Ano de 2023 será o das picapes de todos os tipos e preços

Trata-se, por um lado, de coincidências e de outro, alguns atrasos de modelos que deveriam ter estreado este ano. O lançamento mais aguardado é a nova picape Montana de porte intermediário (entre compacta e média). A Chevrolet divulgou, ao longo do ano, vários filmes do carro disfarçado, mas como sempre comentei aqui as dimensões externas seriam as da Oroch e não da Toro. Por enquanto só foram divulgados comprimento de 4.720 mm e largura de 1.800 mm (Oroch, 4.719 mm e 1.834 mm, respetivamente).

Para ter ideia do espaço interno falta a distância entre eixos (ainda não divulgada), mas possivelmente deve ser um pouco maior, pois a Oroch tem para-choques protuberantes e o bom entre-eixos de 2.830 mm.

A Montana, de fato, apresenta um estilo frontal bem próximo ao da Toro, embora a GM afirme que está “em sintonia com a mais recente linguagem global de design da Chevrolet”. Na parte traseira o desenho é moderno e harmonioso com manuseio leve da tampa da caçamba. Esta tem o generoso volume de 874 litros contra 683 da Oroch e até próximo da Toro (937 litros).

O motor é o mesmo do SUV Tracker: 1,2 L, turbo flex, 133 cv (E)/132 cv (G) e 21,4 kgf.m (E)/19,4 kgf.m (G). Nas versões mais caras vêm com câmbio automático epicíclico de seis marchas, mas haverá o manual para a versão de entrada, também de seis marchas. Preços para entregas em fevereiro: R$ 134.490 (LTZ) e R$ 140.490 (Premier).

Na fila de lançamentos de picapes em 2023 a primeira a chegar é a versão híbrida da Maverick. A Ford confirma que terá tração apenas dianteira e motor a gasolina de 2,5 litros (ciclo Atkinson) sem antecipar potência e torque combinados, nem se o preço será menor que o atual modelo. No próximo ano estreia a inteiramente nova Ranger produzida na Argentina. Ford e GM importarão suas picapes grandes F150 e Silverado, respectivamente.

Outro lançamento vem da confirmação de entrada da Fiat no segmento das médias. Tudo aponta para a versão da marca italiana da Peugeot Landtrek, montada no Uruguai com componentes chineses e vendida na Argentina e outros mercados sul-americanos. A Peugeot teria desistido de lançar a picape com a sua marca, decisão semelhante à da Renault que descartou vender aqui a Alaskan por ser igual à Frontier. A Fiat oferecerá o motor turbo flex de 1 L e três cilindros para a Strada.

Por fim haverá o lançamento da Ram 1200 que aproveitará a mecânica e o monobloco da Toro, porém com dimensões maiores.

 

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Média diária de vendas supera 10.000 unidades

 

Novembro foi o melhor mês de 2022 até agora em vendas diárias: 10.200 unidades de veículos leves e pesados. Embora o volume acumulado nesses 11 primeiros meses seja negativo em 1,3%, a tendência com os resultados projetados para dezembro se alinha à previsão da Anfavea de um crescimento anual de cerca de 1% sobre 2021.

A produção em 2022 já deverá superar a do ano passado na segunda semana deste mês. Assim os percalços com a escassez de semicondutores, embora não superados, estão amenizados. Projeções para 2023 serão anunciadas em janeiro próximo.

Envelhecimento da frota circulante no Brasil, de fato, vem ocorrendo. No entanto, este é um problema mundial. A produção global de veículos caiu e se recupera lentamente este ano e em 2023.

Estoque total nas fábricas e concessionárias passou de 28 dias em outubro para 29 em novembro. As vendas financiadas ainda estão bem abaixo das médias históricas, reflexo da subida dos juros.

 

Fiat Fastback une estilo e desempenho

 

Desde quando começou as vendas em setembro até os primeiros dias de dezembro foram 7.000 unidades emplacadas, apesar de ter encarecido neste período. O Fastback superou as expectativas da Fiat entre outros motivos por parecer maior do que os 4.427 mm de comprimento sugerem, além do desenho elegante da coluna traseira.

Nada de barras no teto que, em geral, estão lá apenas para efeito visual discutível. Essa elegância do SUV cupê, no entanto, acaba por diminuir o espaço para a cabeça no banco traseiro para pessoas de maior estatura. Porta-malas de 516 L (padrão VDA) também se destaca, inclusive pelo vão de abertura.

O desempenho com motor turbo flex de 1,33 L/185 cv e 27,5 kgf.m (E) e caixa automática de seis marchas está acima da média do segmento. Apesar de freios a tambor nas rodas traseiras não senti deficiência de desaceleração, mesmo em velocidades mais altas. Também mostrou equilíbrio em curvas, sem subesterço exagerado. Freio de imobilização eletromecânico, com função de acionamento automático muito útil no para e anda do trânsito, é acionado também ao colocar a alavanca seletora do câmbio na posição P.

 

AEA aponta tendências tecnológicas no Brasil

 

Regulamentações existentes e as que virão nos próximos anos colocam o País dentro do contexto mundial de descarbonização veicular. Para isso a Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA) contribui com dois estudos que acaba de anunciar. O primeiro é sobre a continuidade da evolução tecnológica dos veículos leves em eficiência energética, consumo de combustível, emissões, conectividade e segurança veicular. Tudo considerando as matrizes energéticas no Brasil que estão entre as mais limpas do mundo.

A segunda iniciativa é uma cartilha que explica o cálculo de emissões do poço à roda. Hoje não basta saber o que é emitido do motor à roda pois veículos elétricos têm emissão zero nesta etapa. A segunda fase do programa governamental Rota 2030 começa em 2027 e levará em conta o ciclo completo. Dados públicos foram usados para se chegar ao que realmente interessa, os números de CO2 equivalente (CO2 eq). Para ver: https://aea.org.br/inicio/wp-content/uploads/2022/11/AEA_CARTILHA-CALCULO-POCO-RODA.pdf .

 

ALTA RODA

 

TECNOLOGIA da informação enfrenta um desafio: encontrar profissionais disponíveis. Trata-se de deficiência global e vai se agravar no Brasil. Ford Academy é uma iniciativa da subsidiária brasileira em conjunto com o Senai para treinar jovens com mais de 18 anos e de baixa renda. Pretende atender, na primeira fase, 200 alunos em 2023 para cursos semestrais. Depois serão encaminhados ao mercado de trabalho.

HONDA HR-V recebeu o título de Carro do Ano 2023 da revista Autoesporte numa disputa apertada com o Fiat Fastback e o Citroën C3. Em outras categorias venceram: Kia Sportage (Carro Premium do Ano), Porsche 718 GT4 RS (Superpremium), Ford Maverick (Picape), Peugeot e-2008 (Elétrico), Volvo C40 (Elétrico Premium), BMW iX (Elétrico Superpremium), Audi Q5 (Híbrido), Caoa Chery 1.5 PHEV (Motor abaixo de 2 litros) e Volvo PHEV (Motor acima de 2 litros).

 

Coluna Fernando Calmon nº 1.230

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