O turbocompressor se tornou um item fundamental no processo de redução de emissões e ganho de eficiência energética. Seu princípio consiste em aproveitar os gases do escapamento para girar um rotor conectado a uma turbina.
A turbina, enquanto gira, empurra com mais pressão o ar que será misturado ao combustível nas câmaras de combustão. Esse maior volume de ar se converte em ganho de torque e potência presentes em rotações mais baixas. E com o motor girando menos, há menos injeção de combustível. Tudo isso se converte em eficiência.
Trata-se de um conceito aparente simples, mas é um princípio quem vem sendo aprimorado desde o século XIX, aplicado na aviação e voltou aos automóveis na década de 1960 com o Chevrolet Corvair, mas ganhou relevância nos anos 1970 com o Porsche 911 Turbo e com o intrépido BMW 2002 Turbo.
Lançado em 1973, o BMW 2002 Turbo foi um marco na história da marca alemã. O pequeno sedã foi o primeiro modelo da Casa de Motores da Bavária a contar com turbocompressor. Sua proposta era ser uma derivação esportiva do citadino 2002 e também servir de laboratório para a tecnologia.
Compacto e com cerca de 1.100 quilos, o sedã ganhou uma turbina KKK até de módulo de injeção mecânica no lugar dos carburadores. A combinação elevou a potência do motor quatro cilindros 2.0 8v, que originalmente equipava o 2002 ti, de 120 cv para impressionantes 170 cv e 24,1 mkgf de torque.
A combinação do baixo peso e boa oferta de torque e potência permitiram ao carrinho acelerar de 0 a 100 km/h em 7,8 segundos e atingir a máxima de 214 km/h.
Retrovisor
Apesar dos números de desempenho, o 2002 Turbo acabou sendo um fracasso comercial. Naquela época o turbocompressor era um recurso para elevar a performance e não a eficiência. Daí o sedã tinha consumo elevado. O problema é que ele chegou ao mercado pouco antes da Crise do Petróleo.
Para quem não se lembra, foi a crise que praticamente sepultou os mescle cars nos Estados Unidos e fez do 2002 Turbo um carro inapropriado em tempos de petróleo escasso.
Se não bastasse, sua mecânica não se mostrou muito confiável. Rotineiramente o esportivo apresentava problemas. Assim foram apenas 1.672 unidades fabricadas no período de um ano. Mas nem tudo está perdido. O 2002 Turbo serviu de base de conhecimento para que a BMW colocasse nas ruas em 1979, o mítico M1.
Hoje, o 2002 Turbo é um carro raro. No mercado de antigos, seus valores giram em torno de US$ 90 mil a US$ 150 mil.
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