A boa perfumaria da Citroën

Novo Aircross 2016

Em tempos de dinheiro curto, todo mundo faz economia e põe a criatividade para funcionar. Foi exatamente o que a Citroën fez com o Novo Aircross 2016. Racionalizou a produção, fez algumas mudanças estéticas que atualizaram o modelo, refinou a mecânica e, de quebra, oferece uma versão de entrada por 50 mil reais.

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Derivado do compacto C3, o monovolume agora existe em apenas uma versão. Ou seja, o Aircross 2016 – a ,versão aventureira do modelo, tirou de linha a C3 Picasso que era o mais simples da linha. Prejuízo? Nem tanto. Para começar, a versão com jeito de off-road era a que mais vendia. Com essa solução, ganhou em economia de escala e pode oferecer um modelo com mais conteúdo e aparência que agrada, por um preço bem razoável para um monovolume de seu tamanho.

Além da nova nomenclatura, as diferenças das duas versões mais simples (Start e Live) são: o estepe colocado dentro do porta-malas, deixando a traseira mais limpa e em dia com a tendência atual, e os pneus do tipo só asfalto. Mas, tem a suspensão mais alta e o kit off-road com molduras nos para-lamas e estribo falso, como nas versões mais caras (Feel e Shine).

Desenvolvido no Brasil, o grande diferencial do Aircross 2016 (ele só existe na América Latina) é a nova identidade que as modificações de estilo deram à frente, para ficar com a cara da nova identidade visual da marca. Baseado no Cactus, as modificações ficaram por conta de novos faróis interligados pelo Chevron (símbolo da marca), que dão um ar mais afinado à frente; luzes diurnas em LED (só não tem na versão de entrada); nova grade e para-choque, que tem uma inclinação maior (23º) para evitar raspar em entradas de garagens ou lombadas.

Nas laterais, são novas as molduras dos para-lamas, faixas e barras no teto. As rodas passam a ser de 16 polegadas (de ferro na versão de entrada e em liga leve no restante das versões). E, na traseira, novo para-choque, lanternas com moldura preta e nova capa de estepe nas versões que o usam dependurado do lado de fora.

Internamente, também ganhou atenções. Tem um novo painel pintado na cor do veículo, com as saídas de ar quadradas, que fazem parte do novo estilo, aplicado a vários detalhes do veículo, que a Citroën batizou de “Squarcle”, uma interpretação do conceito “quadrado com as bordas redondas”. Outras novidades são os tecidos de revestimento dos bancos, com motivos inspirados no calçadão do Rio de Janeiro e uma central multimídia com tela de 7 polegadas sensível ao toque, que traz como destaque as funções de espelhamento do smartphone e 16 GB para armazenar músicas e interação com aplicativos.

Mecânica

A mecânica também recebeu algumas afinações. Para adequar melhor o Aircross às nossas belas ruas esburacadas e cheias de lombadas, além de todos agora terem a suspensão mais alta, ela ganhou amortecedores com nova calibragem e uma barra estabilizadora mais fina na traseira, que permite melhor filtragem das irregularidades.

Todas as versões passaram a ter direção com assistência elétrica e perderam, em média, 45 quilos de peso, detalhes que melhoraram o consumo de combustível. Continuam sendo dois os motores flex disponíveis: o 1.5 que não recebeu modificações e o 1.6 que agora passa a usar um óleo de menor viscosidade e novos retentores, visando também uma redução no consumo e na emissão de gases poluentes.

Outra modificação, com a mesma finalidade, foi na transmissão das versões com motor 1.6. O câmbio manual de 5 marchas teve a relação de diferencial alongada em 5% e ganhou um indicador de momento ideal de troca de marchas no painel. Para não aumentar o custo, o câmbio automático (só disponível com esse motor) continua sendo o antigo de apenas quatro velocidades. Porém, teve a relação de diferencial também alongada em 5% e ganhou a função “EcoDrive”, que faz com que o câmbio atrase a troca de marchas, beneficiando o consumo. Outra novidade são as borboletas atrás do volante para trocas sequenciais. Nas versões com motor 1.5, o câmbio manual de 5 marchas continua igual ao da versão antiga.

O resultado

No bom test-drive de lançamento, acabei andando com as três combinações disponíveis de mecânica: 1.5 com câmbio manual e 1.6 com manual e automático, o que permitiu ter uma boa idéia das diferenças entre as versões. Em todas as versões, a boa sensação de dirigir se repetiu. A posição de dirigir correta, a boa visibilidade proporcionada pelo parabrisa panorâmico e a precisão da direção elétrica, garantem prazer ao volante. E o espaço interno, bom para cinco adultos, confere um conforto difícil de achar em um carro de seu tamanho.

As modificações na suspensão também se mostraram positivas. Dos 90 quilômetros de percurso por estradas asfaltadas e sinuosas, em torno do pólo industrial de Porto Real, RJ, onde o Aircross é produzido, 27 foram em uma estrada de terra, que não era das melhores. A boa altura do solo e o novo ângulo de ataque do pára-choque dianteiro fizeram com que, em momento nenhum, o Aircross raspasse embaixo, mesmo andando rápido, e mostrando que também se dá bem em um off-road leve. O melhor, porém, foi a ausência de barulhos internos que incomodassem, mostrando que as modificações surtiram um bom resultado e que o Aircross deu um bom passa à frente nesse quesito.

No asfalto, mesmo irregular, a boa sensação se repetiu. Só a inclinação da carroceria, por causa da barra estabilizadora traseira mais fina, é que aumentou um pouco em curvas. Mas nada que chegasse a atrapalhar o bom comportamento dinâmico do monovolume.

Quanto ao desempenho, claro que a versão 1.5 com câmbio manual não é nenhum foguete. Com um bom escalonamento das marchas, o motor de 93 cavalos com etanol permite um desempenho adequado. Na versão 1.6, também manual, sente-se um pouco o alongamento do diferencial. Porém, os 122 cavalos e os 16,4 kgfm de torque com etanol do motor, acabam dando conta do recado e deixam o Aircross com uma boa agilidade.

Quem acaba sofrendo mais com esse “alongamento” do diferencial é a versão automática, principalmente nas retomadas de velocidade. Começa pelo fato de ter apenas 4 velocidades, que faz com que o “buraco” entre uma marcha e outra seja grande. Para melhorar o desempenho, existe a possibilidade de colocar o câmbio na função “Sport”. Neste caso, as trocas somente surgem em giros bem mais altos e o barulho incomoda. Depois, todo câmbio automático convencional como esse rouba um pouco de potência, prejudicando o desempenho. Usando as borboletas atrás do volante a situação melhora um pouco. Mas, quem compra um carro com esse conjunto tem de levar em conta que ele foi pensado para aumentar o conforto dos ocupantes e, principalmente, diminuir o consumo de combustível. E nesse último detalhe, aparentemente, ele conseguiu.

Enfim, apesar de não ter grandes modificações, o Citroën Aircross tem uma nova cara que agrada e as evoluções que foram feitas se mostraram positivas. O melhor, porém, é que, com a racionalização, passou a ter uma boa relação custo/beneficio (veja no link os equipamentos de cada versão) e permitiu que a fábrica, pelo menos por enquanto, mantivesse os mesmos preços do começo do ano. E, ainda por cima, ter uma versão de entrada com preço interessante, principalmente para aqueles que querem um veículo com cara de aventureiro, mas não tem verba para comprar um SUV compacto de nosso mercado, mesmo nas versões mais baratas.

 

Preços:

 

Aircross 1.5 Start (manual)                                   R$ 49.990

Aircross 1.5 Live (manual)                                    R$ 53.990

Aircross 1.6 Live (automático)                              R$ 58.990

Aircross 1.6 Feel (manual)                                   R$ 58.990

Aircross 1.6 Feel (automático)                             R$ 63.990

Aircross 1.6 Shine (automático)                          R$ 69.290

 

Ficha Técnica-equipamentos de série-opcionais – Novo Citroën AIRCROSS 2015_2016

 

Fotos: Emilio Camanzi, Pedro Dantas e divulgação Citroën

 

De Penedo, RJ

O jornalista viajou a convite da Citroën

 

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Ver comentários (1)

  • Emilio você achou que vale mais o 1.6 manual em relação ao 1.5? Eu quero o manual mesmo. Infelizmente conheço esse câmbio de 4 marchas que amarra o carro e faz aumentar o consumo.

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