Carros de Cinema – Parte 1

Por Marcelo Iglesias

A relação do cinema com a indústria automotiva é antiga. Os automóveis são elementos populares na construção de qualquer trama contemporânea. Eles protagonizam cenas de ação, são cenários para atuações memoráveis, como em “Conduzindo Miss Daisy”, assim como testemunhas de momentos cruciais na trama. Quem não se lembra da emboscada contra Sonny Corleone, quando ele dirigia por uma ponte nova-iorquina, em “O Poderoso Chefão”? Ou da clássica corrida de John Travolta a bordo do “Thunder Road” em “Grease – Nos Tempos da Brilhantina”? A indústria percebeu há muito tempo que poderia utilizar o cinema para divulgar seus automóveis. Em “Corrida Contra o Destino”, de 1971, pouca gente se lembra do protagonista, mas ninguém se esqueceu do Dodge Challenger branco que rasgava o deserto numa fuga alucinante.

Um dos mais expressivos exemplos dessa parceria cinema/indústria automotiva, é o Camaro “Bumblebee”, que se tornou um dos protagonistas na série “Transformers” e ajudou a tornar o cupê da GM um fenômeno. A Ford também lançou modelos no cinema como o Explorer, em “Jurassic Park” (1993), e a Mercedes-Benz entrou na dança dos dinos com o ML em “Jurassic Park 2: O Mundo Perdido” (1997). A marca gostou tanto que levou o GLE Coupé para “Jurassic World” (2015). Quem também escalou seus modelos para a telona foi a Audi, em “Homem de Ferro” e no desnecessário “Cinquenta Tons de Cinza”.

 

Volkswagen Fusca – “Se Meu Fusca Falasse”

O Fusca tem um currículo vasto no cinema. Afinal, o carrinho esteve na ativa por mais de 50 anos. No entanto, o principal papel do Volkswagen Sedan foi em “Se Meu Fusca Falasse”, lançado em 1968. Na produção dos estúdios Disney, o piloto Jim Douglas, após ser despedido da equipe, adquire um fusquinha. Porém, o carrinho tinha consciência e tomava decisões por conta própria. Douglas e “Herbie” se inscrevem numa corrida maluca, onde tudo acontece.

 

 

DeLorean DMC-12 – “De Volta para o futuro”

Talvez oseja o carro mais famoso da sétima arte. Lançado em 1981, o extravagante cupê de John DeLorean foi um grande fracasso comercial, tanto que foi descontinuado dois anos depois. No entanto, para Steven Spielberg, o modelo era perfeito para ser a máquina do tempo em “De Volta Para o Futuro”. Um dos principais problemas do DMC-12 era seu motor. Um V6 3.0 de 141 cv, que tinha desempenho pífio. Não era é de se estranhar porque demorava tanto para atingir as 88 milhas por hora!

 

 

Ferrari 250 GT California – “Curtindo a Vida Adoidado”

Um dia perfeito precisa de um automóvel perfeito. Ferris Bueller tanto sabia disso, que no dia em que resolveu matar aula, requisitou a Ferrari 250 GT California, do pai de seu amigo Cameron para um passeio. Quem não assistiu “Curtindo a Vida Adoidado” (1986) provavelmente desconhece a eletricidade, pois é um dos filmes mais reprisados da TV. O 250 GT California, era um Spyder (denominação que o comendador Enzo dava aos seus conversíveis) de 1961, desenhado pela Pininfarina e equipado com motor V12 3.0 de 240 cv.

 

– “Agarra-me se Puderes”

Clássico da “Sessão da Tarde”, o longa-metragem estrelado por Burt Reynolds chegou aos cinemas em 1977. O filme narra a história de dois caminhoneiros, Bandit e Cledus “Homem de Neve”, contratados para contrabandear cerveja. Como é de se esperar, as coisas não saem como planejado e Bandit precisa escapar da polícia em seu Pontiac Firebird Trans Am, modelo 1978, que a GM tinha acabado de lançar. Apesar de malvado, debaixo da fênix gravada no capô, havia um pacato V8 “305” de parcos 160 cv.

 

Porsche 928 – “Negócio Arriscado”

Tom Cruise tem uma queda por carros esportivos em seus filmes. O ator já “contracenou” com um Mustang e uma Ferrari 250 GTO em “Vanilla Sky”, mas o primeiro possante que dividiu as telas com o ator foi um Porsche 928, em “Negócio Arriscado”, de 1983. Se a cena de Cruise dançando de cueca e meia pela casa lhe garantiu acesso para a fama e ouriçou as moças de família, para os marmanjos, além das curvas de Rebecca De Mornay, o exótico Porsche 928 era a grande atração da trama.

Cadillac Miller Meteor – “Os caça-Fantasmas”

Ele não tem sex appeal e, mesmo que convertido em ambulância pela Miller-Meteor, em 1959, não deixa de ser um Cadillac. E hoje é mais cultuado que o quarteto Peter, Ray, Egon e Winston e os fantasmagóricos Geleia e Stay Puft “O Monstro de Marshmallow”. A viatura de “Os Caça-Fantasmas” (1983) é uma banheira gigantesca, que se tornou ícone da cultura pop, tanto que suas reproduções em miniaturas Hot-Wheels são vendidas a peso de ouro pela internet.

 

 

Marcelo Iglesias Ramos – Jornalista | Designer Gráfico

(31) 99245-0855

Fotos: Internet e filmes

 

 

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