Fenatran

Veículos a combustão interna são responsáveis por boa parte das emissões de poluentes na atmosfera. A cada ano legislações se tornam mais duras, o que tem exigido soluções por parte dos fabricantes. E muitas delas estão expostas na Fenatran, o Salão Internacional do Transporte de Carga. Marcas como Iveco e Scania apresentaram soluções em motores movidos à GNC (gás compactado) e GNL (gás liquefeito).

A marca escandinava inclusive já abriu pedidos para caminhões que utilizam a tecnologia e promete redução na emissão de CO2 em 15%. Já a italiana demonstrou uma linha de motores que funciona a gás e que já está em operação no mercado europeu. A expectativa da marca é implementá-los à gama nacional num futuro próximo.

De acordo com os fabricantes, o gás natural é um alternativa mais barata e mais limpa que o diesel. Além disso, o Brasil é um mercado em que o combustível gasoso tem fácil acesso, uma vez que vem canalizado da Bolívia. Outra alternativa que os expositores mostraram é o uso do biometano, fabricado a partir do bagaço da cana de açúcar e que se mostra mais racional que o biodiesel. “O biodiesel utiliza a soja, que é um alimento e o biometano é produzido a partir da sobra da produção do álcool”, explica o presidente da FPT Powertrain Technologies, braço de motores da FCA, Marcos Rangel.

Elétricos

Já a Volkswagen levou para a feira a versão de produção do caminhão leve e-Delivery. O veículo foi apresentado na edição de 2017 como versão conceitual e agora chega à fase de comercialização. A VW se mostra confiante no interesse pelo modelo de aplicação urbana e deixou claro que há o suporte para garantir que o caminhãozinho não fique com a “pilha fraca” durante a labuta.

Segundo o presidente da Volkswagen Caminhões, Carlos Cortez, a fabricante firmou parceria com fornecedores que se comprometem a se responsabilizar pela estrutura de recarga de baterias e manutenção do carro. “Firmamos um compromisso com empresas como Bosch, CATL (fabricante de baterias), Siemens, Moura, Weg, Semcon , que darão todo suporte aos nossos clientes”, garante o executivo.

Conectividade

Se nem todos os expositores trouxeram soluções para zerar os níveis de emissões, o coro uníssono da Fenatran foi a conectividade. Todos os fabricantes apresentaram aplicações de diagnóstico em tempo real, monitoramento de rota, alertas de manutenção e demais soluções que prometem elevar a produtividade do transportador. As aplicações também prometem reduzir o custo de manutenção, uma vez que permitem prever possíveis falhas.

A holandesa DAF ainda oferece uma unidade de manutenção móvel. Trata-se de um caminhão LX (de chassi longo) equipado com uma oficina completa que pode se deslocar até onde o caminhão está e fazer reparos. A fabricante quer aproveitar o veículo para demonstrar as capacidades de seu modelo chassi, que passará a integrar o portfólio da marca em 2020.

Comerciais leves

A Volkswagen apresentou a atualização da linha Delivery, que passa a contar com transmissão automatizada. Entre as novidades, a versão mais leve (que pode ser conduzida por motoristas com habilitação do tipo B), passa a se chamar DLX e tem como diferencial o baú de fábrica.

Já a italiana Iveco lançou a nova geração da linha Daily, que conta com seis versões: chassi, furgão, minibus e até mesmo preparação para motorhome. Um das novidades do utilitário é que ele passa a contar com desenho mais funcional, que eleva a posição dos faróis e adota painéis plásticos nas laterais, além de para-choque segmentado em três peças.

De acordo com a fabricante de Sete Lagoas,  o objetivo é reduzir o tempo e custo de reparo em caso de colisão. Trata-se de um recurso já utilizado pelas encarroçadoras de ônibus. Em caso de batida, é possível trocar apenas o painel que foi danificado, sem deixar o veículo parado por vários dias na lanternagem.

Três pontas

A Mercedes também levou para a Fenatran a nova geração da linha Sprinter. O utilitário que tinha sido apresentado no final de setembro, passa a contar com um pacto amplo de tecnologias como sistema multimídia MBUX, direção elétrica, sensores de estacionamento e ar-condicionado digital.

No entanto, a cereja do bolo é o sistema ABA de assistência à frenagem. Assim como no caminhão Actros, ele conta com detector de obstáculos. A van é capaz de identificar pedestres, carros e ciclistas e aplicar frenagem automática quando detecta risco de acidente.