Ghibli chega ao 55 sem denunciar idade

A década de 1960 foi um momento mágico para a indústria do automóvel. Foi quando surgiram os muscle cars norte-americanos, assim como os pony cars, como Mustang, Camaro e Firebird. No Velho Mundo nasceu o Porsche 911, Lamborghini Miura, assim como o mito 250 GTO, da Ferrari. E também foi nessa época em que foi apresentado o magnífico Maserati Ghibli.

Apresentado no dia 3 de novembro de 1966, no Salão de Turim, o Ghibli tinha a obrigação de continuar o legado italiano no segmento Gran Turismo, criado pelo Lancia Aurelia B20, 15 anos antes. E o cupê de Netuno o fez com maestria.

Com desenho assinado por Giorgetto Giugiaro, o Ghibli se destaca pelo imenso capô, o e teto fastback com para-brisa traseiro quase plano. O carro era (minto, ainda é) simplesmente lindo, com um imenso capô, traseira curta e enormes balanços que lhe entregavam um perfeito entre-eixos de 2,55 m, o que lhe conferia comportamento dinâmico exemplar.

Ele tinha um desenho tão impactante, que conta-se que Henry Ford (neto) comprou um dos 1.200 exemplares do Ghibli e mandou estacioná-lo no saguão do centro de desenvolvimento de produto da marca, em Detroit. Ficou lá justamente para servir de exemplo a ser seguido. Um estilo que a Ford viria copiar na primeira modificação de carroceria do Mustang, em 1971.

Por dentro, esse GT seguia a cartilha à risca. Posição de dirigir baixa, muito espaço para motorista e passageiro, e um pequeno assento traseiro que desestimula qualquer carona. Afinal, um Gran Turismo foi feito para viagens a dois, sem espaço para velas.

V8 do Ghibli

Outro dogma que o Ghibli foi fiel esta sobre o capô. O cupê foi equipado com V8 4.7 de 310 cv e 40,1 kgfm. O bloco tinha carter seco (quando o reservatório de óleo não fica abaixo do bloco), o que era algo notável para a época e permitia que o cofre do motor pudesse ser tão raso.

O GT era equipado com transmissão manual de cinco marchas e tração traseira. No entanto, era possível encomendar com caixa automática.

O Ghibli ficou em linha de 1967 a 1972. Seu sucessor direto é o cupê Granturismo, que mantém a mesma receita e um belo V8 4.7 sob o capô. Mas quem herdou seu nome foi o sedã lançado em 2013, que apesar de não ser um GT, conta com um V8 biturbo 3.8 de 580 cv.

 


Fotos: Maserati/Divulgação


 

Marcelo Jabulas é Jornalista.

Está na área desde 2003, atualmente é o editor do caderno HD Auto, do jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte. Figura presente em todos os lançamentos, salões do automóvel e eventos da indústria automobilística.  https://www.youtube.com/garagemdojabulas

 


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