Quando a BMW lançou o Série 8, lá em 1989, eu era criança e colecionava revistas de carros. Curtia as reportagens de um cara bigodudo e de sotaque engraçado, que viria a encontrar só uns 15 anos depois. Bom, acontece que pra mim o Série 8 era algo sobrenatural, um carro que tinha uma versão com motor V8, aqueles faróis escamoteáveis e um “bico fino” que contrastava com tudo que a BMW tinha feito, com exceção do M1.
Lembro de quando vi o primeiro Série 8 pessoalmente. Foi um 850, azul marinho, numa oficina perto de onde eu morava. Lá sempre pintavam uns carrões bacanas e “diferentes”. Recentemente, me deparei com um Série 8 num concessionário BMW. O carro estava exposto para os visitantes, assim como um Z8. Com quase 30 anos, ainda é lindo.
Agora, a BMW acaba de apresentar a nova geração do Série 8. Ela chega para ocupar a lacuna deixada pelo cupê Série 6. Na verdade, o próprio Série 6, que foi lançado no início dos anos 2000, foi projetado para substituir o primeiro Série 8.
A nova geração não se parece em nada com o pioneiro, mas herdou muito dele. Principalmente a opulência. O novo Série 8 é um carro grande. São 4,84 metros, que para um cupê 2+2 é um absurdo de tamanho. Mas não significa que o esportivo oferece acomodações de um jatinho executivo.
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Muito pelo contrário! Apesar do excelente acabamento, o Série 8 é baixo, acomoda muito bem motorista e passageiro que viaja ao seu lado. Quem vai lá trás, vai na condição de carona. O imenso túnel de vendo não permite trocar de lugar. Ele é alto justamente pelo fato de o assoalho ser muito baixo. Ou seja, entrar e sair dos bancos de trás exige boa elasticidade, não tanto como num Porsche 911, mas não é tarefa para quem sofre das cadeiras.
Mas o corpanzil tem suas explicações. Como todo bom BMW que se preze, o Série 8 tem um imenso capô. Ele abriga dois motores. O primeiro é o V8 biturbo 4.4, que foi calibrado para entregar 530 cv e 76 mkgf de torque, para a versão M850i XDrive Coupe. O segundo é uma unidade seis cilindros turbodiesel 3.0 de 320 cv e 69 mkgf, que equipa a 840d XDrive Coupe. Nos dois casos, a transmissão é automática de oito marchas e o conjunto é montado em posição longitudinal. Daí a necessidade de um cofre de grandes proporções.
Ao contrário da primeira geração que tinha tração nas rodas traseiras, o novo Série 8 oferta tração integral. Ela garante uma performance exemplar, mas torna o esportivo menos indócil, sem deixar que ele rebole tanto.
Outras modernidades do cupê é seu sistema de direção elétrica que conta com esterçamento das rodas traseiras e até mesmo barras estabilizadoras ativas, que contribuem com a suspensão sob demanda.
O Série 8 evoluiu demais em relação ao carro de 1989, com um pacote de tecnologias que transporta o motorista para o paraíso ou inferno, com apenas um toque de botão. E assim como há quase 30 anos, não dá para não ficar de queixo caído por ele.
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Marcelo Iglesias Ramos é Jornalista e Designer Gráfico.
Está na área desde 2003, atualmente é o editor do caderno HD Auto, do jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte. Figura presente em todos os lançamentos, salões do automóvel e eventos da indústria automobilística. Para relaxar, tem como hobby escrever para seu blog de games, o “GameCoin” (www.gamecoin.com.br).
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