Coitado do Motorista do Ônibus Urbano

Você sabia que uma embreagem de ônibus urbano pesa cerca de 25 quilos para ser acionada?

Você sabia que uma troca de marchas de um ônibus urbano pesa pelo menos 10 quilos?

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E já reparou que o motor do ônibus urbano fica bem ali, ao lado do motorista, gerando seu ruído infernal e também muito calor neste nosso País tropical?

E você sabia que 90%, ou mais, dos ônibus urbanos são construídos sobre chassis de caminhão? A suspensão ainda é de Feixe de Molas, o que torna impossível oferecer conforto aos passageiros, principalmente quando o veículo está com poucos usuários. Se lotado (sentados e em pé) o problema é amenizado. É só prestar atenção no caminhão que, quando passa vazio, é a maior “batedeira”, mas carregado, trafega quase que suavemente. É assim com o ônibus urbano.

Comecei a prestar atenção depois de andar muito de ônibus para me locomover, ao invés de usar carro. Não preciso preocupar-me com o trânsito e muito menos com os valores do combustível, que eram absurdos até pouco tempo passado.

Tem alguns bancos dentro dos ônibus que são proibitivos, aqueles colocados sobre as caixas de rodas. Se não tomar cuidado, quando o ônibus passa, rápido, por um buraco, você é jogado para fora do assento. E qualquer irregularidade da pista, quem paga o pato é você.

Mas agora, voltando à embreagem e alavanca de câmbio. Você é capaz de imaginar quantas vezes um motorista troca de marchas na linha em São Paulo, que vai do Parque D. Pedro II até Marsilac, o ponto mais distante, na Zona Sul da Capital?

Segundo cálculos de especialistas no transporte urbano, são mais de 1.600 vezes, contando as 82 paradas. Isso significa que o motorista aciona a alavanca de câmbio pelo menos 4.800 vezes (na hipótese dele trocas três vezes de marcha, entre um ponto e outro. Mas pode ser mais, não é?).

E isso tudo com aquele motor barulhento ali no seu ouvido direito e “aquecendo” este seu mesmo lado com um calor insuportável.

E imaginem vocês, que pelo menos 90% dos ônibus urbanos que circulam pelas ruas brasileiras, são montados sobre chassis de caminhão, segundo o Editor da revista AutoBus (https://revistaautobus.com.br/?p=7217) Antônio Ferro.

 

Em compensação, os ônibus estradeiros são mais confortáveis que os aviões

 

Mas, nem tudo perdido no sistema de transporte de passageiros. Ótimos e confortáveis ônibus circulam pelas rodovias do País,  muitos deles já com transmissão automática ou automatizada, o que é algo muito bom para os motoristas.

São veículos que circulam de Norte a Sul, de Leste a Oeste, transportando milhões de passageiros.

Entre eles existem alguns como a Tyrrel  P34, o modelo  da F1, que participou de provas em 1976 e 1977, tendo ganho uma única corrida, com suas seis rodas, sendo duas na dianteira, esterçantes.  Foi Guiado por Jody Scheckter, Patrick Depailler e Ronnie Peterson). São ônibus, duplo deck de longas distâncias com três ou até quatro eixos.

Algo que chama a atenção nestes ônibus rodoviários é a qualidade dos assentos, que superam, e muito, os que são usados nas classes econômicas dos aviões. Sem contar o espaço para as pernas, bem maior na maioria dos ônibus estradeiros

 

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Ver comentários (1)

  • Bem oportuna a reportagem.
    Tenho um primo que é motorista de ônibus urbano e sofre o dia todo com essa tortura (sem contar as cargas-horárias indecentes).
    Há muito tempo, os ônibus urbanos já deveriam vir com câmbio automático e suspensão macia (talvez a ar...?) .
    Outra aberração, é o caso das nossas ambulâncias. Na sua graaaaande maioria, são montadas em chassis de veículos de carga. e tome-lhe saculejos, saltos de macas e outros desconfortos. Merecia também uma mudança radical nesta situação.
    Abraços.

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