Montadora italiana aposta na eletrificação apesar da desaceleração do setor
A Ferrari inaugurou recentemente sua nova fábrica, chamada de “e-building”, em Maranello, no norte da Itália. O investimento de 200 milhões de euros (cerca de R$ 1,19 bilhão) visa modernizar a fabricante de carros esportivos de 77 anos, conhecida pelo característico som de seus motores a combustão, rumo à era da eletrificação. A nova unidade, que tem quase o dobro do tamanho do Coliseu de Roma, produzirá não apenas o primeiro carro elétrico da Ferrari, previsto para o segundo semestre de 2025, mas também modelos híbridos e a combustão.
Desafios enfrentados pela indústria automotiva na transição para veículos elétricos
A aposta da Ferrari na eletrificação ocorre em um momento precário para a indústria automotiva. A transição para veículos elétricos, que deveria rapidamente inaugurar uma era de transporte mais amigável ao clima, tem sido dificultada por investimentos dispendiosos e pela desaceleração da demanda global. Outras montadoras de luxo, como Mercedes-Benz e Lamborghini, reduziram suas ambições, enquanto a Tesla relatou uma queda nas vendas do segundo trimestre e a Ford anunciou um aumento na produção de veículos híbridos devido às perdas com veículos elétricos.
Ferrari busca alcançar novo público
Apesar dos desafios, a Ferrari vê uma oportunidade na marcha da indústria rumo à eletrificação para alcançar um novo consumidor: o ambientalista rico.
A montadora pretende lançar seu primeiro modelo totalmente elétrico no quarto trimestre de 2025 e recrutou a agência LoveFrom, fundada por Jony Ive, ex-chefe de design da Apple e pelo designer industrial Marc Newson, para aprimorar a aparência do carro. Analistas acreditam que esse pode ser um dos veículos elétricos mais caros do mercado, superando o Porsche Taycan Turbo GT, que custa US$ 286 mil.
Desafios da Ferrari na produção de veículos elétricos
A incursão da Ferrari no setor elétrico enfrenta alguns desafios, como conquistar os fãs dos motores de combustão e provar que veículos elétricos podem gerar grandes lucros. Outro ponto importante é a duração da bateria e seu impacto no valor do carro a longo prazo, uma preocupação para os Ferraristi, já que as Ferraris frequentemente são vendidas por preços mais altos no mercado secundário.
Estratégia da Ferrari para o futuro
Sob o comando do CEO Benedetto Vigna, a Ferrari está passando por um período de grande sucesso, com ações em alta e lucros disparando. Vigna vê os veículos elétricos como parte da estratégia de crescimento da empresa, apesar da desaceleração do setor. Até 2030, os carros elétricos e híbridos representarão até 80% da produção anual da Ferrari, conforme a empresa procura cumprir os rigorosos mandatos de emissões da União Europeia. A montadora também está trabalhando para garantir que a emoção de dirigir uma Ferrari elétrica seja a mesma de quando se dirige um híbrido ou uma Ferrari térmica.
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