Tecnologia e Método Operacional dos Criminosos
Para entender como esses furtos ocorrem, o especialista em segurança da informação, Davi Mikael, explicou como dispositivos tecnológicos são usados para burlar os sistemas de segurança dos veículos. Segundo Mikael, um dos métodos mais comuns é o uso de um jammer, um aparelho que interfere na frequência de rádio usada pelos alarmes para impedir que o carro seja devidamente trancado.
Os sistemas de travamento remoto dos carros trabalham com emissões de sinais de rádio que ativam o alarme. Um jammer “suja” este sinal, impedindo a comunicação e, assim, o trancamento das portas.
Além disso, alguns aparelhos conseguem copiar o código de segurança da chave, um sistema conhecido como Rolling Code, que, em teoria, gera um código único a cada uso. Porém, caso o criminoso consiga interceptar o sinal da chave enquanto o proprietário está distante do veículo, ele pode copiar esse código e usá-lo para destrancar o carro mais tarde. Isso é especialmente preocupante para veículos mais antigos, fabricados antes dos anos 2000, onde o uso do Rolling Code ainda não era um padrão.
Como se Proteger
Diante desse cenário, Mikael aconselha os motoristas a sempre verificar manualmente se as portas do veículo estão trancadas após acionarem o alarme. Manter a chave do carro sempre consigo e evitar deixá-la em locais vulneráveis, como mesas de lanchonetes, é essencial para prevenir a cópia de códigos.
O uso do “Flipper”, um dispositivo de baixo custo que pode ser utilizado para testar sistemas de segurança, também foi mencionado. Embora originalmente destinado a profissionais de segurança, pode ser empregado de forma indevida por criminosos.
Resposta das Autoridades e Empresas
Apesar dos esforços para mitigar esses crimes, a Rede Graal, responsável pelo local de muitos dos furtos relatados, preferiu não comentar sobre as ocorrências.
A crescente sofisticação dos métodos usados por criminosos obriga tanto fabricantes automotivos quanto usuários a repensarem as estratégias de segurança. A conscientização e a adoção de medidas preventivas são passos fundamentais para reduzir o impacto desses furtos.
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