Fiat Centoventi, seria ele a releitura do velho guerreiro?

O Salão de Genebra é um dos mais legais do setor automotivo. Por ser uma espécie de “campo neutro”, a maioria das marcas levam para a Suíça modelos exóticos, conceitos e edições milionárias. Esse ano, a Bugatti chamou atenção com o La Voiture Noire; assim como a Koenigsegg, com o Jesko; a Pininfarina, com a Battista; e a Ferrari, com a novíssima F8 Tributo. Mas estes são assuntos para o próximo post. A parada aqui é o Fiat Centoventi.
Trata-se de um conceito elétrico que celebra os 120 anos da fundação da marca italiana. Não demorou muito para que começassem a pipocar suposições de que o carrinho seria a nova geração do Panda e, consequentemente, um novo Uno.

Em Betim, executivos afirmam que são devaneios da web e que se trata apenas da comemoração da efeméride. De fato, o carrinho de 3,7 metros se apresenta com soluções de arquitetura interna, com uma área de diferentes aplicações no lugar do banco do passageiro da frente. Ele pode servir de suporte para cadeira infantil e demais utilidades.
Além disso, o conceito italiano ainda abusa de materiais leves da indústria têxtil no acabamento e até mesmo material emborrachado nos para-lamas e demais materiais reciclados.  Debaixo de tudo isso, há uma arquitetura projetada para acomodar motores elétricos e baterias.
O desenho agrada, mesmo com os exageros da liberdade criativa de um conceito. As portas suicidas prometem ser uma solução para facilidade de acesso, mas é sabido que tal recurso se destina a poucos e caros modelos na atualidade.
Chama atenção a versão tipo bugue de praia, que lembra um antigo conceito desenvolvido pela Fiat de Betim. 
O Centoventi mostra que a marca de Turim está alinhada com o futuro eletrificado do mercado europeu. Trata-se de um carrinho que está há muito mais que um oceano de distância do mercado brasileiro. Porém, há elementos que fazem com que o Centoventi se torne mais próximo de nós.
As medidas do conceito são parecidas com as do nosso Uno. Ele tem 3,7 metros de comprimento, contra 3,8 do hatch brasileiro. Além disso, se aproximam em distância entre eixos na casa dos 2,3 metros.
Para nós, o que o torna uma ficção é sua motorização elétrica. Por aqui, a Fiat já deixou claro que o caminho são motores bicombustíveis  e acredita que o Brasil não tem a mesma urgência de elétricos como o resto do mundo devido a farta condição de produção de álcool.
Mas fato é que uma das imagens chamou atenção. Dá uma sacada na escada da TV a Cabo no teto da versão furgão. 
Pô meu amigo! Escada no teto é quase um item opcional do velho Uno. Tem coisa mais brasileira do que isso? Se depender da escada, esse aí estará nas ruas rapidinho. 
E vida que segue!


Marcelo Jabulas é Jornalista e Designer Gráfico.

Está na área desde 2003, atualmente é o editor do caderno HD Auto, do jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte. Figura presente em todos os lançamentos, salões do automóvel e eventos da indústria automobilística. Para relaxar, tem como hobby escrever para seu blog de games, o “GameCoin” (www.gamecoin.com.br).



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