Direção: muito mais que virar para direita ou esquerda

Quando Karl Benz construiu seu Benz Patent-Motorwagen, lá em 1886, ele não tinha volante, apenas uma alavanca para girar a grande roda de bicicleta que direcionava a engenhoca. Como era estreita e de pouco atrito, o inventor não precisava de grande esforço para manobrar seu triciclo motorizado. No entanto, os veículos que nasceram em seguida, ganharam uma segunda roda dianteira, o que exigiu uma solução mais eficaz para esterçar as rodas. E assim nasceu o sistema de direção e junto com ele o volante.

Hoje, os automóveis contam com módulos de direção sofisticados, capazes de corrigir a trajetória sem que o motorista interfira, manter o carro na faixa de rolagem e até mesmo fazer baliza. Mas, para chegar a esse nível de desenvolvimento, foi preciso galgar quatro longos e demorados passos e que convivem até hoje. Confira os tipos de direção e quais são seus pontos negativos e positivos.

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Direção Mecânica

Ela faz parte dos automóveis desde a época da alavanca da geringonça de Karl Benz. Nesse modelo de direção, toda a força para girar o volante depende do esforço do próprio condutor. Atualmente pouquíssimos modelos ainda saem de fábrica com direção puramente mecânica, como a versão de entrada do Fiat Mobi e do Renault Kwid. A única vantagem desse tipo de direção, é seu custo de manutenção mínimo, sem a necessidade de verificação rotineira do nível do fluído de direção e eventual manutenção da bomba hidráulica. Fora isso, é um verdadeiro suplício girar todo peso da direção toda vez que for colocar ou tirar o carro de uma vaga. Só é bom para fortalecer o muque!

Direção Hidráulica

A direção hidráulica é um modelo que está no mercado há décadas. Por aqui, começou a ganhar volume em 1980 e, até pouco tempo, ainda era tido como item opcional em vários modelos fabricados localmente. A vantagem da direção hidráulica é que ela reduz o peso da direção, tornando as manobras mais leves e ágeis, além de exigir menor esforço do motorista para dirigir na cidade ou estrada. O sistema utiliza uma bomba hidráulica, que é acionada pelo motor do automóvel, via correia de serviço. As direções hidráulicas mais modernas permitem que se ajuste o esforço ao volante, deixando-o mais leve em baixas velocidades ou parado, para facilitar as manobras, e mais firme em velocidade para garantir uma melhor dirigibilidade. O sistema não requer muita manutenção, porem é recomendável uma vistoria periódica no nível do fluido e não segurar a direção no final de seu curso com o carro parado, para não forçar a bomba. O senão é que, por estar diretamente conectada ao motor, há uma elevação do consumo de combustível.

 

Direção Eletro-hidráulica

Esse modelo de direção surgiu pela necessidade de reduzir o número de equipamentos que necessitam do funcionamento do motor para operar e, consequentemente, elevam o consumo de combustível. O modelo eletro-hidráulico, como o nome sugere, utiliza um motor elétrico para acionar a bomba hidráulica, aliviando o esforço do motor do carro e reduzindo o consumo. Como na direção hidráulica convencional, o sistema também permite ajustar a carga da direção e também é conveniente uma verificação rotineira para ver o nível do fluido da bomba hidráulica.

 

Direção Elétrica

A direção elétrica é o modelo mais sofisticado do mercado e restrita aos modelos mais modernos e caros. Esse sistema dispensa a bomba hidráulica e toda a parafernália como mangueiras, reservatório de fluido e demais itens do conjunto. Todo o funcionamento se dá por uma unidade elétrica que recebe as coordenadas da central eletrônica para ajustar o peso do volante de acordo com a velocidade e também se comunicar com os demais módulos eletrônicos do automóvel. A grande vantagem do sistema é uma maior precisão na condução e permitir que sejam acoplados a ele sistemas de condução semiautônomos, como o que mantém o carro dentro da faixa de rolagem ou os que estacionam o veículo sem interferência do motorista no volante.

Também não requer muitos cuidados e, por eliminar todo o sistema hidráulico, sua manutenção é mais simples. Porém, como está acoplado a sistemas eletrônicos, o custo de reparo em caso de defeito pode ser alto.

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Fique esperto

Uma grande preocupação da maioria das pessoas é que, no caso de algum defeito em uma direção hidráulica, como a quebra da correia que movimenta a bomba, ou na elétrica, como um problema no motor elétrico, o carro fique sem direção. São situações remotas, mas que podem acontecer. Porém, como os sistemas são auxiliares, sempre haverá o acoplamento direto do volante com as rodas, permitindo controlar a direção. O que acontece é que o esforço a ser feito será muito maior, causando um susto e comprometendo a dirigibilidade do carro. O correto é parar o carro e rebocá-lo para uma oficina. A situação ocorre também quando o motor do carro para, já que, junto com ele, os sistemas de direção hidráulica ou elétrica também deixam de funcionar.

Detalhe que não acontece com o mecânico, que tem sempre o mesmo peso com o carro andando ou parado, com o motor funcionando ou não…

 

Marcelo Iglesias Ramos – Jornalista – (31) 99245-0855

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