Honda NSX: 30 anos da Ferrari japonesa

Um dos automóveis mais representativos do século passado acaba de completar 30 anos. O Honda (Acura) NSX, também conhecido como a Ferrari japonesa, foi revelado ao público em fevereiro de 1989, no Salão de Chicago, ainda na condição de protótipo.
No entanto, só chegou ao mercado em 1991, vendido tanto como Honda, assim como Acura, que é o selo de luxo da japonesa nos Estados Unidos. 
O NSX se tornou um ícone não pelo seus números de desempenho, arquitetura ou estilo. Ele se tornou um carro imortal principalmente pelos bastidores de seu desenvolvimento. 
A Honda trabalhava num projeto com motor central traseiro desde 1984, mas com os bons resultados da parceria com a McLaren na Fórmula 1, a marca resolveu mostrar que poderia fazer um carro esporte completo e não apenas um motor de corrida.
Quando o NSX foi exibido em Chicago, Ayrton Senna tinha acabado de conquistar seu primeiro título na F1, com o olimpiano MP4/4. Dizem que é o carro mais incrível já construído para a categoria. E não há como duvidar disso!
Bom, fato é que o desenvolvimento do NSX seguiu muito fiel ao protótipo apresentado nos Estados Unidos. Naquela época, Satoru Nakajima era o piloto de testes oficial do projeto. 
Mas, um dia, resolveram convidar Senna para dar umas voltas no NSX e dar sua opinião sobre o carro. Na garagem, perguntaram a ele o que achava. Ele respondeu que a carroceria torcia muito. 
Os engenheiros voltaram para a prancheta e elevaram a rigidez do carro. O carro foi entregue a Beco novamente, que elevou seu polegar. Senna ainda contribuiu para o acerto de suspensão do carro e testou o carro em diversas pistas mundo afora, com aquela obsessão que lhe era peculiar.



O NSX foi um automóvel espetacular. Seu V6 3.0 de 280 cv, montado na posição central traseira, em transversal, permitia uma distribuição de peso perfeita, o que fazia dele um carro extremamente estável, capaz de atacar curvas com uma voracidade incompatível com os demais esportivos com tração traseira. Ele ainda contava com recursos inovadores na virada dos anos 1990, como o controle de tração. 
A Honda que não é boba acabou listando Senna no time de desenvolvimento. Ou seja, o esportivo japonês não apenas tinha desempenho superior a uma Ferrari 348, que por si só já o tornaria um automóvel emblemático, mas também era referendado por aquele que se tornaria o maior piloto da história.
O NSX estrou em 1991, ano em que o brasileiro conquistou seu tricampeonato, e chegou com o lastro de ser o carro de Senna. O NSX ficou em linha até 2005, mantendo sua carroceria praticamente inalterada, com exceção de algumas mudanças estéticas nos faróis e aerofólio. Só nos EUA foram vendidas cerca de 10 mil unidades.
Em 2016, a Honda apresentou seu sucessor. Um supercarro híbrido que combina um V6 biturbo 3.5 de 500 cv, com três unidades elétricas. Juntos, somam 581 cv e 64,5 kgfm de torque, tudo isso transferido para as quatro rodas por uma caixa de dupla embreagem e nove marchas. Um automóvel que faz jus a combinação de consoantes que formam seu nome.

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Marcelo Jabulas é Jornalista e Designer Gráfico.

Está na área desde 2003, atualmente é o editor do caderno HD Auto, do jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte. Figura presente em todos os lançamentos, salões do automóvel e eventos da indústria automobilística. Para relaxar, tem como hobby escrever para seu blog de games, o “GameCoin” (www.gamecoin.com.br).



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