Dacia Spring é o primo elétrico do Kwid

Dacia Spring é o primo elétrico do Kwid para o mercado europeu

A Renault tem levado a sério sua estratégia de eletrificação. Ela pretende ampliar sua gama para 50% de carros elétricos e híbridos nos próximos cinco anos. E uma das formas de conseguir isso é fazendo volume. E sua arma secreta se chama Spring, a versão romena do chinês City K-ZE, que foi uma das atrações do Renault eWays, que aponta as tendências de eletrificação da marca.

Em outras palavras, os dois são a versão elétrica do Kwid. Mas, o grande barato do Spring é que ele chega com a promessa de ser o elétrico mais barato da Europa. Suas vendas estão programadas para 2021.

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Segundo a imprensa britânica, seus valores devem ficar abaixo das 20 mil libras (R$ 144.500) cobradas pelo Seat Mii. O primo espanhol do VW Up, que é um dos elétricos mais acessíveis do Velho Mundo.

Ainda seguindo as faixa de preços do Reino Unido, o Renault Zoe (que no Brasil custa R$ 203 mil), lá é vendido por 27 mil libras (R$ 195 mil). Assim, o Spring promete ser a opção que irá popularizar de vez os elétricos por lá.

 

 

Motor

 

Mas, o preço agressivo exige renúncias. O Dacia Spring é equipado com motor de apenas 44 cv (o Fusca 1.3 tinha 46 cv). Por outro lado, seu torque é de 12,5 mkgf.

Valor superior ao que é oferecido por um motor 1.0 três cilindros atualmente, que gira em torno de 10 e 11 mkgf. Sem contar a vantagem de o torque ser pleno. Ou seja, está sempre disponível e não é preciso girar o motor até as alturas para a força aparecer.

Suas baterias de íon de lítio de 26.8 kWh entregam até 295 quilômetros de autonomia, no padrão WLTP City. Para esticar ao máximo a quilometragem com uma carga de bateria, a velocidade máxima é de apenas 125 km/h. No modo econômico, a máxima cai para 99 km/h.

O carrinho pode ser carregado em diversas fontes, desde uma tomada doméstica, como Wallbox e postos de carregamento rápido. O tempo de recarga pode variar de uma a 14 horas, dependendo da fonte.

 

Brasil

 

No Brasil ainda não há nenhuma informação sobre uma possível vinda do Kwid elétrico. O fato é que o preço é um impeditivo para sua chegada. Hoje, o Zoe custa mais de R$ 200 mil, assim como o primo Nissan Leaf, Chevrolet Bolt EV e BMW i3. A opção mais barata do mercado é o JAC iEV20, oferecido a R$ 140 mil. Valor que dificilmente a Renault conseguiria ser mais ofensiva.

Daí, seria muito difícil fazer volume com um carro compacto e tão caro. O iEV20, por exemplo, teve apenas 22 unidades licenciadas, de janeiro a agosto, segundo a  Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa).

Na Europa, Estados Unidos e China, elétricos são uma realidade e têm demanda de mercado. Por aqui, além do preço, há fatores como falta de infraestrutura de recarga, o que limita o raio de circulação desses carros. Dessa forma, é muito difícil que Zoe ganhe companhia por aqui, num futuro próximo.


Fotos: divulgação montadora

Marcelo Jabulas é Jornalista e Designer Gráfico.
Está na área desde 2003, atualmente é o editor do caderno HD Auto, do jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte. Figura presente em todos os lançamentos, salões do automóvel e eventos da indústria automobilística. https://www.youtube.com/garagemdojabulas

 

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