Emilio Camanzi já testou a nova Ford Ranger Black, uma picape média pensada para o uso urbano e que, além do visual escurecido, traz acessórios interessantes com um bom custo/benefício.
Vem saber mais:
Informações técnicas da Ranger Black:
Ficha técnica e Lista de equipamentos – Ford Ranger Black
“Que tem uma legião de gente aqui no Brasil que usa picape só como se fosse um carro na cidade, é fato. Tão verdadeiro que a Ford resolveu investir nessa turma. Como? Com a Ranger Black, uma Ranger urbana, pensada pra andar na cidade, com motor diesel, câmbio automático e tração 4×2. E, olha, é uma surpresa.
Quando foi apresentada no Salão do Automóvel de 2018, como um conceito urbano para pesquisa de como seria aceita uma versão sofisticada do modelo e inserida na onda dark dos carros, a ideia colou. Mas a Ranger Black de série que acaba de ser lançada, produzida na Argentina mas exclusiva para o Brasil, mostrou que tem outros atrativos. Como a economia de combustível e uma boa relação custo/benefício tratando-se de uma picape média com motor diesel. Ela custa a partir de 179.900 reais.
Mas como a Ford conseguiu isso? Vamos lá que eu te conto.
Externamente, ela se diferencia das outras versões da Ranger cabine dupla não só pelo visual monocromático em preto com detalhes foscos e brilhantes, mas também pelo santantônio; rack no teto que suporta 80 quilos; estribo lateral; faróis e lanternas com máscara escurecida; faróis de neblina; grade e rodas em liga leve de 18 polegadas exclusivos dela.
Aqui dentro o black continua. A única exceção fica por conta do teto em cinza claro, detalhe que ajuda a ampliar a sensação de espaço. Claro que o plástico duro no painel e lateral das portas predomina. Pelo menos os apoios de braço têm superfícies macias. Porém, com matérias de boa qualidade, inclusive visual, arremates bem feitos e o estofamento em couro, legítimo nas partes que tocam o corpo e sintético no restante, colaboram para um interior agradável.
Nas mordomias, para conter os custos, é um pouco moderada. Tem ar-condicionado automático de duas zonas. Porém sem saídas para trás. Central multimídia Sync 3, completa com espelhamento de celular, mas que poderia ter uma tela maior do que a de 8 polegadas. Tem ainda duas entradas USB e o FordPass Connect, com modem embarcado, que permite várias funções pelo celular, como travamento e destravamento das portas e partida remota, por exemplo. Câmera de ré e sensores de estacionamento traseiros também fazem parte. E só.
E um pacote razoável de segurança. Além dos obrigatórios Isofix, cintos e apoios de cabeça para todos, completa com sete airbags, controles de tração e estabilidade, auxiliar de partida em rampa, sistema anti-capotamento e controles de oscilação de reboque e adaptativo de carga. No restante é igual às outras Ranger. Tem espaço para cinco, mas só quem vai na frente viaja com conforto. Atrás o espaço é bom, mas por causa do assento baixo, os joelhos ficam muito dobrados, o que causa desconforto. E quem vai ao meio sofre com o fim do console e o túnel da transmissão. Já a capacidade de carga e o espaço na caçamba, com 1.180 litros, são bons para uma picape cabine dupla.
Aliás, na caçamba, é onde ela traz novidades em acessórios e que a transformam praticamente em um carro. Só que nessa unidade que nos mandaram não vieram. É que por causa da pandemia, a que estava designada pra gente com eles a Ford não conseguiu emplacar. Mas nem por isso vamos deixar de te mostrar. É um conjunto formado por um protetor de caçamba, que eu acho que deveria ser de série; uma rede porta-objetos e uma capota marítima rígida, que suporta 100 quilos de peso e impede a entrada de água, com acionamento elétrico e controle remoto, que transformam a caçamba em um imenso porta-malas. Um conjunto interessante, mas que custa 10 mil reais e que vai ser oferecido de brinde só aos 100 primeiros compradores da Black.
A urbanização dela continua na mecânica. Pra começar vem com o motor 2.2 Duratorq turbodiesel de 160 cavalos e 39,2 quilos de torque, acoplado a um câmbio automático com conversor de torque com seis marchas, modo sport e trocas sequenciais na alavanca. Mas é um conjunto que apesar da menor potência em relação ao 3.2 de outras versões, ainda oferece um bom desempenho. Que, pode-se dizer, é adequado para o uso na cidade e não cria problemas em viagens mesmo com carga.
Outra boa sacada, é a tração 4×2. Ou seja, só nas rodas traseiras, já que praticamente ninguém usa a tração 4×4 das picapes na cidade. Além de baratear o custo da transmissão, devido ao menor peso na frente pela retirada do conjunto, também melhorou a dirigibilidade e o consumo. Por falar nele, em nosso circuito padrão cidade/estrada, chegamos a uma média de 11,2 km/l de diesel. Que, para um veículo desse tamanho e peso pode ser considerado bom.
Porém, manteve algumas características boas das versões 4×4. Como a capacidade de imersão na água de 80 centímetros de profundidade, o que facilita a vida em alagamentos comuns em muitas cidades brasileiras. Ou ainda ter um vão livre de 23,5 centímetros, que permite andar com mais tranquilidade em estradas de terra malconservadas.
Por falar em andar, também tem novidade. Pra começar mostrou-se bem silenciosa, tanto do barulho que vem do motor, como da suspensão mesmo em pisos irregulares, o que ajuda no conforto. Mérito da suspensão, mais macia nas versões com motor 2.2 por serem mais leves. Mas não espere a suavidade de um carro. Continua sendo uma picape para levar uma tonelada de carga e, vazia, pula um pouco quando o chão não é liso. Por outro lado, a direção elétrica, por conta desse menor peso, também está mais leve, o que facilita a vida na cidade. Os freios estão bem dimensionados e a estabilidade é razoável. Mas a altura da picape, claro, continua não recomendando excessos em curvas.
Então, se você não se importa em manobrar um veículo de quase 5 metros e meio em shoppings ou vagas na rua, eu acho que a Ranger Black oferece um pacote de soluções interessantes com um bom custo/benefício. Legal pra quem curte andar com uma picape diesel grande na cidade. Tchau. Um abraço”.
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Notas do Emilio
Desempenho 7
Consumo 9
Segurança 9
Estabilidade 7
Acabamento 7
Espaço interno 7
Caçamba 9
Custo/benefício 8
Texto e apresentação: Emilio Camanzi
Imagens: Camila Camanzi
Edição: Guilherme Carmo
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