Startup reutiliza baterias usadas de Audi e-tron em tuk-tuks na Índia. Projeto de Segunda vida pode inspirar outras iniciativas globais
Umas das principais dúvidas (e críticas) sobre carros elétricos é em relação ao destino das baterias, após a vida útil. Os avessos à essa tecnologia afirmam que o descarte vai gerar ainda mais poluição do que em comparação aos carros à combustão. Mas eis que Audi pretende bolar uma solução sustentável para o problema!
Esse reaproveitamento chama-se “segunda vida” das baterias, um tema sempre lembrado por Emílio Camanzi em seus vídeos: “Quando elas não servem mais para os carros, acabam tendo uma segunda vida, como armazenadoras de energia em estações fotovoltaicas, por exemplo”, diz o jornalista. Mas o que o dono de carro elétrico ganha com isso? Ele também não sairá no prejuízo: “Quando a bateria de seu carro não serve mais, ela não é descartada, mas entra como parte do pagamento da nova. Ou seja, acaba abatendo do preço”, afirma Camanzi.
Em mais um exemplo desta aplicação, a startup germano-indiana Numam apresenta três riquixás elétricos, mais conhecidos como Tuk-tuk. Os clássicos veículos indianos recebem baterias usadas de Audi e-tron de teste. O objetivo é explorar como os módulos feitos com baterias de alta tensão podem ser reutilizados após o ciclo de vida do carro e se tornar um caso de uso viável de segunda vida.
Além da parte de pesquisa, o projeto busca ainda combater a desigualdade de gênero: os tuk-tuks elétricos serão destinados para gerar oportunidades de emprego para mulheres na Índia. A start-up sem fins lucrativos com sede em Berlim e Bangalore é financiada pela Audi Environmental Foundation.
“As baterias de carro são projetadas para durar a vida útil do carro. Mas mesmo após o uso inicial em um veículo, eles ainda têm muito poder”, diz Prodip Chatterjee, co-fundador da Numam. “Para veículos com menor alcance e requisitos de potência, bem como menor peso total, elas são extremamente promissores. Em nosso projeto de segunda vida, reutilizamos baterias de carros elétricos em veículos elétricos; você pode chamá-lo de mobilidade elétrica ‘lite’. Dessa forma, estamos tentando descobrir quanta energia as baterias ainda podem fornecer neste caso de uso exigente.”
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Tuk-Tuk com baterias da Audi
No projeto, o motor a combustão do tuk-tuk foi substituído por um elétrico, enquanto as baterias de segunda vida ficam alojadas no piso plano. Elas são à prova de água e o veículo utiliza o maior número possível de materiais recicláveis. O objetivo é gerar um produto final extremamente acessível. Os empreendedores sociais disponibilizam todos os dados do e-tuk-tuk em plataforma de código aberto para que potenciais replicadores utilizem a mesma idéia.
Além do e-tuk-tuk, a Numam também planeja uma solução para o carregamento mais limpo possível, já que a energia elétrica na Índia é predominante mente a carvão. Os carros serão carregados em em estações com energia solar. Os painéis solares estão localizados nos telhados das instalações do parceiros locais. O resultado: os riquixás elétricos podem ser usados durante todo o dia – e ainda serem carregados com energia verde durante a tarde e a noite.
Fique pertinho da gente:
Com 15 anos de experiência na imprensa e dedicado ao jornalismo automotivo desde 2011, Thiago Ventura tem passagens pelo portal Vrum, Portal Uai, jornal Estado de Minas, TV Alterosa e DomTotal, além de colaborações com o jornal O Tempo, Autos Segredos e rádio Gospa Mira. Em 2016 fundou o Carro Esporte Clube, canal de notícias multiplafatorma com portal e redes sociais.