Apesar do avanço de modelos de veículos elétricos a bateria (VEB) no mundo, sua participação nas vendas totais de veículos leves indica que várias situações podem influenciar o ritmo de aceitação nos próximos anos e décadas. Tudo depende do país, das condições econômicas, de renda per capita, do tamanho da frota circulante, da estrutura da rede de recarga, da mineração de metais das baterias e em que velocidade os VEB vão cair de preço, entre outras condicionantes.
Estatísticas mundiais de vendas de VEB em países selecionados, no ano passado, apresentam algumas curiosidades sobre participação no mercado total de veículos leves.
- China: 23%
- Europa (com Reino Unido): 12%. Note posições discrepantes de Itália, Espanha e Polônia.
- Reino Unido: 17%
- Alemanha: 16%
- França: 14%
- Suécia: 30%
- Itália: 3,5%
- Espanha: 3,5%
- Polônia: 1,5%
Um dos indicadores que mais influenciam as estatísticas é renda per capita anual. Três países na faixa de US$ 8.000 (R$ 42.000) a US$ 10.000 (R$ 52.000) tiveram participações semelhantes: Brasil, 0,4%; México, 0,3%; Turquia, 0,8%. Exceção é Argentina com apenas 0,1%. Outra semelhança: a França e o estado americano da Califórnia. O Produto Interno Bruto (PIB) dos dois está no mesmo nível e a participação de elétricos nas vendas totais é quase igual (14% e 13%, respectivamente).
Entretanto há pontos fora da curva mesmo nos países superdesenvolvidos. No Japão, terceira maior economia do mundo, apenas 1% dos carros emplacados eram elétricos em 2022. Há escassez de garagens residenciais lá para os veículos recarregarem as baterias.
Nos EUA surgem os maiores contrastes. Na Califórnia 300.000 elétricos foram vendidos em 2022. Outros sete Estados emplacaram o total de 400.000 unidades. Os demais 42 Estados juntos somaram apenas 50.000, média de apenas 1.200 unidades no ano passado (menos de 1%). Como comparação, no Brasil, emplacaram-se 8.440 elétricos em 2022, média de 312 unidades por Estado (incluindo o Distrito Federal).
Nos próximos anos estes números vão se alterar, mas em que ritmo não há certeza. Apenas a União Europeia (UE) apresenta exigências com data marcada. Depois de discussões quase infindáveis de 27 países da UE (outros 23 formam a Europa) acertaram que a partir de 2035 não serão emplacados carros novos com motores a combustão (MCI). Porém, no acordo desta semana abriu-se uma brecha para veículos que utilizem gasolina sintética produzida com emissão zero de CO2. Há, contudo, quem afirme que mais mudanças ainda acontecerão antes do prazo fatal.
BMW X1 produzido aqui: primeiras impressões
Evolução ao estilo BMW. Terceira geração do SUV de tração dianteira, que começa agora a ser produzido em Araquari (SC), o X1 foi modernizado sem romper com os cânones da marca. A grade dianteira cresceu, faróis adaptativos em LED formam um único bloco, para-choque e as entradas de ar receberam desenho mais elaborado. Rodas são de 20 pol. na versão avaliada sDrive20i M Sport. Na traseira, evolução mais marcante com novos para-choque e conjunto óptico. Saídas de escapamento não estão visíveis (para imitar os elétricos, diriam os sarcásticos).
A arquitetura é uma evolução da anterior. Todas as dimensões externas cresceram, destacando-se os 50 mm extras na altura (1.640 mm), além de discretos 20 mm a mais no entre-eixos (2.690 mm) e na largura (1.840 mm). O coeficiente de forma aerodinâmica (Cx) melhorou discretamente (de 0,3 para 0,26). Internamente quem senta atrás sente a diferença frente à geração anterior.
Ao volante, o motorista aprecia a vistosa tela curva única de alta definição e 20,9 pol. (10,2 pol. no quadro de instrumentos e 10,7 pol. para multimídia). Parece desafiante de manusear, mas atende por comandos de voz, toque ou botão central giratório. Pequenas teclas no console selecionam as posições do câmbio automatizado de sete marchas de duas embreagens. Conexão sem fio para Android Auto e Apple CarPlay, além de carregamento por indução de forma inteligente: telefone celular fica em nicho do console, na posição vertical, com uma pequena barra transversal para mantê-lo firme e sem esquentar em demasia.
Em um primeiro contato com o X1 de topo (2-L só gasolina, 204 cv, 30 kgf.m) as curvas desafiantes para quem anda rápido da Estrada dos Romeiros, em Santana do Parnaíba (SP) comprovaram o acerto perfeito do conjunto. Nenhum susto, carro sempre na mão e equilibrado nas reações, direção precisa, respostas firmes ao acelerador e confiança nos freios.
Preço das três versões: R$ 296.950, R$ 328.950 e R$ 349.950.
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ALTA RODA
SETENTA ANOS ATRÁS a Volkswagen do Brasil iniciou a produção do VW Fusca. Foi a primeira filial fora da Alemanha, na rua do Manifesto, bairro paulistano do Ipiranga, onde instalou uma linha de montagem de veículos importados completamente desmontados. Em novembro de 1959, às margens da Via Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP), inaugurou oficialmente a primeira fábrica completa fora da Alemanha, embora já produzisse a Kombi no mesmo local desde setembro de 1957 e o Fusca, em janeiro do ano da fundação formal.
Hoje a VW dispõe de três fábricas de veículos e uma de motores, que juntas já produziram 25 milhões de unidades. A marca tem um plano de investimento no Brasil até 2026, inclusive de produzir um inteiramente novo modelo híbrido flex, ainda sem data de lançamento, o que deve acontecer numa segunda etapa. No próximo semestre será importado o primeiro elétrico, o ID.4, um SUV de porte médio com 4,584 mm de comprimento, interior espaçoso (2,765 mm de entre-eixos) e motor traseiro de 204 cv. Alcance de até 520 km.
TECNOLOGIA DE RASTREAMENTO em caso de furto ou roubo de veículos vem dificultando esse tipo de crime no Brasil. Ainda assim, os criminosos também se “especializam” e as empresas do setor continuam a investir e se diversificarem. A Ituran, além de desenvolver dispositivo antifurto específico para motos, terá este ano um rastreador exclusivo para veículos com partida por botão que têm sido alvo de furto por clonagem de radiofrequência da chave.
A empresa se associou, em 2021, à startup MobiLab para criar a IturanMob e incluirá soluções para carros 100% elétricos. Este ano pretende expandir a atuação no segmento de locação por assinatura de carros, motos e caminhões.
Coluna Fernando Calmon nº 1.244