Quem aprecia automóveis antigos sabe que o que eleva sua cotação de mercado é uma mistura de fatores como: marca, desempenho, volume de produção, antigos proprietários e seu histórico nas pistas. Em 1959 a Aston Martin conquistou sua histórica vitória nas 24 Horas de Le Mans, com o arisco DBR1, pilotado pelo lendário Carroll Shelby e o britânico Roy Salvadori. Naquele mesmo ano a Aston lançou o DB4 GT, versão de alto desempenho do cupê inglês que vale tanto quanto qualquer campeão.
Foram 75 unidades fabricadas até 1963. Desse total, apenas oito foram fabricada para uso em pista. E para marcar os 60 anos do DB4, a Aston Martin decidiu fabricar as 25 unidades que faltavam para completar a centena da versão GT, mas com o acréscimo da palavra “Continuation”, para designar a safra. Todas as unidades terão especificação para uso em pista.
A produção recorrerá aos mesmos processos de construção da italiana Carrozzeria Touring, que assinava as carrocerias de estrutura tubular Superleggera do cupê. Ele utilizará os mesmo painéis de alumínio das unidades da série original, assim como apenas dois lugares (e não quatro como no DB4 “básico”) e gaiola de sobrevivência no habitáculo.
Como se trata de um automóvel histórico. Ele segue à risca todos os detalhes do DB4 GT, de chassi 0202R, o último a ser produzido em 1963. No entanto, o time da Aston Martin Works teve acesso a ferramental moderno, mas a marca garante que a construção do carro é artesanal do início ao fim. “A Aston Martin tem uma herança rica e vibrante de uma empresa que constrói alguns dos melhores carros esportivos do mundo há 103 anos. Entre eles, o DB4 GT que é um dos mais cobiçados de todos”, afirma o presidente Andy Palmer.
Seis canecos
Já o motor é a mesma unidade seis cilindros em linha de 3,7 litros, projetada pelo engenheiro polonês Tadek Marek. Assim o bloco é alimentado por três imensos carburadores Weber montados em linha, em que cada um mistura ar e combustível para dois cilindros, detonadas por 12 velas (duas para cada câmara de combustão). O resultado é uma usina de 340 cavalos, tal como o carro original.
Ter um Aston Martin não é para qualquer ser humano. Nem mesmo o V8 Vantage, que foi o modelo de maior produção da história da marca é barato. Uma unidade usada não sai por menos de R$ 300 mil, aqui no Brasil. Agora uma das oito unidades do DB4 GT (para pista) pode superar a marca de 3 milhões de libras, algo em torno de 15 milhões de reais.
A Aston Martin não fala quanto o DB4 GT Continuation irá custar, mas deverá ser uma pequena fortuna justificada por um pacote de serviços exclusivos. Por ser um automóvel feito para uso exclusivo em pistas, cada um dos 25 compradores do bólido terá acesso a um pacote especial de pilotagem.
Trata-se de uma programação que durará dois anos e passará por diversos autódromos, inclusive o moderno circuito de Yas Marina, em Abu Dhabi. Se não bastasse, os proprietários terão como instrutor de pilotagem o piloto britânico Darren Turner.
Carro artesanal
A tendência de voltar a fabricar carros clássicos, utilizando os mesmos processos do passado, tem ganhado força. A Jaguar anunciou, há cerca de dois anos, que finalizaria as seis unidades restantes da tiragem do E-Type Special GT, de 1963. Num mercado onde não há limite para as cifras e lances de leilão, é um negócio e tanto.
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Marcelo Iglesias Ramos é Jornalista e Designer Gráfico.
Está na área desde 2003, atualmente é o editor do caderno HD Auto, do jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte. Figura presente em todos os lançamentos, salões do automóvel e eventos da indústria automobilística. Para relaxar, tem como hobby escrever para seu blog de games, o “GameCoin” (www.gamecoin.com.br).
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