Salão do Automóvel não acontece desde 2018. Presidente cobra retorno do evento e Anfavea já está trabalhando para promover
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Márcio de Lima Leite, disse que o Salão do Automóvel voltará a ser realizado. No entanto, o evento, que ocorreu pela última vez em 2018, em São Paulo, ainda não tem data e nem local confirmados.
A volta do salão foi uma cobrança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao discursar no evento de inauguração da nova seda da Anfavea, no dia 12. A entidade que representa as fabricantes de veículos no Brasil agora tem novo endereço em ponto nobre da zona sul da capital paulista.
“Diante de tudo que está acontecendo e o governo está fazendo, tenho um pedido a vocês: retomem o Salão do Automóvel. Vocês não têm noção do quanto é importante e o quanto de visitantes pode trazer. Eu mesmo adorava visitar, ver a inovação tecnológica dos carros e ônibus. Isso se chama negócio”, disse Lula.
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Márcio de Lima Leite declarou ser legítima a cobrança do presidente e que a entidade está tentando reviver o salão, que acontecia a cada dois anos desde os anos 1960. A última edição aconteceu em 2018. A pandemia e falta de interesse das montadoras foram as causas do hiato.
Aliás, já havíamos informado isso em dezembro de 2023, quando a Anfavea havia confirmado que o Salão retornaria neste 2024.
“Estamos avaliando questões de espaço e logística, mas o salão do automóvel vai acontecer. Não temos data ainda definida, mas, sem dúvida, é uma cobrança legítima do presidente [Lula], nós precisamos ter ousadia para expor as nossas tecnologias para os consumidores e também para o mundo de uma forma geral”, disse Lima.
O presidente da Anfavea justificou, ainda, os elevados preços dos carros nacionais e disse que a indústria irá voltar a produzir três milhões de veículos por ano. Em 2023, foram vendidos 2,3 milhões.
“O que aconteceu foi principalmente a elevação da taxa de juros nos últimos anos, por razões de questões globais que estavam acontecendo. O custo do crédito ficou muito caro para o consumidor. Para se ter uma ideia, em média, 70% das nossas vendas eram vendas financiadas, vendas a crédito. No último ano, nós tivemos apenas 30% de vendas a crédito”, disse.
Preços
Lima afirmou, também, que a indústria automobilística elevará a produção para ajudar no barateamento do preço dos carros nacionais. “Se a gente pegar o automóvel de entrada, aquele popular da época do presidente Itamar Franco, e aplicarmos a inflação sobre ele, ele estaria hoje valendo mais de R$ 80 mil, o mesmo carro sem as tecnologias que nós temos hoje”, acentuou.
“O desafio da indústria é levar esse veículo, essa mobilidade para o consumidor. Então, a indústria automobilística está atenta a isso e o mercado interno vai crescer. A nossa expectativa é chegar – em termos de mercado interno – a três milhões de unidades nos próximos dois anos”, acrescentou.
Com novos aportes de fabricantes anunciados no último mês, a Anfavea anunciou hoje que o ciclo atual de investimentos – iniciado em 2021 – já supera R$ 123 bilhões, sem contar os do restante da cadeia automotiva. Na cadeia de autopeças, são estimados investimentos R$ 6 bilhões no mesmo período. (Fonte: Redação e Agência Brasil)
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