BMW M2 CS: Spoiler ou despedida?

 

BMW M2 CS – Quando a BMW apresentou a nova geração do hatch Série 1, muita gente torceu o nariz pelo fato de o compacto ter recebido conjunto mecânico com tração dianteira. Afinal, um dos grandes baratos e uma exclusividade do Série 1 sempre foi sua tração traseira, que fazia de um carro mais arisco que concorrentes como Audi A3 e Mercedes Classe A. Estes, por sua vez, com melhor aproveitamento de espaço e mais leves.

Há pouco tempo, a alemã apresentou o Série 2 Gran Coupe, que também aposta na tração nas rodas dianteiras, mas com opção de tração integral xDrive na versão anabolizada M 235i Gran Coupe. A luz amarela se acendeu na cachola dos puristas, sobre como será o novo Série 2 cupê e, principalmente, como ficará o M2.

Bom, enquanto a nova geração do cupê nervoso ainda não dá as caras, a BMW acaba de apresentar o M2 CS, versão mais nervosa do compacto que serve de base para M2 CS Racing, versão de pista para competições amadoras, no chamado Clubsport. O CS teve o motor seis cilindros em linha 3.0 biturbo recalibrado para 450 cv e 55 mkgf, que são despejados sem nenhuma parcimônia no eixo traseiro. São 40 cv a mais que a edição Competition, que garantem um comportamento dinâmico demoníaco ao carrinho.

O M2 CS é uma edição limitada, um carro consumidores que não bastam ter dinheiro sobrando. É preciso ser bom de braço. Alias, muito bom de braço, pois com os assistentes eletrônicos desativados, as lanternas não titubeiam e fazer o papel dos faróis.

 

 

Old School

Como um carro bruto que se preze, o M2 CS pode ser oferecido com transmissão de dupla embreagem M7 DTC ou com caixa manual de seis marchas. Trata-se de uma viagem no tempo, até os dias do clássico M3 E30 Evolution, mas com o dobro de potência. É daqueles carros que exigem habilidade de fazer punta taco, trambular e esterçar com a mão esquerda, tudo ao mesmo tempo, deixando que a carroceria se comporte como um cavalo de carrossel.

Visualmente, ele recorre a elementos em CFRP, um composto que une plástico reforçado e fibra de carbono, que aparece nos retrovisores, teto, molduras e demais “enfeites” que, além de aliviar o peso do cupê, também fazem com que ele destaque diante de seus irmãos mais mansos. O material também é utilizado em componentes estruturais, que garantem maior rigidez a torção da carroceria, elevando a dirigibilidade.

Segundo a BMW, o desenvolvimento da versão teve como ponto de partida a experiência obtida na elaboração do M4 GT4. Se o M2 “básico” já é um automóvel abissal, o CS teve suspensão recalibrada e os freios podem ser equipados com enormes freios de carbono-cerâmica. Envolvem os discos generosas rodas aro 19, calçadas com pneus Michelin Pilot Sport Cup 2 245/35 ZR 19.

Bom, como será o próximo M2, só os executivos da BMW sabem. Mas, por hora, o M2 CS surge como um dos carros mais legais que a marca já construiu. Se for um spoiler de como será o próximo com tração traseira, será ótimo. Mas, se for um ato de despedida, estamos diante de um clássico, como o M3 E30, o M5 V10 e o Z8.


 

Marcelo Jabulas é Jornalista e Designer Gráfico.
Está na área desde 2003, atualmente é o editor do caderno HD Auto, do jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte. Figura presente em todos os lançamentos, salões do automóvel e eventos da indústria automobilística. https://www.youtube.com/garagemdojabulas

 

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