Estouro da boiada: importados voltam a invadir o mercado

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Com o fim do Inovar Auto, programa sancionado pelo governo federal em 2011, com o objetivo de fomentar a instalação de novas marcas e também elevar o índice de nacionalização dos automóveis feitos por aqui, muitos importadores caíram em desgraça. Afinal, a principal cláusula do programa era sobretaxar o importador que ultrapassasse o volume de 4.800 unidades. Era uma pedrada de 30 pontos percentuais no IPI.
Com isso, quem produzia por aqui deu prioridade aos nacionais e desenvolvimentos de novos produtos, assim como quem não fabricava como BMW, Audi, Jaguar Land-Rover, Mercedes-Benz e Hyundai (não confundir com a operação da CAOA em Goiás) inauguraram suas linhas de montagem. Por outro lado, tiveram aqueles que mantiveram seus negócios apenas como importadores e acabaram sendo estrangulados, como a Kia, que chegou a emplacar quase 80 mil unidades em 2011, viu suas vendas despencarem para menos de 9 mil carros em 2017.
Agora, o mercado de importados está agitado. Para se ter uma ideia, o volume de novos modelos importados impressiona quando comparado aos novos modelos nacionais. Ford Mustang, Honda Civic Si e CR-V, novos BMW X3 e X2, Peugeot 5008, Volkswagen Passat e Tiguan Allspace e Volvo XC40 fazem parte dessa nova leva de importados, enquanto novos nacionais basicamente se concentraram no VW Virtus, Fiat Cronos e O chinês Tiggo 2.
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Apesar da quantidade de lançamentos, são modelos de baixo volume, com expectativas de emplacamentos de algumas dezenas e que dificilmente ultrapassam a casa das 5 mil unidades, já que não há nenhum dos citados abaixo dos R$ 100 mil.
E para fazer volume é preciso atacar no preço. A Kia acabou de anunciar o aumento das opções para o jipinho Sportage, que passa a contar com quatro versões, com valores que vão de R$ 112 mil a R$ 142 mil. Até fevereiro, eram apenas duas versões, justamente porque a marca não podia correr o risco de importar uma opção de menor saída e ficar encalhada na revenda.
Seja como for, essa euforia de novos importados é uma indicação de que segmentos acima dos R$ 100 mil estão aquecidos, enquanto nos nichos de entrada caminham de forma lenta. Um sinal de que a economia voltou a crescer apenas para uma parte dos consumidores.
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E vida que segue!

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Marcelo Iglesias Ramos é Jornalista e Designer Gráfico.

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Está na área desde 2003, atualmente é o editor do caderno HD Auto, do jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte. Figura presente em todos os lançamentos, salões do automóvel e eventos da indústria automobilística. Para relaxar, tem como hobby escrever para seu blog de games, o “GameCoin” (www.gamecoin.com.br).

Contato: (31) 99245-0855

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