Diesel, mas com alma esportiva!

Diesel, mas com alma esportiva!

Land Rover Discovery Sport Diesel

Já faz algum tempo que a imagem do Land Rover não aparece mais em nossa mente associada ao desengonçado Jipe Defender. Modernos SUVs com linhas que chamam a atenção, fazem parte das ofertas da famosa marca inglesa. É o caso da Evoque que, apesar do jeitão de utilitário esportivo, está mais para um cupê, por causa do pequeno espaço interno. Ainda assim, tornou-se sonho de consumo por causa das suas linhas ousadas.

Mas, então porque não juntar as duas coisas: espaço interno com um estilo que agradou no mundo todo? Essa foi a ideia no Discovey Sport, com linhas esportivas descaradamente inspiradas nas do Evoque e disponibilizando um bom espaço interno. O resultado ficou muito bom. Tanto a frente como a traseira com linhas mais arredondadas, tiram aquela impressão pesada dos SUVs maiores. Para arrematar, o teto com uma leve caída na parte traseira dando um “ar de cupê”, complementa o belo equilíbrio da carroceria e entrega uma configuração mais esportiva ao veículo, justificando a sigla Sport. Ao mesmo tempo, permitiu tirar aquela sensação de claustrofobia de quem vai sentado atrás, como acontece no Evoque.

Tudo bem, com os 4,60 metros de comprimento, não chega a ser um SUV compacto como a fábrica o classifica. Mas, também não é nenhum grandalhão que dificulta o dia a dia de quem o usa na cidade, principalmente na hora de estacionar. A Land Rover o apresenta como um 5+2 lugares. A mesma “filosofia” dos cupês conhecidos como 2+2, que têm 2 verdadeiros lugares e mais dois “quebra galho”, na maioria das vezes indicados apenas para crianças pequenas. No Discovery Sport, são cinco bons lugares e mais dois pequenos na ultima fileira, também indicados para crianças. Mesmo porque o acesso não é dos melhores, já que os bancos da segunda fileira só rebatem o encosto e deslizam para a frente, dificultando passar. Por outro lado, como a segunda fileira tem bancos reguláveis em distância, três adultos sentam ali com muito conforto.

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O porta-malas também é bom, com uma capacidade (até o teto) de quase 1.000 litros. Mas, ao serem usados os dois bancos traseiros, que ficam embutidos no assoalho, o espaço que sobra para a bagagem é exíguo. Se a ideia for viajar em 7, o jeito vai ser colocar um rack no teto para levar a bagagem.

Uma das ofertas mais recentes da Land Rover para o nosso mercado é a versão diesel, como esta HSE Luxury do teste, a topo de linha. Andando com ela, é preciso prestar muita atenção ao barulho para perceber que se trata de um motor diesel. O bom isolamento acústico e a quase ausência de vibrações, tornam o interior silencioso no chamado uso “normal”. Sem falar da suspensão que, apesar de ser feita para aguentar o tranco em um off-road, filtra bem as irregularidades do solo, tornando agradável a vida a bordo, e dá a sensação de robustez que o conjunto passa.

Colaboram no quesito conforto desta versão, todo o acabamento interno feito no melhor estilo inglês, com materiais de boa qualidade e agradáveis ao toque, além de arremates corretos. Revestimento em couro, bancos dianteiros elétricos com três memórias de posição; ar-condicionado digital de duas zonas, com saídas para a segunda fileira e ventilação independente para os dois lugares “do fundo”; GPS; som de alta qualidade; TV; e até um imenso teto solar panorâmico, que amplia a agradável sensação de espaço, são itens de série.

Mecânica

O motor que equipa esta versão é o 2,2 litros SD4 turbodiesel, que oferece 190 cavalos e bons 43,0 kgfm de torque. Está acoplado a um câmbio automático de 9 marchas, igual ao usado no Evoque e na versão à gasolina do Discovery, e que tem o charme do botão circular para a seleção do modo de condução que “surge” no console ao ser dado o arranque no motor. O conjunto trabalha em harmonia, com trocas suaves das marchas, permitindo um bom desempenho (0 a 100 km/h em 8,9 segundos e 188 km/h de máxima), apesar dos 1.836 kg que pesa o SUV.

Só complica em subidas, a baixas velocidades, quando o câmbio “pensa” mais do que seria desejável para engatar as marchas baixas, retardando um pouco as retomadas. Nessa hora, para ter uma resposta mais rápida, o ideal é reduzir, manualmente, por meio das aletas atrás do volante. O câmbio, além da possibilidade de trocas manuais sequenciais e de se adaptar ao modo do motorista guiar, tem ainda a posição Sport no modo automático, quando estica mais as marchas, permitindo uma condução mais esportiva.

O conjunto conta com a possibilidade da função ECO, quando motor e câmbio trabalham de maneira a economizar o máximo de combustível. Tem, ainda, o sistema desliga/religa (stop/start) que, por sua vez, não deixa o motor parado muito tempo nas paradas, prejudicando um pouco a economia que o sistema poderia fazer. Apesar disso, o consumo deste Discovery foi bom: 9,8 km/l de diesel no circuito cidade/estrada.

Por falar em funções, se você tiver coragem, ele não nega o DNA de off-road da marca: encara trilhas radicais e trechos enlameados com a maior competência. Além da tração 4×4 e bons ângulos de ataque (25º), central (21º) e saída (31º), por meio de um botão no console, o sistema Terrain Response configura em 150 milissegundos todas as configurações de tração, aceleração e torque de acordo com o tipo de terreno que se trafega. E são quatro os modos: normal; grama/neve/cascalho; lama/sulcos; e areia. Para facilitar mais ainda a vida do off-roader, conta com o Gradient Release, tecnologia que permite arranques suaves em subidas ou descidas. Sem falar que pode atravessar lâminas de água de até 60 cm.

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Auxiliar de partida em rampas e controles automáticos de velocidade em descida, de tração e de estabilidade fazem parte do pacote, bem como sete airbags (um para os joelhos do motorista) e sistema Isofix para fixação de cadeirinhas de criança.

Se ele se dá bem no fora de estrada, o Discovery Sport faz a mesma coisa quando está no asfalto. Além do bom desempenho que já citei, a precisão da direção do tipo elétrica e do seu peso, tanto em manobras como em velocidade, e a eficiência dos bons freios a disco nas quatro rodas, dão tranquilidade ao motorista. Além disso, a suspensão independente nas quatro rodas, com sistema multilink na traseira, junto com a tração nas quatro rodas e rodas de aro 19 polegadas com pneus largos, permitem que faça curvas com segurança. Mas, como todo SUV, é um pouco alto (1,724 m) e têm um bom vão livre do solo (21,2 cm), características que não aconselham abusos em curvas.

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Enfim, nem grande nem pequeno, o Discovery Sport se mostrou um veículo interessante para quem tem uma família grande, com alguns filhos pequenos, ou mesmo para quem tem uma família menor e quer desfrutar de um carro versátil, já que não causa transtornos em seu uso no dia a dia.  Tem no acabamento um de seus pontos altos e vem com motor diesel, preferência nacional para veículos desse tipo. Ainda importado, tem um preço alto. Porém, como tem boas chances de ser produzido aqui no Brasil, na fábrica da Jaguar Land Rover em Itatiaia (RJ), pode ser que fique mais acessível. Tomara!

Preços do Land Rover Discovery 2.2 Turbodiesel:

SE                              R$ 230.196

HSE                           R$ 258.796

HSE Luxury              R$ 280.300

 

Notas do Emilio – Discovery Sport Diesel.docx

Ficha Técnica Discovery Sport Diesel 2016

Itens de série e opcionais Discovery Sport Diesel 2016

 

Fotos: Camila Camanzi, Emilio Camanzi e divulgação Jaguar Land Rover

 

 

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Emilio Camanzi

Emilio Camanzi

Emilio Camanzi  é um jornalista experiente e formador de opinião, com mais de 56 anos de trabalho dedicados a área automobilística. Seu trabalho sempre foi norteado pela busca da seriedade e credibilidade da informação. Constrói suas matérias de forma técnica, imparcial e independente, com uma linguagem de fácil compreensão. https://www.instagram.com/emiliocamanzi/ 🙋 PARCERIAS: comercial@carroscomcamanzi.com.br

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