Equipamentos de segurança, como escolher


Não basta usar os equipamentos, é preciso saber como escolher, usar e conservar.
O número de novos motociclistas entrando em circulação cresce exponencialmente, mas a quantidade de informação nem sempre acompanha esse crescimento. Como professor de pilotagem já há quase duas décadas, percebo que ainda pairam muitas dúvidas na hora de comprar os equipamentos de proteção.

Por isso, aqui vai uma pequena contribuição aos motociclistas que estão chegando agora e aos experientes que ainda não acreditam na importância dos equipamentos.

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Capacete – Representa o principal item de segurança do motociclista, pois mais de 70% dos óbitos em acidente de moto, são resultados de lesões na região crânioencefálico. Hoje existem centenas de modelos disponíveis no mercado, com preços que variam de R$ 100 a R$ 5.000. Nem sempre o valor está diretamente relacionado à qualidade ou capacidade de proteção.

Claro que um item que está ligado à proteção de um órgão vital não deveria ser alvo de economia, mas sabemos que as coisas não são assim tão simples. A minha dica é: nem tanto ao céu, nem tanto ao mar. Não precisa comprar qualquer coisa apenas para cumprir uma exigência de legislação, mas também não precisa comprometer metade do valor da moto só no capacete, porque tem mais itens na lista.

Diria que por menos de R$ 600, dificilmente encontrará um ótimo produto, e que acima de R$ 1.000, com certeza estará bem protegido. Dê preferência aos modelos integrais (com queixeira), mesmo que seja uma moto pequena, scooter ou custom, porque o asfalto tem a mesma dureza, independentemente do tipo de moto. Além disso, cerca de 35% dos traumas crânioencefálicos acontecem na região maxilar.

Os itens que devem ser observados na escolha do capacete são:

– numeração: não compre capacete folgado, nem apertado!

– ruído: infelizmente não dá para saber sem usar, mas quanto mais lisa for a calota externa, mais silencioso é o capacete.

– conforto e higiene: verifique se o tecido da forração interna é agradável ao toque e se é lavável.

– Viseira: dê preferência àquelas anti-risco.

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Luvas

Nem é preciso ser muito observador para saber a importância das mãos. São elas que garantem nossa mão-de-obra e nosso sustento. Pela dinâmica dos acidentes, é normal o motociclista se proteger com as mãos. Por isso, as luvas precisam ter proteções tanto na palma da mão, quanto na parte superior. A pele dos dedos é de difícil restituição, e se houver perda de material, provavelmente o motociclista perderá o movimento dos dedos.

As luvas não protegem apenas em caso de acidentes, mas também evitam a calosidade e ainda previne doenças causadas pela exposição ao frio e umidade, como artrite.

Uma boa luva de couro precisa ter:

– fechos de velcro, para prender no punho e ajustar com o casaco.

– costura dupla, para evitar que o tecido se rompa durante a abrasão.

– material aderente na palma da mão.

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Calça com proteções

O que determina o uso, ou não, do equipamento é o conforto térmico. Não adianta investir uma fortuna em um produto que será usado apenas uma vez. As calças de tecido sintético são muito úteis em viagens, mas pouco usadas na cidade, onde acontecem a maioria dos acidentes. Como a parte mais atingida são os membros inferiores, é importante usar proteção nos joelhos. Hoje no mercado já existem calça de jeans, discretas, que contam com proteções internas nos joelhos e canelas.

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Casacos e macacões

Para o uso diário existem opções de jaquetas ventiladas, com proteções internas nas regiões normalmente mais atingidas em acidentes. Estas jaquetas de poliéster contam com uma forração interna, que pode ser instalada ou retirada conforme a condição do clima e temperatura.

Couro – por ser um material orgânico de origem animal, o couro tem características semelhantes à nossa pele. São mais resistentes à abrasão, porém mais pesados e não é repelente à água.

Material sintético – Cuidado com as jaquetas de náilon, porque são frágeis e se rompem facilmente, além de não terem as proteções internas.

Macacão de couro – Existem modelos integrais e divididos em duas peças. Os integrais são mais usados em autódromos, por serem feitos como uma peça única. Já os divididos em duas peças, são mais usados em estrada e são mais versáteis, porque permitem usar apenas a jaqueta.

É importante que o macacão tenha tiras de elastano (elástico) na virilha e nas pernas, para ficar justo à pele e evitar panejar com a ação do vento em alta velocidade.

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Botas ou calçado resistente

Durante uma queda, o corpo do motociclista sofre uma enorme onda de choques, que se espalha e termina nas extremidades. Por isso, é comum os calçados serem arremessados. Vítimas de atropelamento invariavelmente chegam aos hospitais sem calçados. No caso dos motociclistas, tudo que não pode acontecer é ver seus calçados saírem voando e expor os pés ao impacto. As botas garantem que ficarão presas aos pés e ainda limitam a movimentação de pés e tornozelos durante a queda. Já existem calçados para trekking que se adaptam muito bem ao uso motociclístico.

Importante é evitar calçados baixos, com ou sem cadarço, porque esses saem muito facilmente dos pés. Também cuidado com galochas de borracha, porque são muito boas para não entrar água, mas são moles e não protegem os pés em caso de queda ou colisão.

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Outros

Protetor de coluna – Hoje em dia é um equipamento muito usado nas pistas, mas pouco usado nas estradas. Funciona como um exoesqueleto, que impede a coluna de dobrar no sentido contrário. Como são fixadas por cinta abdominal também ajudam a manter uma postura ereta.

Protetor de pescoço – Mesmo sendo proibido, é comum encontrar pessoas soltando pipa com linha revestida de cerol ou limalha de ferro (linha chilena). São muito cortantes e podem causar ferimentos graves, até mesmo fatais. Alguns motociclistas preferem usar uma antena telescópica com uma ponta em forma de gancho, que “laça” esse tipo de linha, evitando que chegue ao pescoço do motociclista. Mas nem toda moto permite a instalação, por isso é preciso apelar para um protetor de pescoço, feito de neoprene, que tem uma estrutura de cabos de aço que rompem as linhas de pipa.

Capa de chuva – Mesmo no calor é sempre aconselhável ter uma capa de chuva por perto. Ela não protege apenas da chuva, mas também do frio, e ajudam a manter o calor do corpo mesmo em temperaturas muito baixas.

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Fotos: Divulgação montadora e Internet.

Tite Simões – Jornalista, instrutor de pilotagem dos cursos SpeedMaster e ABTRANS de Pilotagem (www.abtrans.com.br)

Contato: info@abtrans.com.br

 

 

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