Fiat 147: um seminovo com 40 anos

Fiat 147 GL - Foto: Renato Bellote -Autoentusiastas

Era um dia qualquer de 2018. Eu passava por uma avenida em São Bernardo do Campo (SP), quando avistei uma loja de venda de carros. Com destaque, aparecia um belo Fiat 147, lançado no Brasil em 1976, com uma faixa anunciando-o como SEMINOVO.

Anotei o telefone da loja e assim que cheguei ao meu destino, liguei para lá e indaguei sobre o 147. Informaram que era um modelo básico, fabricados em 1978, único dono e totalmente original.

– “Até os pneus são originais – garantiu do outro lado da linha o vendedor -, por isso ele está sobre cavaletes. Não tem rádio, nem ar condicionado, mas o motor tá inteirinho, fez todas as revisões, nunca bateu ou sofreu um pequeno arranhão. Acho que a única coisa a ser feira é a troca das palhetas do limpador, que estão ressecadas”.

Quando perguntei para ele, por que um carro com 40 anos de vida vocês chama de seminovo?

A resposta dele me fez pensar que estava certo.

– Veja você que a maioria dos modelos taxados de seminovos no mercado têm, pelo menos 5 mil quilômetros. Pois o nosso 147 tem apenas 2.878 quilômetros, originais. Está inteirinho, original e tem até o manual do proprietário, dentro da capa plástica. Não é seminovo?

O que fazer diante de tamanha argumentação, senão concordar, o Fiat 147, com 40 anos de idade, era um SEMINOVO.

 

A origem daquele seminovo

 

O 147 foi o primeiro modelo da Fiat no Brasil, lançado em 1976. A primeira fábrica da marca foi montada em Betim (MG), a primeira do setor, fora do ABC (SP) e do eixo São Paulo-Rio. A vida do 147 começou em abril de 1971, na Itália.

Por aqui, além do modelo hatch (chamado pela marca de semi-break) de três portas, o 147 foi seguido pelo Fiat 147 Pick up; Fiat 147 Rallye, Fiat 147 movido a álcool; Fiat Panorama; Fiat 147 City; Fiat Spazio, Fiat Oggi.

Foi um sucesso no Salão do Automóvel de São Paulo de 1976. A fábrica criou uma pista com 300 metros de extensão na área externa do Anhembi (isso, o Salão era lá. Hoje nem tem mais Salão) onde as pessoas podiam fazer test-drive.

A grande novidade é que o 147 era menor que o Fusca, o grande campeão da Volkswagen. Chegou com 3,63 metros de comprimento, cerca de 40 centímetros menor que Fusca, e também pesava menos, com seus cerca de 800 quilos. E tinha muito espaço, não encontrado nos seus concorrentes, como Chevette e o Fusca. Ficou famoso como o “pequeno por fora, grande por dentro”.

Seu motor de quatro cilindros, de 1048 cm³, ficava  no cofre na transversal, até então inédito em modelos nacionais, com 56 cavalos. Ele foi projetado pelo engenheiro Aurélio Lampredi, italiano, que era especializado em motores da Ferrari.

 

Um brinde:

Para você que gosta de automóveis e tem curiosidade sobre seu passado, lhe ofereço este Manual do Proprietário do 14. Abraços a todos.

 

 

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Ver comentários (1)

  • Eu tive um 147 modelo básico do mesmo ano, só que na cor vermelha, que comprei zero Km.
    Esse carro da foto (ao menos no momento da foto), não está 100% original, pois os parachoques vinham na cor preta. Mas muitos os "transformavam" em modelo "luxo" trocando alguns itens (como fez meu amigo Bruce).
    Enfim, é ótimo recordar bons momentos.
    Obrigado pela matéria.

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